Semanas se passaram, muito calmas por sinal. Calvin e Miranda não ultrapassavam o novo limite até o prédio, imposto por Savannah. Estavam furiosos com aquilo, Savannah tinha que pagar. Entretanto, ela não se importava com aquilo no momento. Faziam dezessete anos desde a morte do pai e apenas cinco da morte da irmã. A diferença entre as datas era pequena, o que fazia com que ela visitasse os túmulos uma vez.
- Oi... Bom dia. - Robert desejou, falando baixo. Era sexta feira e Savannah tinha acabado de acordar. Encarava o teto como de costume.
- Bom dia. - respondeu, falando baixo também. Em seguida, encarou o marido, os olhos inchados pela noite mal dormida.
- Liguei para a Amber e avisei que você não iria hoje. - disse, acariciando a mão dela. Desde a fundação da empresa, no aniversário da morte do pai Savannah faltava ao trabalho e se tornava sensível e vulnerável, se trancando em casa - Beatrice passou aqui e te deixou um beijo de bom dia. Vou levá-la à escola agora. - informou, terminando de abotoar as mangas do terno.- Obrigada. Por tudo. - deu ênfase na última frase, sorrindo carinhosamente. Ele sentou ao lado dela e a abraçou, do jeito que ela gostava: forte e apertado. Lembrava muito o abraço que ela recebeu no dia do enterro do pai. Ele depositou um beijo no cabelo dela e levantou, ajeitando o nó da gravata.
- Quer que eu vá com você dessa vez? - Robert perguntou, terminando de pentear o cabelo. Da última vez que tinha ido junto ele a segurou para não desmaiar. Ainda era muito difícil para ela.
- Não precisa, não vou demorar. - deu de ombros, passando a mão no cabelo. Levantou da cama e se espreguiçou, respirando fundo.
- Volto cedo hoje. Quero ir mesmo assim, me sinto melhor.
- Tudo bem, amor. Vou tomar banho.
Enquanto Savannah tomava banho, Robert saía com Beatrice. Nem se ficasse em casa poderia ajudar a esposa. Savannah saiu do banho enrolada em uma toalha e outra na cabeça. Entrou no closet e vestiu um conjunto de lingerie salmão, uma calça jeans, uma camiseta pólo preta e saltos. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo. Pegou a bolsa e o sobretudo negro e saiu. Durante quinze anos fazia esse ritual: saía de casa cedo, passava na floricultura e comprava um buquê de tulipas e um buquê de orquídeas amarelas, enchia a casa de flores e ficava orando. Então ia ao cemitério e limpava as flores secas, cuidava da grama seca ao redor e sentava ao lado dos dois túmulos, sem falar muito. Robert estava ao lado dela sempre, amparando-a pelas costas. Beatrice não falava muito, não chegara a conhecer o avô e a tia, mas se portava muito bem ao lado dos pais.

KAMU SEDANG MEMBACA
Strings
RomansaSavannah Riley Hanson tinha apenas 15 anos quando conheceu Robert Hale em uma de suas aulas particulares. Precisava ganhar dinheiro, claro, então se virava como podia. Ele, herdeiro de metade dos Estados Unidos; ela, uma menina humilde e tímida. Ele...