Capítulo 12. A festa na piscina

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"Ai, que vontade de estragar essa nossa amizade... Vou falar que eu te amo, vou correr o risco. Ou eu ganho um amor ou eu perco um amigo". Maiara e Maraísa – Ai, que vontade.   

As férias chegaram. Guto e eu não nos distanciamos. Parece que a nossa amizade sempre tinha como evoluir. Minha prima Duda estava dormindo na minha casa em um final de semana. Na sexta-feira, Guto nos chamou para ir no sábado de manhã a uma quadra de jogos de futsal perto da nossa escola. Ele seria o juiz dos jogos. E queria que fossemos vê-lo. Convenci Duda a ir comigo, eu pagaria o Uber.
No dia seguinte, acordo as 07:30h pra me arrumar. Visto minha camisa do Corinthians e uma calça preta bem colada, do jeito que eu gosto. O relógio marca 09:00h e Guto me manda mensagem:   

● Isa, não tô conseguindo pedir uber aqui do meu celular, pede aí pra mim. [09h00]   

O jogo ia começar as 09:00h, Guto já deveria estar lá apitando o começo dos jogos, mas estava atrasado. Pedi o Uber pra pegar ele em sua casa, e depois pedi outro pra mim e Duda irmos.   

Eu havia chamado Guto pra almoçar lá em casa depois dos jogos, já que meus pais estavam trabalhando. Enquanto Guto observava os jogadores, eu marcava os tempos pra ele. Duda estava do meu lado quando ele se vira pra trás, e me dá um olhar lento de baixo pra cima. Como se estivesse me imaginando nua. Quando seu olhar chega nos meus olhos, ele ri com aquela cara lerda e safada.   

__ Ê, Isabela! rsrsrs.   

__ O que foi, menino? - pergunto tentando entender.   

Ele me responde com outro sorriso malicioso e segue prestando atenção no jogo. Eu ainda não tinha percebido nada, até que Duda cochicha no meu ouvido:   

__ Ele te comeu com o olhar!   

__ Tá doida, amiga?   

__ Isabela, eu vi. Ainda fez cara lerda, eu vi, mano.   

Sinto aquele friozinho na barriga, por que Guto me olhara dessa maneira que Duda dissera? Eu forçava meu cérebro a acreditar que não significava nada, não podia deixar nada me iludir e piorar a situação do meu emocional.   

Os jogos acabaram um pouco mais de 12h. Fomos de Uber todos juntos, pra minha casa. Chegamos e eu já fui direto pra cozinha com Duda para preparar o strogonoff. Guto ficou lá com a gente, sentado em uma cadeira de frente pra mim. Prendi meu cabelo, e comecei a preparar nosso almoço. Entreguei meu book de 15 anos para ele ver as fotos. Percebi ele fotografando com seu celular, uma das páginas do book. Posso ter visto errado, mas não faço a mínima ideia do porquê ele faria isso. Guto fez aquele olhar de desejo sobre mim novamente. Duda observava tudo calada. Mas ela entendia o que estava acontecendo.   

Eu e Guto saímos para ir no mercado comprar refrigerante. No caminho ele me contava cada detalhe sórdido do dia que Sophy foi na casa dele. Sim, um tempo depois do rolo com Any, Sophy e Guto voltaram a conversar. Mesmo ela tendo sido infantil e acabado com o sonho dele. Mesmo ela tendo o difamado pela escola toda, fazendo as pessoas o julgarem. Mesmo ele tendo traído ela. Mesmo com tudo isso, os dois voltaram a ficar. Guto dizia que era só tesão e que não namoraria Sophy novamente de jeito nenhum. Mas ele não me enganava.   

•••   

Almoçamos e passamos a tarde toda conversando. Deu um probleminha, porque eu não tinha avisado meus pais que ele estava lá em casa. Meu pai chegou, viu Guto, mas não me falou nada, apenas comunicou minha mãe que depois encheu completamente a minha paciência, dizendo que era feio receber meninos em casa sem ninguém adulto lá. Mas, eu faria tudo de novo e de novo. Não me arrependo, valeu muito a pena aquele dia. Correr todo aquele risco fazia tudo ficar mais emocionante dentro de mim.   

Por nossos filhos - baseado na música de Zé Neto e Cristiano Where stories live. Discover now