The Child

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Robert buscou Beatrice na escola no dia seguinte. A menina não perguntara da mãe, estava acostumada a sair depois da mãe nos últimos dias. Antes que a menina pudesse sair da escola, Robert respirou fundo, controlando cada célula do corpo.

- Papai, papai! Olha o que eu fiz hoje: eu, você e a mamãe. - apontou para a folha de papel onde tinham três rabiscos juntos.

- O papai tem olhos azuis enormes? - ele perguntou, sorrindo para Beatrice. A menina ficou vermelha, achava o pai a pessoa mais bonita do mundo. Bem, ainda tinha a mãe, mas não era igual.

- Bem, sim, igual a mim. É o que a mamãe diz quando ela me vê. - deu de ombros.

- Escute, preciso falar com você. É um assunto sério, eu queria que a sua mãe estivesse aqui para podermos falar juntos.

- Cadê ela? Hoje eu acordei e ela não estava em casa.

- Tudo bem, vamos lá. - disse, respirando fundo. Ele colocou a menina no carro, sentada na cadeirinha e sentou ao lado dela, segurando a mãozinha dela - A mamãe não... Ela não mora mais com a gente.

- Como não? Eu quero a minha mãe!

- Espere, deixe eu terminar. O papai fez uma coisa muito feia e a mamãe ficou triste, muito triste. Então ela foi embora e... - respirou fundo, passando a mão pelo rosto - Eu estou aqui.

Beatrice nunca havia chorado do jeito que Robert estava vendo. Era um choro doloroso, sofrido, envolvia soluços e rosto vermelho. Não queria que o pai a tocasse, estava revoltada. Em casa, amenina tratou de se esconder no quarto, segurando uma blusa de Savannah. Estava tão exausta que acabou dormindo, respirando pesadamente. Robert velou o sono da filha de longe, se policiando para não acordá-la. Não queria vê-la sofrer mais ainda, encontraria Savannah e daria um jeito de consertar o que tinha feito. No dia seguinte, ainda apreensivo, foi ao quarto da filha. Beatrice estava acordada e sentada na cama, encarava o chão como se precisasse se concentrar em algo.

- Oi... Bom dia. Posso entrar? - perguntou, apreensivo. Beatrice assentiu, ainda triste - Podemos conversar melhor agora?

- Por que ela foi embora, papai? Eu acordei cedo para pensar nisso e... Eu não quero que ela saia daqui.

- Amor, a mamãe precisa desse tempo longe para pensar. Vamos fazer assim: eu falo com ela que você já está com saudade e ela vem te ver. Pode ser?

- Mas se ela está triste... Eu não entendo. - disse, franzindo o cenho. Robert sorriu brevemente, puxando Beatrice para seu colo.

- Não precisa entender, só saiba que nós te amamos acima de qualquer coisa.

Essa era a única certeza que Robert tinha e não era uma certeza sobre ele. Nunca seria apenas sobre ele.

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