💕 Cap 41 💕

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Sarahlima35
Toda sua amor meu 😍❤️

Conny: A verdade é que vocês não sabem de nada ao meu respeito... souberam o que eu quis e tudo não passou de uma mentira - respirei fundo - eu sempre fiz vocês acreditarem que eu não gostava de nada disso... que meu lugar era no mundo e não aqui, com vocês... em certa parte era verdade... eu amava isso... poder sair por aí, desbravando novas terras, aprendendo outras culturas... mas não o fiz... menti para vocês - me virei olhando eles - a princípio eu quis fugir das suas cobranças... dos limites que me impôs... eu era só uma menina... uma menina que precisou do pai... precisava saber o quão importante eu era na sua vida... o quanto me amava... se seria capaz de me impedir de embarcar nessa loucura... mas não o fez papai - falei chorando...

Victoriano: Quê? Como? Você mentiu Constanza? Todo esse tempo esteve mentindo? Nos fez acreditar que estava viajando a estudo e estava por aí, desfrutando da vida? - ri sem vontade - isso só pode ser uma brincadeira e de muito mau gosto.

Conny: Não, não é... eu não estava curtindo a vida como pensa papai... estava estudando... não gastei um centavo de seu dinheiro fora dos estudos... o que me mandava mau dava para pagar a faculdade... tive que trabalha de noite e estudar de dia para me manter e cobrir as despesas do meu curso - falei secando o rosto - posso ser uma vergonha... uma decepção... o que quiser... mas não uma aproveitadora Sr Santos... se eu fugi foi por sua culpa... me fez muito mau papai... praticamente me empurrou para o mundo e a Sra apenas ficou assistindo - olhei para minha mãe chorando - acatou a decisão do meu pai e não tive outra escolha se não mentir e sair de casa... sair sozinha, sem um centavo de vocês... tudo que eu tinha foram os meus avós que me deram... é uma forma de ensinar a Constanza que o fato de sermos ricos não implica dizer que ela pode sair e fazer o que quiser... ou ela faz o que eu quero ou não tem dinheiro... foi isso que aconteceu papai... foram cinco anos vivendo com o suor do meu trabalho e com o dinheiro que me mandava... o dinheiro que eu só vim ver a cor dois anos depois... acha que foi fácil? Que eu tive a vida de uma princesa? - sorri sem vontade - eu fui despejada do meu apartamento... tinha dias que eu não tinha o que comer...eu precisei dos meus pais e onde vocês estavam? Aqui, vivendo a vida de vocês como se tudo fosse normal, mas não era... nunca foi... eu só precisava saber que independente de qualquer coisa eu era filha de vocês... amada... tinha o meu lugar... mas eu nunca tive e nunca terei...- falei secando o meu rosto - não gastou o seu dinheiro com nada, eu estudei e vou te devolver cada centavo do que investiu em mim... eu prometo - deixei algumas lágrimas saírem - eu errei e nada muda o meu erro... não vou ficar me justificando, aconteceu e já foi... vou arcar com as consequências dos meus atos... era isso... eu precisava falar a verdade...- fechei os meus olhos e logo os abri - eu amo vocês e isso nunca vai mudar... o meu lugar nunca foi aqui... me perdoem por ter bagunçado a vida de vocês... a dos meus irmãos e principalmente por ter decepcionado vocês - sorri sem conter o meu choro - eu vou procurar um lugar para ficar.

Mds como isso tudo poderia estar acontecendo de uma única vez? Era uma enxurrada de problemas e eu não sabia como lhe dar com tudo isso. Buscava palavras para dizer a minha filha, mas não conseguia. Estava completamente travada, à não ser pelo choro que saia.

Victoriano: Constanza - me aproximei dela.

Conny: Não precisa papai... não precisa me falar o que eu já imagino... de verdade tudo que eu vivi foi o meu castigo... não existe coisa pior no mundo do que ser rejeitada pelos pais...- sorri sem vontade - por favor não me machuque mais... eu vou sair de suas vidas, a partir de hoje - engoli o choro - essa é a oportunidade de fazerem tudo diferente, eu espero que de fato não deixem a história se repetir... ele é inocente - falei olhando para a minha mãe - por favor me deixem... eu quero ficar sozinha - falei indo para a porta da varanda - a chave está no carro... podem levar - falei secando o meu rosto.

Inês: Conny...- lhe chamei em meio as lágrimas - minha filha... me perdoe... eu não vou desistir de você... nunca... nunca mais... fique aqui, com os seus avós... eu sei que não vai voltar para casa, mas isso não é definitivo... você é a minha filha... saiu de meu corpo... é sangue do meu sangue... carne da minha carne... se você errou eu errei duas vezes mais... virei aqui todos os dias, até que me receba e aceite conversar comigo... eu te amo e não volte a repetir que te rejeitei, você não sabe o que passei para tê-la - falei com calma - fique bem minha filha.

Ouvi suas palavras e me virei chorando.

Conny: Não... não me faça falsas promessas... eu cansei mamãe... não é a primeira vez que isso acontece, mas será a última... cuide bem da Kassandra... da minha sobrinha... elas precisam da Sra e não eu - falei e sai, indo para o outro quarto... fechei a porta e chorei indo ao chão.

Vi ela sair e me sentei na cama chorando.

Inês: O que eu fiz? Que tipo de monstro eu me tornei? - estava completamente sem forças diante de tudo que acabará de saber da boca de minha filha.

Victoriano: Não tem que se culpar Inês - me sentei ao seu lado - Constanza mentiu, nos manipulou durante anos e isso não é desculpa para nada.

Inês: Chega Victoriano... será que não aprende com os seus próprios erros? Se ela errou foi por nossa culpa, não deveríamos ter permitido que ela saísse daquela forma... fui conivente com você... poderia ter te enfrentado, mas não o fiz - coloquei as mãos no rosto chorando - minha filha está sofrendo... se sentindo rejeitada... com medo... demos toda importância aos meninos e deixamos ela se sentir sozinha... falhamos como pais e isso é inquestionável.

Victoriano: Eu não sei Inês - suspirei com pesar - eu não sei no que acreditar... como depois de tudo acreditar que ela falou a verdade? Por anos ela viveu mentindo... pensávamos que ela estava bem, que estava viajando, seguindo os estudos...

Inês: Quando na realidade ela estava sim estudando, só que não aonde nós pensávamos - o interrompi - ela não tinha mais motivos para mentir... sei que ela foi sincera Victoriano... Constanza mentiu, mas não em toda parte... ela estudou... trabalhou... se manteve e sem a nossa ajuda... pouco me importa o que ela nos disse... o que me dói é saber de tudo que ela passou e eu não soube... não estive com ela... de que me serviu todo esse dinheiro se não pude suprir as necessidades de minha filha? De quê? - o olhei chorando - eu perdi a minha filha uma vez e não vou perder novamente... assuma as consequências de suas escolhas, só não conte comigo... eu te amo Victoriano, mas antes desse amor virão os meus filhos - falei me levantando da cama - ela está perdida e se pensa que eu desisti de lhe encontrar, está totalmente equivocada... isso vai mudar - falei e sai dali indo para a sala, onde os nossos pais estavam.

Inês estava certa, eu sabia. Mas o meu triste ego não queria aceitar isso. Tinha grande parte da culpa que a Conny levava. Fui o principal responsável por seu sofrimento e não podia seguir cego pelo orgulho. Minha filha precisou do pai uma vez e não o teve. A história não iria se repetir, isso não.

Continua...

¿Quién Diría? - Inês y Victoriano (Concluído)Where stories live. Discover now