📓 Fora do Plano

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Bea encontrava-se sentada no sofá enquanto esperava Maitê, que havia ido até o quarto buscar algumas coisas. Ela foi junto com o noivo visitar os sogros, principalmente, por causa do pedido insistente da senhora. Não sabia exatamente o que esperar, mas já fazia alguma ideia.

– Minha querida, você não tem noção das coisas que separei para a decoração do casamento – disse a sogra, voltando agitada, com muitas coisas em mãos, e sentando-se ao lado dela.

Bea suspirou.

– Eu falei com minha amiga, Rute, uma cerimonialista, e nós duas bolamos coisas maravilhosas.

Lançou sobre a mesinha de centro todas aquelas coisas que lhe ocupavam as mãos e braços.

– Falou? – Bea pôs o cabelo atrás da orelha e, naquele instante, sentiu-se invadida. O casamento não era dela?

– Sim, vou lhe mostrar o que preparamos.

Ela começou a mostrar uma serie de texturas e bordados para as cortinas; apresentou os modelos de porcelanatos e pratarias selecionados para o jantar; as cores dos tecidos para a decoração; as taças de vidro de todos os estilos, de acordo com as bebidas que seriam servidas; o formato das mesas e como seriam dispostas no espaço; a ornamentação dos bancos da igreja e tudo mais... Beatrice começava a se sentir fadigada com tudo aquilo, e Pedro havia saído com o pai para fazer algo, então ela não tinha ninguém a recorrer.

– Tivemos até uma ideia para o seu vestido.

– O quê? – Ela franziu o cenho.

– Sim, existem umas rendas que podemos pedir na Europa e o caimento ficará perfeito.

– Dona Maitê, eu... – ela não queria ofender, mas se sentia numa encruzilhada – sempre desejei que minha mãe fizesse meu vestido de noiva.

A senhora somente sorriu, não dando muito crédito as palavras da nora.

– Precisamos ver também a lista de convidados.

Naquele momento, a porta da casa se abriu e os dois homens entraram. Bea soltou o ar, aliviada. Sr. Lorenzo andou rumo aos quartos. Então, ela olhou para o noivo com súplica, porém, para sua decepção, ele não prestou atenção. Pedro sentou-se numa poltrona e começou a teclar no celular sem parar. Uma irritação aflorou em Bea.

– Vamos ter no mínimo uns 300 convidados.

Beatrice arregalou os olhos. Quem seria toda aquela gente? No máximo, os convidados dela seria umas 50 pessoas.

– Precisaremos chamar o juiz Rodolfo, amigo de seu pai, com toda a família; o desembargador, Emanuel, sua esposa e filhos. Alguns advogados e defensores públicos que sempre foram nossos amigos; a promotora Elizangela também, que te viu quando criança, Pedro – a mãe sorriu para o filho, mas ele não se atentou, apenas assentiu.

E ela continuou falando, falando, falando... Uma dor aguda tomou conta da cabeça de Bea, que já não conseguia mais ficar ali. Ela gostava muito da senhora Maitê, porém, toda aquela empolgação e vibração começaram a lhe cansar.

– Eu preciso ir pra casa. – A jovem cortou abruptamente a fala da sogra.

Pedro, enfim, observou-a.

– Mas por quê?

– Eu estou com muita dor de cabeça.

– Bea, você pode se deitar num dos quartos e tomar um remédio. Não precisa ir agora – argumentou Maitê.

– Eu preciso sim. Quero poder descansar tranquilamente no meu próprio quarto. – Naquele instante, ela se sentiu como uma adolescente, mas não se importou muito. Estava aborrecida!

Um Perfeito EncantoWhere stories live. Discover now