Deu certo?

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Bianca - POV • Passagem de 1 mês

— Ai tô ansiosa, será que o cara da gráfica conseguiu?  — Perguntei enquanto Manu dirigia até o caminho para buscarmos o mini filme.

— O Victor Hugo? Relaxa. Ele e o Guilherme trabalham super bem. Você mandou os videos e as fotos direitinho?

— Mandei.

— E a narração também?

— Tudo certinho.

— Então confia que eles já vão ter acabado.

— Tomara. Eu tô muito ansiosa, e feliz. Eu não pensei que fosse ficar tão animada, mas eu tô em êxtase.

— Eu te entendo. Fiquei exatamente assim quando soube do Teodoro. Você lembra, não lembra? Cara, seu afilhado vai fazer 1 ano já, Bianca.

— Minha vidinha. Eu lembro sim, que ódio. E a Mari se derreteu todinha.

— A Rafa vai pirar, tenho certeza. Você já imaginou o quão mimada e cuidada você vai ser? Argh, vou passar longe da casa de vocês durante 9 meses. — Ela brincou e fez cara de nojo.

— Mentiu, não consegue passar um final de semana sem visitar a gente. — Ela vai parando o carro devagar.

(...)

Quando finalmente cheguei por volta das 20:30, a sala já estava vazia, Rafa não estava no estúdio, nem Mari se encontrava mais alí. Imaginei que ela e Kasih estivessem tomando banho, ou já deitas, apenas me esperando.

Cheguei ao corredor que dava acesso aos quartos e vi a porta do de Kassih aperta, e uma voz quase celestial saindo de dentro dele. Ah, eu amava quando Rafa cantava. Me aproximei devagar para não chamar atenção, e me encostei na porta, espiando toda a cena com uma sorriso no rosto.

As luzes estavam apagadas e só a do abajur de cogumelos ligada. O quarto era do jeitinho que ela gostava, paredes brancas com detalhes em azul e lilás. Kasih estava em volta dos seus ursinhos de pelúcia, um leão e um guaxinim, e Rafa estava sentada numa poltrona acolchoada ao lado da cama, fazendo carinho no rosto da pequena e cafuné, ora ou outra. Sua voz a ninava com graça, e eu juro que quase interrompi a cena, mas era tão linda que me contive em apenas olhar.

Minha cupido cantava concentrada enquanto Kasih já estava dormindo, e de vez em quando, ela se curvava de leve para beijar a testa da nossa filha.

— Sometimes, these walls seem to cave in on me, but when I look in your eyes, I feel alive. — Fechei os olhos ouvindo ela cantar ''Blue -Beyoncé'', bem baixinho, quase como um confissão para Kasih.  Meu coração estava todo mole. Me senti extremamente emocionada,Rafa era uma ótima mãe, ela estava sendo perfeita. E essa nova criança seria muito amada. Era uma experiência única, que me preenchia de bons sentimentos, me sentia completa. Minha família era a melhor parte de mim.

Quando Rafa acabou a música e Kasih já estava no sono pesado, ela levantou e me viu chorando feito boba. E eu era. Eu as amava tanto que eu não podia explicar, não haviam palavras para descrever, e talvez, aquela amor nunca tivesse fim. Ainda que minha vida chegasse ao sim, eu as amaria pela eternidade, e as envolveria nesse sentimento tal como as asas de Rafa faziam comigo.

Rafa andou até a porta e eu me afastei para que ela fechasse, e consequentemente, para que não acordássemos Kasih. Ela se aproximou e limpou minhas lágrimas, como sempre fazia.

— Ei, o que foi isso? Há quanto tempo está nos observando? — Eu não sonorizei, apenas balancei a cabeça em sinal  negativo.

— Tempo suficiente para saber que vocês são a razão da minha felicidade. — Puxei Rafa para um beijo terno, que eu gostaria que nunca acabasse.

— Tá tudo bem mesmo? — Ela perguntou. Ah, se ela soubesse o quanto eu emanava alegria.

— Juro de mindinho. Você pode arrumar as comidas enquanto eu tomo banho e ajeito tudo pro filme?

— Claro, vai lá. Eu te espero na sala de tv.

— Tá bem, prometo não demorar.

                                    (...)

Enfim eu termino tudo, e ela já está muito bem acomodada no sofá cama enorme que tínhamos alí.

— O que vamos ver? Você ainda não disse.

— E nem vou dizer, espera pra ver.

— Eu sou curiosa, Bi. — Ela arrumou o balde de pipoca nas pernas e se sentou na espera que eu desse play.

— Vou dar play, presta atenção, a gente já viu algumas vezes.

— Old que é filme de cachorro,quer ver...

E então eu dou play, tudo começa com um filme comum, e ela não tira os olhos da tela, e de fato, era filme de cachorro, Marley e eu, era seu favorito, eu pedi que Victor Hugo deixasse rolar uns 5 minutos de filme, porque senão minha ansiedade me mataria.

E assim, do nada, começa a passar alguns videos e fotos nas nossas primeiras férias juntas em LA, do nosso casamento, na nossa dança nele, da lua de mel, das vezes que fomos ao abrigo... Cada detalhe, e cada momento gravado contava o quanto era grata por tudo, e nesse meio tempo, Rafa olhava para mim sem saber como reagir (ao que parecia), ela só chorava e ria ao mesmo tempo, acho que lembrando de todas as coisas boas, assim como eu, que também chorava.

— O que é isso, amor? Não é nenhuma data especial... nem nada.

— Assiste.— Eu segurei sua mão e entrelacei nossos dedos quando chegou na parte mais esperada por mim. Começando com um narração minha (era estranho ouvir minha própria voz alí), com um video de hoje mais cedo que Manu me ajudou a gravar. Eu contava sobre como estava feliz e animada, e caminhava perto de algumas lojas, Raven vez ou outra também aparecia, o que nos fazia rir. (ela gosta de se amostrar ela).

No video, eu parei em frente a uma loja de roupinhas de bebês e entrei. A gravação me mostrava escolhendo um terninho e um sapatinho de crochê, Manu estava chorando e eu também estava. Rafa já tinha sacado, e então me olhou incrédula.

— É verdade? Para você tá brincando comigo. Deu certo?

— Não estou. — Minhas lágrimas correram livres. Depois de mais duas tentativas falhas, finalmente havíamos conseguido. — 6 semanas. — Rafa me abraçou forte e me beijou outra vez. — Eu te amo tanto, Bianca. Por Zeus, eu sou a mulher mais sortuda de todos os mundos.

Entreguei-lhe uma pequena caixinha, e dentro havia o sapatinho que eu tinha escolhido com Manu.

Brigdes Where stories live. Discover now