Danger

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Robert saía de uma reunião importante quando foi atingido por um furacão de preto. Ele tentou se esquivar, mas foi jogado contra a parede, grunhindo pela dor.

- EU NÃO FIZ NADA! - gritou, mas Savannah o interrompeu, calando-o com um dedo.

- Sua mãe é impossivelmente insuportável! Ela me ameaçou.

- De novo? Você sabe que eu não me envolvo, então não me diga nada.

Savannah e Robert tinham um acordo, assim como Robert e os pais. Ele não se envolveria nas brigas deles porque gostava igualmente de todos, então ele era imparcial quando vinham falar com ele.

- Então... Tem outro assunto do qual gostaria de tratar comigo? - Robert disse, usando seu tom mais profissional. Savannah ergueu as sobrancelhas, dando de ombros.

- Odeio quando me trata assim, chega a ser chato. - implicou, puxando-o para um abraço. Robert estranhou, Savannah não demonstrava afeto na empresa sob hipótese alguma.

- O que você quer, pequeno demônio? - sussurrou no ouvido dela, estreitando o abraço. Savannah sorriu, deitando o rosto no peitoral dele. Não alcançava o ombro dele nem se ela quisesse.

- Vi uma loira bonita aqui hoje. Lembrei que vocês homens tem fetiches por mulheres loiras. - explicou, se soltando do abraço. Robert odiou aquela separação.

- Uma loira? Na empresa? - Savannah afirmou, se balançando para os lados, fazendo bico - Você sabe o sobrenome dela?

- Rob... Ahn, Navarro...? Ou começava com P? - pensou alto, tirando o cabelo do ombro - Bem, volte a procurar a loira misteriosa enquanto eu volto a comandar meu império. Com licença.

Robert tinha um péssimo pressentimento em relação à loira que estava circulando na empresa. Quando deu por si, ouviu o sinal do elevador: Savannah estava subindo, totalmente alegre. Ele não gostava de admitir, mas sua esposa era cruel. Vingativa. Seletivamente fria. E era óbvio que a essa altura, ela já sabia quem era a tal loira.

*

Savannah chegou à sua sala muito tranquila, muito feliz: nada abalaria o humor dela. Então subitamente alguém cruzou o caminho dela, usando um crachá cinza. Somente acionistas usavam aquele crachá cinza. Até esse ponto tudo bem, mas ela não sabia quem era aquela mulher.

- Com licença... Você é acionista?

- Bem... Me deram esse crachá na recepção. Quero dizer, meu pai é acionista, eu estou perdida aqui. - admitiu, soltando um risinho.

- Bem, se a senhorita não tem ações aqui na empresa, esse crachá - apontou para o objeto, encarando a mulher novamente - não lhe cabe.

- A senhora poderia me ajudar? - perguntou, checando o relógio - Tenho uma reunião em alguns minutos.

- Oh querida, você chegou! - Miranda exclamou, toda sorrisos. Savannah rolou os olhos, alisando a blusa que usava - Vejo que já conheceu minha nora, Savannah.

- Miranda, agora não. Evite brigar comigo hoje.

- Esta é Rebekah Parker, ela agora é acionista da Hale Technology. Seja bem vinda. - Miranda apresentou. Rebekah parecia satisfeita agora que estava ao lado de Miranda e sorria de canto - Ficou impossível para você agora, não é mesmo? A única pessoa que meu filho amou está em Chicago agora.

Savannah deixou Miranda e voltou para a sala dela, tranquila. O que tinha de paciência era suficiente para escrever um livro de mil páginas. Miranda teria o que estava pedindo, mas Rebekah... Ela precisava investigar mais sobre sua nova inimiga.

- Vanda? Preciso que investigue uma pessoa para mim. - pediu, encarando o porta retrato com uma foto de Robert; ele tinha uma foto dela na mesa dele também.

- Você se aproveita porque eu trabalho para a CIA, não é? Mas fale do que precisa.

- Rebekah Parker. - citou. Houve um silêncio do outro lado da linha, então continuou - Vandinha?

- Não começa. - a voz pediu, irritada - Escute, tenho informações importantes para te falar sobre outro assunto.

E Vanda falou tudo que Savannah não esperava ouvir. E sorriu abertamente, tendo seu humor renovado novamente. Ela desligou quando Amber avisou que a reunião iria começar e só estavam esperando por ela. Levou anotações importantes consigo e caminhou até a sala de reuniões, onde todos os acionistas estavam. Não sabia em que âmbito a Riley Hanson Architecture estava envolvido, mas precisava estar lá. Robert se levantou e puxou a cadeira para ela, cavalheiro como sempre e todos os homens só se sentaram após ela se sentar. Alguns se levantavam a contragosto, outros faziam por respeito. Verdade seja dita, Savannah era cruel com quem era cruel com ela, mas se derretia em delicadeza quando a tratavam bem. Casos raros, diga-se de passagem. Estava distraída mostrando alguns desenhos ao marido quando alguém sorrateiramente derrubou água em sua pasta.

- Mas que... Com licença. - pediu, menos de meia hora depois da reunião começar. Levantou de sua cadeira e saiu da sala, furiosa.

Tinha uma muda de roupa extra na bolsa para acidentes como aqueles, então vestiu uma saia preta, mudou a blusa que também havia molhado para uma blusa de seda azul marinho e mangas longas. Estava pronta novamente. Voltava para a sala de reuniões quando viu que Rebekah estava sentada ao lado de Robert, se fazendo de desentendida. Ele, ingênuo como era, apresentava informações da empresa e dos setores que formavam todo o conjunto da empresa. Queria matá-la. E começaria por baixo: assustando-a.

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