¿Quién Diría? - Inês y Victoriano (Concluído)

💕 Cap 08 💕

Toda sua Mi Mauris
Saralima35 ❤️😘

Kassandra: Sempre soube que estariam comigo e tenho muito orgulho por serem os meus pais - beijei os dois e logo voltei para a consulta - tem mais alguma coisa que me falar ou já estou livre?

Otávio: Se você aceitar, posso te receitar remédio para dor... assim irá te ajudar a passar por tudo isso.

Kassandra: Sem remédio Otávio... nada que possa prejudicar o meu filho... eu agradeço por todo empenho... mas agora, nesse exato momento, tudo que mais importa é essa criança... irei continuar o meu pré natal e quando tudo isso acabar, podemos conversar sobre um possível tratamento.

Otávio: Como desejar... você continua com as mesmas vitaminas e se sentir dores fortes ou até mesmo algo diferente, me procure... sabem onde moro e tem os meus números.

Victoriano: Obrigado meu amigo - apertei a sua mão - iremos cuidar deles e se precisar ligamos.

Otávio: Nos vemos no próximo mês - me despedi deles e logo os vimos sair dali.

O caminho de volta para casa foi torturante. Eu sabia o quanto eles estavam sofrendo, via em seus olhos o medo de que pudessem perder a filha. Quando cheguei fui para o meu quarto e me tranquei. Não queria ver em seus olhos à pena, muito menos o pavor. Iria sentir dor? Muita e disso eu tinha certeza, os sinais já estavam claros e vivos em meu corpo. Mas iria lutar até não ter mais forças, até que o meu filho estivesse bem e seguro.  Só então eu permitiria que aqueles antígenos injetados em meu corpo, sessão após sessão, destruíssem aquele terrível tumor. Mesmo que isso devastasse o meu ser, me debilitasse. Pois seria uma chance de ter mais alguns dias ao lado do meu pequeno. Segurei tudo aquilo que estava sentindo até que cheguei em meu quarto. Onde poderia desabar sozinha, sem preocupar mais ainda os meus pais. Entrei no banheiro, tirei a minha roupa e entrei na ducha. Deixando que a água levasse toda a minha fraqueza embora.

Entrei em casa com Inês e fomos para o nosso quarto. Fechei a porta e lhe abracei, deixando que ela chorasse. Conhecia tão bem o meu amor e sabia que ela estava se segurando. Apesar de ser forte, nenhum pai ou mãe é forte diante de um caso como esse. Não conseguimos expressar da mesma forma o que sentimos. Mas dói na mesma intensidade. É uma filha, uma parte nossa quem está provavelmente sentenciada. Ainda mais sabendo que ela sentiria dores das quais não teria alívio. Dores que nós não poderíamos lhe arrancar. Quando eles nascem, passam mil coisas por nossa cabeça. Como será a vida... como vamos nos adaptar... como ser o melhor pai e a melhor mãe... como não errar... será que vamos conseguir? A verdade é que não existe regra básica ou instruções de como ser mãe ou pai. O instinto vem quando eles chegam, quando nos vemos só em plena madrugada com um pequeno ser que confia em nós.

Quando Kassandra nasceu lembro de todos os medos que senti, de todas as incertezas que me rondaram. Lembro de todas as noites que passei acordada, guardando o seu precioso sono. Garantindo que ela teria mais um dia de vida, mais uma oportunidade de me mostrar o lado bom da vida. Ela cresceu e com isso um laço invisível entre nós dois. Kassandra é a nossa primogênita, a menina que nos ensinou a amar... a se entregar... a sentir medo... a ser forte... ela foi a nossa base. Agora sentia a nossa estrutura ruir e não conseguia se quer me entregar a tudo aquilo. Me negava a aceitar esse fato, essa realidade. Eu nem sabia o que falar... melhor dizendo, eu não conseguia. Levei Inês para o banheiro, nos despi, lavei os nossos corpos e após nos vestirmos, nos deitamos na cama. Fiquei ali, consolando a minha esposa. A mulher que eu escolhi para construir aquela família. Que apesar de tudo estaria unida, até o fim.

Meses depois...

Finalmente consegui chegar ao lugar que tanto queria. Procurei aquela mulher por todos os lados, até que um detetive conseguiu lhe encontrar, com a ajuda de um velho amigo. Dirigi por toda a noite, mas só parei quando cheguei ali. Após falar com um dos muitos homens que trabalhavam ali, fui levado até o patrão.