10 - Clima íntimo

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Dorothy Parker

Meus irmãos se divertem brincando com Kalel, e o agradando. Minha mãe fica assustada com o ocorrido mas depois eu conto para todos que terminei com Phill, e percebo os aliviados.
Almoçamos sem tocar novamente no assunto e Colin parece a vontade, conversa com meu padrasto e minha mãe tem um olhar enigmático, no meio da tarde nos despedimos, e levo Kalel dormindo em meus braços enquanto Colin, leva a bolsa, ele abre a porta e acomodo o no bebê conforto,  dou um leve beijo em seu rostinho e fecho a porta, dou a volta indecisa sobre onde sentar, mas a porta da frente e aberta pelo longo e forte braço do meu patrão. Meu patrão! Eu não sei o que fazer para manter isso em mente, as vezes nossos olhos se encontram de forma despretensiosa e há algo pairando no ar, algo invisível mas possível de sentir, quero ser útil e agradável a ele, que cuida de nós como se eu fosse a mãe do Kalel, não tem sido fácil dominar esse clima quase íntimo que por vezes cortamos ou podamos antes que algo muito errado aconteça. Não sou mulher para o rei de Manhattan, o advogado mais renomado que há, o cara que sai em capa das mais variadas revistas da elite nova iorquina. Não! Eu sou uma simples babá, doze anos mais nova, e fora do padrão de um homem como ele. Preciso me forçar a lembrar o quanto isso é inadequado e não quero estragar tudo por ilusão, preciso do emprego.
______ Sua família é muito acolhedora Dorothy, obrigado por me incluir em seu passeio.
______ Ah, obrigada; eles são alegres e falantes...
______ São honestos, trabalhadores e para ser sincero foi a primeira vez que estive de visita na casa de pessoas de verdade, sabe de quantos almoços participei que alguém me tratou como Colin?
Nego, em dúvida se minha família também foi íntima demais.
_______ Nenhum Dory, as pessoas que me convidam querem a presença do doutor Hills, o homem que não perde causas para justiça, o investidor ou o empresário; nunca eu, o viúvo, o pai, o Colin de jeans e camiseta, esse é totalmente dispensável, foi o melhor almoço de doze anos até hoje.
Fico espantado com sua declaração, isso é triste, é como não ter amigos ou familiares. Nervosa por essa revelação entro num assunto que não me diz respeito.
______ E seus pais, irmãos, sua família?
_______ Vai conhecer no natal, se estiver disposta a viajar para Quebec, eles tem uma casa projetada para assistir a Aurora Boreal no inverno e nos meses de novembro a janeiro Germânia Hills e Daniôr Hills gostam de viajar.
______ Estarão longe. Constato.
______ Sim, eles nunca gostaram daqui, acham agitado demais. Ele sorri, como poucas vezes eu vi, uma mistura de carinho e melancolia.
_____ E não tenho irmãos, sou filho único. Sinto pena, ter irmãos é muito bom, ter alguém com quem contar, pelo menos eu acho.
Sem me dar conta minha mão segue para seu rosto num carinho de consolo e ele permite, quando me dou conta do meu deslize ele faz um comentário que em nada  colabora com minha tomada de consciência.
_______ É de pessoas como você que o mundo precisa Dory; gentis, humanas e puras de coração.
_______ Não fale assim, que me sinto envergonhada, eu tenho minhas falhas.
______ E as reconhece, isso também é algo digno.
Fico em silêncio, de repente meu coração se agita, pois Colin só vê coisas boas em mim e se eu o decepcionar? Sinto medo, porque eu gosto de ser admirada por ele, eu gosto de ouvi-lo me elogiar, ser alguém que ele gosta. Sorrio ainda tímida para ele, que instintivamente pega minha mão e beija, bem na palma e estremeço.
______ Você também é um homem e pai maravilhoso Colin, nunca conheci alguém como você.
_______ Como eu sou?
Munida de uma coragem que não possuo, amacio seu ego.
_______ É lindo; age com generosidade, pensa no outro, cuida, protege e dá apoio, muito obrigada pelo que fez por mim hoje.
______ Sou lindo? De tudo que eu disse ficou no lindo, eu mereço.
______ É lindo, tem o sorriso mais bonito, os olhos mais intensos e o jeito mais bondoso.
______ Muito poético Dory, anda lendo romances.

______ Não é sobre um personagem que estou falando, é sobre você, seu caráter, suas atitudes Colin, você é especial.

_____ E você vê qualidade em tudo pequena Dory, a bondade está em seus olhos, não sou bom, há pessoas que me odeiam...

______ Sim com certeza, aquelas que não agem de boa vontade, Phill é mais um da sua lista. Falo e me arrependo, seu rosto se fecha.
______ Não entendo como era namorada daquele imbecil.
_______ Começamos no fim do colegial, ele me defendeu de um colega abusivo e aí fomos nos aproximando, mas não era bem um namoro, acho que era mais um faz de conta um dia ele disse para minha mãe que era meu namorado e ela me deixou ir a festa na casa de uns amigos, mas não rolava mais que uns selinhos de fachada, mas ele começou a aproveitar e me pedir coisas pois não tinha dinheiro, depois começou a ficar irritado, foi mudando, até que na última vez não me senti bem com ele mais, e pedi o fim seja do que for que tivéssemos pois já não era saudável, muita cobrança para um relacionamento vazio. Inclusive ele saia com outras garotas.
______ Você me contou, mas porque continuava mesmo sabendo?
Encolhi os ombros mas revelo, um tanto sem graça.
_______ Não tínhamos intimidade... relações; ele dizia que homens precisam disso e nada tem haver com amor, eu não via mal algum, porque não amava Phill.

Colin me encara com um brilho nos olhos, e um meio sorriso cheio de carinho, que esqueço do assunto, contemplando o meu coração acelerar as batidas, fascinado e iludido.

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Tem mais alguém aí caidinha por Colin?
Claro né meninas 😉

Agora quem tá torcendo pelo primeiro beijo desse casal clica na estrelinha ⭐ que é a mágica para os capítulos saírem bem rápidos kkkkk

Beijos gente linda, Obrigada pelo carinho.

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Ela e nós dois ( Série Clichês apaixonantes) Livro 1Where stories live. Discover now