Capítulo 5. A insegurança no fim de uma relação

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Theo foi procurar minha amiga, Juliana, para desabafar. Mas, ele estava ciente que ela já foi motivo de muitas brigas e dor para nós. Theo já tinha ficado com ela umas cinco ou seis vezes e Ju gostava dele, mesmo negando, mas eu sentia. Por isso, em relação a ela, eu era super insegura. Sabia que se Theo quisesse, Ju iria lá fazer tudo o que eu não andava fazendo e esfregar na minha cara o tamanho da minha incompetência. Theo descumpriu nosso combinado de manter distância de Juliana, mesmo sabendo que me afetaria. Aliás, ele já foi obcecado nela. Impossível ter segurança.   

Foi em um desses desabafos diários com Ju sobre a nossa relação, que ela postou um print no status do WhatsApp de uma conversa com alguém que ela tampou o nome. Só esqueceram que eu conhecia exatamente o jeitinho que esse "alguém" escrevia. E foi aí que descobri que Theo a procurava para desabafar sobre o papel de mulher que eu não cumpria no nosso relacionamento.   

Na mensagem, Juliana dizia: "você é um idiota de continuar insistindo na Isabela". Foi basicamente isso que ela respondeu para o desabafo de Theo. Eu não a julgo, ela gostava dele, queria Theo solteiro e descompromissado para tentar algo. O sentimento dela era forte, então tudo bem. Ju, no fundo era uma boa pessoa.   

É claro que isso gerou uma onda de sentimentos em mim. Ele não negou a afirmação dela, ele procurou a única pessoa que eu pedia para não procurar.  Eu passei aquela madrugada chorando e discutindo com Theo. Foi sem dúvidas a nossa pior briga. Não resolvíamos. Ele não assumia que estava errado e dessa vez eu não queria pedir desculpas. Ananda até entrou no meio para tentar ajudar e falou com ele, mas Theo estava irredutível. Eu estava muito magoada, triste e com muita raiva, sem nem conseguir dormir. Decidi que não ia querer falar com ele pessoalmente no dia seguinte. Sabia que se a gente conversasse, eu poderia falar merda, magoá-lo e acabar com tudo. Então, disse que não iria encontrá-lo, que iria me acalmar e a gente resolveria depois.   

No dia seguinte, eu fui pelo outro lado da rua para não passar por ele na porta da lanchonete. Porém, Theo não respeitou meu pedido, atravessou a rua e me chamou para conversar:   

__ Não, não quero conversar agora, se não, vou falar o que não devo.   

__ Por favor, Isabela, vamos na lanchonete resolver.   

__ Não.   

__ Por favor!   

__ Eu tenho que entrar pro colégio, tchau.   

Puxei uma das minhas amigas que estava comigo e fui. Eu avisei que estava brava, eu avisei.   

Cheguei em casa e adivinha... Theo tava puto!!! Fez um drama imenso, disse que se sentiu como um cachorro desprezado. Me fez sentir culpada, errada e de tanta briga, eu já não tinha mais psicológico para aguentar tudo isso. Chorava muito e as minhas crises de ansiedade aumentando. Então, resolvi pedir desculpas para ficarmos bem logo. Mas, dessa vez, ele é quem não quis resolver. Continuamos mal.   

Nessa época, eu comecei a enfrentar problemas emocionais intensos de autoestima. Me sentia insuficiente para ele, e ao mesmo tempo morria de medo de ninguém me amar novamente. Além de tudo, eu cresci mais e Theo ficou mais baixo do que eu. Isso só aumentou meu complexo com a minha altura, com a minha aparência e comigo mesma.   

Meu amigo, Renan, havia me contado que viu no celular de Bianca, sua amiga, conversas suspeitas com Theo. Bianca era outra ex namorada de Theo. Quando Renan me contou aquilo, senti um nó na garganta, meu coração acelerar... MEU DEUS! Onde foi que eu errei? Mas, mesmo assim, não quis tirar conclusões precipitadas antes de falar com Theo. Aquele que era dono da aliança do meu dedo.   

Já estávamos mais aliviados sobre Juliana, sensíveis, mas estávamos em paz de novo. Mandei mensagem: "Amor, amanhã precisamos conversar. Me espera na lanchonete que eu tentarei chegar mais cedo".   

Por nossos filhos - baseado na música de Zé Neto e Cristiano Where stories live. Discover now