Bianca Andrade

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Bianca - POV

- Bia, tem certeza que vai ficar bem? Não quer que eu fique com você hoje a noite? Peço pro Miguel buscar seu carro amanhã na oficina. - Marcela disse ao que estacionou na frente do prédio. Hoje peguei carona, já que o pneu do meu carro havia estourado. Ela sempre se preocupou demais comigo, e eu só tinha que agradecer por ela ser tão amiga e paciente.

- Juro que vou ficar legal, ok? Qualquer coisa eu ligo, você sabe.

- Tá, amanhã vai querer carona até a oficina?

- Não, eu acho. Chamo um táxi, mas, obrigada por tudo. - Disse com toda sinceridade que havia em mim.

- Vê se descansa. Beijo. - Ela se despediu e eu fechei a porta do automóvel vendo-a partir na direção do horizonte.

Entrei no prédio, e enquanto o elevador subia comecei a procurar as chaves de casa, sempre esquecia em qual bolso da mochila eu guardava. Assim que as encontro as portas prateadas se abrem, eu caminho um pouco e, enfim, chego no lar, depois de um dia cansativo de trabalho tudo que eu queria era deitar na minha cama e esquecer que esse dia aconteceu, ou, que na verdade, ele sempre vai existir.

Eu estou uma derrota - como praticamente todos os dias, mas hoje, ainda um pouco mais. É a porra do aniversario do dia que eu simplesmente acordei e Bárbara tinha deixado uma mensagem de texto pra mim, há 1 ano atrás, dizendo que tudo entre nós tinha acabado, e que havia ficado 5 anos comigo por pena. Ela nunca tinha me amado, ao que pareceu, e sabe... eu a amei com todo meu ser, mas ela fora embora.

De fato, tudo parecia tão melhor com ela, todo momento ou qualquer bobagem que fazíamos juntas, nossas comidas, os finais de semana acordadas na madrugada vendo filme, as faxinas, as mudanças, todas as crises da adolescência... Todas essas e, tantas outras coisas, se tornavam mais fáceis enquanto eu tinha ela.

E o que mais me dói não é ela ter ido em sí, mas sim, a forma que se foi. Maldito o dia que eu pensei que seria feliz!

Talvez o problema fosse eu.

Deixei a mochila na sala, mas antes, peguei meus esquadros novos para guardar antes que eu os quebrasse como os antigos, e subi as escadas até o cômodo da parte superior do loft, o meu quarto, imaginando que poderia simplesmente tomar um banho quente e dormir a noite inteira. E em meio a esses devaneios eu abri a porta não acreditando no que estava adiante de mim segundos depois.

Fechei e abri os olhos rapidamente algumas vezes, só pra ter certeza de que eu não estava tendo algum tipo de alucinação ou algo pelo efeito do cansaço. Tinha uma mulher no meu quarto. EU NUNCA TINHA VISTO ELA NA MINHA VIDA. Era uma ladra? Deveria ser. Então, eu gritei tão alto que acho que meus vizinhos juraram que eu tinha visto um sapo no banheiro de novo. (Essa é outra história que depois eu conto pra vocês).

Fiquei em choque, e pra minha sorte, ela não parecia estar armada, porque senão, eu já teria morrido há tempos.

- Quem diabos é você? Como entrou aqui? - Ela não me responde. - Fala, senão eu te acerto com meu esquadro. - Quem ameaça outra pessoa com uma régua em formato de triângulo?

- Ei, calma! - Ela levantou as mãos para cima, como em sinal de rendição ou simplesmente querendo dizer que não tinha como me machucar (?). - Você está bem? - A "ladra" perguntou e tentou se aproximar, mas eu a repreendi.

- Para agora! Senão eu vou chamar a polícia. Tenta dar mais um passo e eu grito outra vez.

E ela nada fez, apenas continuou olhando pra mim, estática. Não conseguia decifrar sua expressão, era tão... como posso dizer? Angelical?

Agora imagine você chegando em casa, abrindo a porta do seu quarto e dando de cara com uma mulher que nunca viu na vida, e ela continua lá, parada olhando pra você. Ela tem cabelos longos, na altura da cintura, para ser mais exata, seu cabelo é loiro, ondulado e ela tem os olhos tão verdes e cativantes, tão brilhantes... Merda. O que você faria? Acho que estou ficando louca.

Virei de costas e fechei os olhos querendo acreditar que ela estava ali, mas não que era real. - Saia daqui, por favor. Por favor, por favor. - Pedi em sussurro, convicta de que era algo da minha cabeça.

- Posso falar com você 1 segundo?

- NÃO! Sai, some daqui, por favor.

- Bianca Andrade . Para! Fala comigo. - Ouvi sua voz chamar meu nome, e um medo descomunal subiu pela minha espinha fazendo meus pelos se eriçarem.

- AHHHHHH!!! Você sabe meu, meu nome?! - Eu só tive ação de correr e ir para debaixo dos meus lençóis. Meu melhor esconderijo contra fantasmas de todo mundo, certo? Era minha primeira experiência com o sobrenatural. Eu iria ficar ali até ela resolver ir embora. Céus, meu coração iria sair pela boca.

Eu só não contava que iria adormecer tão rápido.

Brigdes Där berättelser lever. Upptäck nu