Além do tempo (parte I)

Capítulo 18: Inesperado

E vamos de mais um capítulo narrado pelo queridíssimo Jamie.

Boa leitura!

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POV JAMIE

Claire adormeceu. Eu podia senti-la respirando num ritmo cada vez mais lento, à medida que foi se entregando ao sono e ao mundo dos sonhos. Meu corpo se aninhou ao dela por vontade própria, e antes que eu pudesse organizar e processar tudo que aconteceu no dia, também dormi.

Acordei antes de Claire, que continuava quase na mesma posição em que a deixei. As costas nuas e a pele branca como a neve. A nuca parcialmente coberta por cabelos abundantes, onde não resisti e pousei meus lábios na parte livre, fazendo-a se arrepiar instantaneamente. Um sorriso escapou dos meus lábios.

Ainda não entendia o que estava acontecendo, o sentimento novo que aflorou dentro de mim e a sensação gostosa e, ao mesmo tempo, perigosa. Eu a desejava como nunca desejei nenhuma, mas ia muito além do sexo ou das conversas intermináveis. Havia entre nós um impulso e uma urgência diferentes de qualquer outra coisa que eu já havia experimentado.

A beijei de novo na nuca nua e afastei os cachos para ampliar a minha atuação, sorteando beijos descontroladamente. Não demorou e Claire começou a se remexer e soltar gemidos de satisfação.

— Hum... Jamie. ‒ Protestou quando tomei sua bunda redonda na minha mão e apertei forte mordendo suas costas de leve, deixando a pele vermelha. Ela se movimentou bruscamente, tentando me chutar por trás.

— Hum... Sassenach. ‒ O desejo era maior que eu.

Claire protestou e se virou de bruços tentando se afastar de mim, mas a manobra só tornou as coisas mais fáceis, e passei a ter acesso aos dois lados de seu traseiro irresistível.

— Quer mesmo passear ou podemos passar o dia na cama?

— Quero dormir só mais um pouquinho. ‒ Sua voz estava rouca pela sonolência.

— Durma o quanto quiser, temos o dia todo. ‒ Sussurrei beijando sua bochecha e seu ombro à mostra, sentindo o cheiro da pele morna.

Me virei sorrindo de seu rosto sério, os olhos fechados como se os forçasse assim, mas logo foi relaxando e adormeceu novamente. A deixaria dormir até que sentisse vontade de sair da cama, e não ligaria se ela quisesse permanecer ali o dia todo.

Estava frio até para mim e toda a lenha de dentro havia sido queimada na madrugada, então tive de sair e recarregar a cesta e alimentar o fogo. Não havia sol e o céu parecia irritado e pronto para explodir. Talvez nós fossemos realmente obrigados a permanecer abrigados, o que me fez pegar um refil duplo de lenha.

Claire dormia profundamente, e me sentei na cama a observando alguns minutos. Seu corpo subia e descia lentamente, a boca rosada me fez salivar e toquei seu queixo sentindo a pele macia. Ela era perfeita e eu não falava isso só porque estava totalmente na dela. Claire me causava um fascínio quase perturbador, e meu corpo gritava pelo dela de uma forma totalmente inesperada.

Improvisei nosso café da manhã, preparei ovos mexidos e fritei as salsichas que restavam na geladeira, e claro, fiz um delicioso café.

Como se sentisse o aroma do café, Claire despertou se sentando na cama, os seios apontando para mim enquanto se espreguiçava descontraidamente. Ela me olhou e viu que eu a fitava e sorriu sem jeito, percebendo onde meus olhos estavam.

Lhe ofereci uma caneca de café e minha recompensa foi um um biquinho pedindo um beijo, selei meus lábios nos dela e nos entreolhamos.

— Como você dormiu?