5 - Pode ficar

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Colin Hills

Entro em casa já são quase nove da noite, é uma sexta feira o silêncio reina, fico meio preocupado e sigo para o quarto de Kalel, chego e encontro uma cena nova pra mim.
Dorothy sentada na cadeira de amamentação, dando mamadeira para ele que toca o rosto dela com carinho, enquanto ela sorri como se fosse a própria mãe para meu filho, um furinho bonito se forma em sua bochecha. Minha boca seca, as mãos comicham para tocar nela também, de repente quero me afastar, porque me sinto errado e faço barulho, ela ergue os olhos e sorri pra mim.
_ Eu só vim ver ele, desc...
_ Pode ficar.
_ Não quero ser inconveniente.
_ Colin não pense assim, todo tempo que puder ter com ele é precioso.
Me sinto um intruso, imaturo e tímido na presença deles, como se eu não soubesse mais o que estava fazendo ali, subi para beijar a cabecinha de Kalel desejar uma boa noite, mas acabei apreciando ela, tão jovem, linda parecia a mãe dele, com seu olhar amoroso e cheio de bondade com ele, oh carinha de sorte. Por fim concordo com Dorothy. Ela o trás para mim e o recebo todo feliz em meus braços, sinto o cheiro dela, é doce como sua voz, seu sorriso, seu coração.
_ Vou deixá-los e aproveitar para comer um sanduíche, estou faminta.
Presto mais atenção nela e vejo olheiras indicando que está cansada, imagino que não é fácil cuidar sozinha do meu garotinho, uma ideia para agradecer sua disposição me ocorre.
_ Peça uma pizza.
_ Tem certeza Colin?
_ De vez em quando não mata. Digo meio culpado e dou de ombros. Ela da um sorriso bonito e concorda.
_ Vou ficar uma baleia. Diz ela seguindo para cozinha e murmuro para mim mesmo " impossível porque nasceu sereia" Dorothy é de uma personalidade humilde, mas tem aquele corpinho de formiga saúva, quadril largo e cintura fininha, seios médios, pernas grossas. Não que eu fique reparando, mas acabei vendo em um dia quente que ela levou meu filho para a piscina; típica mulher latina.

Fico ali matando a saudade do meu garotinho, que está ainda mais lindo, com suas bochechas gordinhas, mãozinhas curiosas ele toca em meu rosto.

Ele começa a balbuciar coisas desconexas e converso com ele que sorri todo feliz.

Um tempo depois Dorothy volta até o quarto.
_ Colin, o entregador chegou.
Olho ela sem entender e um tanto sem graça ela diz que precisa pagar o rapaz.
_ Ah claro, que cabeça a minha. Sigo com Kalel nos braços atrás dela e apanho a caixa de economias na cozinha, deve ter um meio salário dentro dela.
_ Tome pode pagar, deixe-o com o troco, está bem?
_ Sim claro. Ela diz meio contrariada, noto sua expressão, e um alerta soa em minha cabeça, vou até a porta depois dela e chego a tempo de ouvir o carinha.
" Pô princesa, além de linda é generosa, tá certo que eu preferia a outra opção de pagamento..." O sujeito estilo malandro de periferia, seca a garota da cabeça aos pés e arruma o saco nas calças, mas que imbecil! Isso é uma tremenda falta de respeito.
Sinto meu rosto aquecer, coisa que não acontece nem no tribunal, aliás só acontece com as pessoas que estimo e preciso defender. Kalel e ela.
Me aproximo como um segurança, enquanto a babá olha o cara e responde.
" Não tenho propensão a prostituta!"
Ele fecha a cara e me intrometo.
_ Algum problema aqui, pagou a pizza? Uso a fala autoritária de advogado e ela afirma apressadamente.
_ Então rapaz, de o fora e se voltar a faltar com respeito com ela, de adeus a seu emprego espertinho, o que isso que você está fazendo é assédio. O malandro põe o rabo entre as pernas, se desculpa e diz.
_ Perdão moça, achei que fosse solteira.
Ela eleva seu olhar vitoriosa e brava dizendo.
_ Nem tudo é o que parece. E toca meu braço com cumplicidade fingida deixando o sujeito vermelho, ele se vira e caminha para o elevador sem se despedir. Gosto da forma que se impõe e permanecemos uns segundos na porta, até que ela se vira para mim.
_ Obrigada Colin, achei que tinha me livrado desses engraçadinhos quando sai do trabalho na rua.
Ela segue me contando enquanto coloca a pizza na mesa da cozinha e pega os pratos, tão prática, simples e leve que o fardo do dia desaparece com um pouco de conversa com Dorothy. Nem me pergunta o que quero, como quero, resolve tranquilamente sem ficar cheia de dedos, pra mim é um alívio, odiava ter empregada em casa pelos problemas que se tornavam, ficavam perguntando tudo, que prato usar, onde servir, que horas comer, um saco. Dorothy não tem essas amarras e tem tornado minha vida leve.
_ Deixa que eu seguro ele para você comer. Ela se prontifica e só percebo que ele dormiu.
_ Não é preciso Dory, vou colocá-lo no berço e já volto. Ela aceita.
Volto para enfim matar minha fome e ela nos serve.
_ Me chamou de Dory, gostei. Seu sorriso me contagia. Dou de ombros.
_ Foi sem perceber, mas se gostou vou continuar te chamando assim.
_ Então vou de ..... Hum de Col?
Nego achando estranho.
_ Lin?
Pondero e ela explode numa gargalhada.
_ Não consigo Colin, já tenho me esforçado pra não dizer senhor, cada vez que vou falar contigo.
Sorrio com ela, e suas mãos tocam meu pulso outra vez, confesso que sou bem reservado e ninguém tem essa intimidade comigo, mas estranhamente, partindo dela não me incomoda; até gosto e me sinto confortável.

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Aos poucos Dorothy vai ganhando espaço.❤

Ela e nós dois ( Série Clichês apaixonantes) Livro 1Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ