043.

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Eiva.

Dormi rápido, estava mais cansada do que já tinha me lembrado. Talvez porque antes mesmo de eu e Vinnie nos encontrarmos eu já estava morrendo de sono e depois então.

Fiquei feliz por ter conseguido falar para ele dormir, porque realmente era uma coisa que eu queria e bem antes, quando ele tinha falado que iria dormir na sala eu não tinha achado uma das melhores ideias. Queria ficar perto dele, mesmo que achando melhor não estar tão próxima assim.

Quando fomos dormir já parecia ser quase de manhã cedo, porque já dava para ver que as cortinas e janelas de seu quarto não estavam tão escuras. Depois de eu ter pegado sono, acho que ele também não demorou muito para dormir.

- Vinnie - acordei ouvindo uma voz gritando do andar de baixo e acabou que me assustei, porque não tinha me lembrado que estava junto do mesmo. Fiquei sentada na cama e o garoto não parecia nem ter notado, já que nem se mexeu direito - Vinnie.

A voz ficou mais forte e ouvi passos vindo da escada. Não sabia se ficava com medo de quem poderia ser, ou se tentava fingir que estava dormindo. Queria sair dali e ir para o banheiro, mas antes que eu pudesse pensar em fazer algo além de me abraçar ao loiro de novo, uma mulher praticamente idêntica a Vinnie surgiu na porta e era óbvio que era sua mãe.

- Vinnie - ela chamou, não tão alto dessa vez e me virei para o outro lado, fazendo com que ele logo acordasse assustado e se sentasse na cama - finalmente!

- Mãe? - sua voz era embargada e rouca, talvez porque tivesse acabado de acordar e ele passava suas mãos nos olhos tentando os abrir direito

- Oi Eiva - ela disse amigável quando me sentei na cama ao seu lado e sorri tímida e fraco para ela, retribuindo - desce comigo. Seu pai quer falar com você.

- Problema é dele. Diz pra vir outra hora - ele respondeu dando de ombros e se deitando de novo, ficando com os olhos vidrados nos meus

- Vinnie vem comigo, por favor - ela respondeu suplicando e ele apenas negou com a cabeça, fazendo a mulher bufar e sair dali.

Ele já tinha falado algumas vezes na República que sua relação com seu pai era bem ruim e que quase nunca via ele. Isso era uma coisa parecida entre nós, já que eu também via meu pai raramente.

- Bom dia - ele disse como se não tivesse acontecido alguma coisa agora e sorriu de canto para mim, agora com os olhos fechados e ainda o encarava - o que aconteceu?

- Você não acha melhor descer? Se quiser eu posso ir com você, já aproveito e vou embora também - respondi me levantando e ele fez o mesmo

- Eiva - Vinnie me chamou e o encarei - calma, respira. Pode vir comigo, mas não precisa ir embora agora. Eu levo você mais tarde.

- Tem certeza? - perguntei, ainda não sabendo se eu realmente queria descer ou só tinha falado para não complicar mais as coisas e ele assentiu, fazendo com que eu desse de ombros e descesse junto com o mesmo.

Seu pai estava sentado de costas para a escada, no sofá, e conversava sobre o que parecia ser Vinnie com a mulher que não queria dar muita importância para aquele assunto.

- O que quer aqui? - Vinnie logo perguntou, fazendo o mais velho se levantar e se virar para nós

- Primeiro, oi - ele disse e percebi o suspiro de Vinnie - segundo, já ta trazendo mais menina aqui?

- Ele nunca trouxe ninguém pra cá - a mãe dele meio que nós defendeu e eu apenas ficava encarando os dois sem saber aonde me meter, porque afinal de contas não era da família e não sabia nem o porque de seu pai estar ali.

- O que você quer? - o garoto refez sua pergunta e seu pai apenas deu de ombros

- Vim te ver. Só isso... mas já estou indo - ele disse já se virando para a porta e parecendo que iria ir embora - você não parece fazer muita questão de me receber aqui, nem sua mãe. Tem coisas melhores para fazer. Enfim, eu vou indo.

- Nem precisava ter tirado esse tempo - sua mãe falou irônica antes de ele sair e o mesmo só revirou os olhos

Me virei para trás na escada, porque Vinnie estava atrás de mim e ele só me olhou rápido, logo voltando a prestar atenção na sua mãe que começou a falar de novo com nós.

- Eu vou sair, provavelmente não volto mais o dia inteiro hoje. Peçam alguma coisa para comer se quiserem, ou podem sair. Tchau, Eiva.

- Tchau - respondi sorrindo para a mulher que pegou rapidamente a bolsa e a chave do carro de cima da grande bancada que tinha ali.

Fiquei encarando Vinnie depois que sua mãe saiu dali e ele deu um sorrisinho meio nervoso para mim e descemos a escada, ainda em silêncio, nos sentando no sofá que tinha ali e ficando praticamente um em cada ponta.

- Seu pai faz isso quase sempre? - perguntei, mexendo nas minhas mãos e Vinnie não parecia estar muito focado em nada do que acontecia

- Não, na verdade fazia bastante tempo que eu não via ele - o garoto falou parecendo de certo modo cansado e meio abatido com tudo isso

- Tá tudo bem? - perguntei depois de um tempo, tentando apenas não ser inconveniente com ele e ele assentiu

- Acho que ele queria ter falado alguma coisa - Vinnie respondeu depois de um tempo da casa toda em silêncio - espero que não tenha sido nada demais.

- Não acha melhor perguntar? - respondi e ele negou, fazendo com que eu apenas assentisse meio tímida para o mesmo

- Você vai querer comer alguma coisa ou sair para algum lugar? - ele perguntou e pensei em algo

- Podemos pedir uma comida mais tarde e ficar aqui... se você quiser claro - falei inércia e ele assentiu.

Ficamos conversando sobre algum outro assunto que tirasse um pouco Vinnie dessa coisa que ele estava martelando nos pensamentos. Queria entender mais ele, mais do que eu já tinha entendido até então...

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meu casal ta se juntandooo

gostaro?

Com amor, ml.

𝙄 𝙬𝙖𝙣𝙣𝙖 𝙗𝙚 𝙮𝙤𝙪𝙧𝙨 - 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Where stories live. Discover now