Capítulo 15: Perguntas e respostas

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Olá, querida leitora, faça uma boa leitura do capítulo. 

Talvez seja necessário reler para assimilar determinadas partes, a senhora Graham pode ser bastante misteriosa e fala de forma fragmentada. 

Enjoy!

***




Passamos no hotel só para uma ducha rápida, estávamos os dois ansiosos. Eu pude perceber Jamie apressado no banho e depois batendo o pé enquanto me arrumava.

Ele dirigiu até a livraria, e trocamos menos palavras do que no trajeto do círculo até o hotel. Antes de sairmos do carro, ele travou as portas, hesitou um pouco, mas começou a falar:

— Não podemos deixar que nada disso afete os dias que nos restam, Sassenach. ‒ Ele apertou minha coxa. — Sei que estamos com os dias contados.

— Sempre estivemos.

Jamie apertou minha coxa mais forte e eu protestei tentando arrancar sua mão dali.

— Não esperava que as pessoas fossem ficar me lembrando disso.

— Do que está falando, Jamie?

— Que sempre soube que nosso tempo era curto, só não pensei que todos fossem ficar me lembrando disso o tempo todo.

— Todos? ‒ Senti um desconforto horrível, Jamie pareceu perceber e apertou minha perna de novo. — Dá pra parar de fazer isso? ‒ Eu lutei em vão.

— Estou te machucando?

— Não, mas é...

— Você está longe, Claire, desde que saímos do círculo, e apertar você assim parece ser uma forma de te fazer olhar nos meus olhos.

De repente, percebi que realmente não olhava diretamente para os olhos dele, e a razão era algo entre a minha ânsia de curiosidade e meu senso de autopreservação.

— É que eu não consigo esconder o que penso, Jamie, e é bem difícil porque perto de você, eu esqueço desse fato.

— E qual o problema nisso?

— Você não acharia problemático alguém te lendo o tempo todo?

— Você me observa o tempo todo, Sassenach, me analisa da forma como as palavras saem da minha boca, até em como meu corpo se movimenta.

— Como pode saber disso? ‒ Falei, mas eu não estava surpresa. Tinha conhecimento de que eu não disfarçava tão bem assim meu olhares para ele e seu corpo.

— Já vi você me olhando e seu rosto me contou o resto.

— Tá vendo? É uma maldição.

— Não é não. ‒ Ele segurou minha mão, a palma enorme apertando meus dedos finos. — Eu gosto da sua espontaneidade, Sassenach, e de saber exatamente o que você está sentindo naquele momento. Agora, por exemplo, você está ansiosa.

— Não vou dizer que estou tranquila. Algo na senhora Graham me tira do eixo. ‒ Minhas mãos suavam um pouco e não consegui conter a vontade de enxugá-las nas calças, mas Jamie continuava com a posse da minha mão direita, então esfreguei a esquerda com força fazendo a palma arder.

— Claire, você sabe que não quis causar nada disso, nunca imaginei que a senhora Graham pudesse agir dessa forma. Ela sempre foi tão amável comigo, quando eu vinha com Jenny, me oferecia chá e me levava para cima e para baixo com livros pesados, enquanto ela organizava nas prateleiras. Me tratava como uma mãe também, me dando puxões de orelha, mas sempre muito gentil.

Além do tempo (parte I)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora