Capítulo 18. A luz iluminando outro lugar

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Chego em Nova York e respiro um novo ar de um novo lugar. Pronta para começar uma nova vida. Minha mãe foi comigo, mas só para me ajudar na fase de adaptação. Ela iria voltar ao Brasil em poucos meses para ficar com meu pai. Chego em meu novo apartamento. Pequeno, aconchegante com máquina de café... tudo que eu precisava para morar com minha pequena Liz. Eu sempre iria pagar as passagens dos meus pais para irem me visitar duas vezes no ano.

No 1° aninho da minha filha, já havia me adaptado a faculdade e a minha nova casa. Sempre que podia, ligava para meus amigos. Ananda e Maristela me mandavam mensagens todos os dias.

Minha faculdade era de manhã, e meu internato de medicina na parte da tarde. Minha mãe havia voltado para São Paulo. Eu contratei uma babá de qualidade do prédio para ficar com Liz durante o dia. Chegava em casa e buscava Liz ansiosamente para passar um tempinho com ela. Enquanto ela mamava em meu peito eu estudava um pouco. Mas tudo se dificultava quando Liz chorava sem parar e não me deixava dormir e descansar para o dia seguinte. A figura de um pai fazia sim muita falta, mas eu conseguia me virar e me esforçar para dar a melhor vida possível pra minha filha.

•••

No aniversário de 3 anos de Liz a busquei na creche, saí mais cedo do hospital para levá-la ao parque de diversões de Nova York e comemorar mais um aninho de vida. Fomos juntas com minha melhor amiga e madrinha de Liz. Sim, Ananda morava comigo. Ela foi transferida para a mesma faculdade que a minha no mesmo programa de internato. O destino nos queria sempre juntas.
Quando voltamos do parque, Ananda pegou Liz no colo que dormia como um anjinho. Fui pegar nossas correspondências na caixa de correio. Contas, boletos... consequências da vida adulta. Entre esse tanto de papel indesejado, encontro algo familiar:

De: Seu flamenguista favorito. Para: uma Corinthiana sofredora Sp, 20/11/2025

Um dia você me escreveu uma carta e demorou muito para entregar. Agora, escrevo uma. Mas, entregarei hoje mesmo. Eu sei que prometemos evitar entrar em contato um com o outro. Porém, essa é uma promessa que farei questão de quebrar nesse momento. Hoje é meu aniversário, e lembrei de todos os meus aniversários passados que você postava textos e vídeos me parabenizando.
Saudades de conversar com você. Tu me entendias de uma forma única. Quando estou triste, lembro de você
sorrindo para mim dizendo que ia ficar tudo bem.

Sophy te mandou algumas fotos do Bryan, né? Ele fez 2 aninhos ontem. Um dia antes do meu aniversário e o de 3 anos da sua Liz.

As coisas aqui estão bem. Levei a Sophy para Barcelona na nossa lua de mel, como sempre sonhamos. O casamento foi lindo. Tocou a música do flamengo na minha entrada rsrsrs. Eu sei que você me mataria se visse isso. Só faltou você lá. Que pena que não pôde vir. Seria o encerramento da história do nosso trio. Arthur chorou muito, o durão ficou sentimental quando eu disse sim no altar. No momento do sim, confesso que lembrei de você... Mas ela é a mãe do meu filho.

Você sempre torceu pela minha felicidade, vibrava e comemorava as minhas alegrias. Eu queria que soubesse que sou grato por mais uma conquista. Obrigado por nunca ter desistido de mim. Eu venci a depressão e você teve um papel importante nisso.
A primeira palavra do Bryan foi papai. Acho que estou cumprindo bem o meu papel.
Parabéns para a Liz, que ela seja sempre feliz e herde o seu sorriso e a sua essência. Desejo uma feliz vida para a sua filha. Avise a ela, que tem um titio que a ama e que ela tem um amiguinho ansioso para conhecê-la.

Sinto sua falta, mesmo sabendo que isso é errado.

Com sinceridade,

Por nossos filhos - baseado na música de Zé Neto e Cristiano Where stories live. Discover now