PRÓLOGO

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A atmosfera da noite está completamente energizada pelo burburinho das pessoas sentadas ao redor do enorme palco montado no centro de um dos maiores salões de festas de Nova York. Aquele é um evento importante, e a atração que dará início a ele é ainda mais aguardada. 

A The Noisy, – a mais nova febre do rock do país, – foi contratada para abrir o desfile de moda mais esperado da temporada, e o lugar está lotado. O que não é nenhuma surpresa, porque desde o lançamento do primeiro álbum deles, o magnetismo para o sucesso foi instantâneo: a banda estava em todos os assuntos mais comentados das redes sociais, rádios e programas famosos; no YouTube, a cada dia batiam um número maior de visualizações e mesmo quase três meses depois de lançadas, as músicas ainda lideravam as posições na Amazon e no iTunes. 

A The Noisy não estava para brincadeira e a prova disso era o fato de que estavam prestes a sair em uma turnê por todo Estados Unidos. Aquele era um feito e tanto para uma banda que há tão pouco tempo atrás era conhecida apenas regionalmente – na verdade, parecia ser o início de uma lenda: de uma cidadezinha no norte do país para o estrelato nacional. (E que muito em breve prometia ser mundial). 

O segredo por trás de toda essa aclamação? Nada mais do que o imenso talento e carisma dos próprios integrantes da banda:

Sebastian Dubrov, o vocalista, era o compositor de todas as músicas do repertório deles, e em tão pouco tempo de carreira já era requisitado por vários artistas famosos a procura de comprar uma de suas composições. Fora do palco, o cantor estava sempre em capas de revista – muitas marcas concorriam entre si para patrocinar o artista mais cobiçado do momento no mundo da música.

Chuck Walters, o baterista, dominava as baquetas como se fossem membros de seu corpo, fazendo com que cada uma das suas apresentações fosse ainda mais memorável que a outra, – além de ser reconhecido por muitas personalidades da moda pelo seu bom gosto e vestuário sempre impecáveis.

Loren Ferrara, o baixista e tecladista, era uma incógnita total em seu jeito de tocar: ele sempre parecia criar uma melodia nova a partir de outra já existente, seguindo por caminhos completamente imprevisíveis. E, como se para complementar a aura de mistério à sua volta, o italiano ainda fazia a linha bad boy, o que lhe rendia uma enorme coleção de fãs apaixonadas.

Por último (e de maneira alguma menos importante), havia Zaden Le Blanc, o belo guitarrista de olhos azuis. Ele era o cara por trás de todos os melhores solos de guitarra da atualidade, – a opinião pública a respeito disso era unânime. Todas as performances dele na guitarra até agora haviam sido consideradas lendárias e o que corria na boca dos fãs era que ele não só tocava, como interpretava a música de uma maneira bastante singular.

— Vocês viram o que escreveram sobre a banda no jornal? — Amélia Ruschel, a namorada de Sebastian, perguntou, enquanto lia o artigo pelo tablet em suas mãos. — Parece que vocês têm causado uma impressão e tanto no público. Só tem críticas boas quando o assunto é a The Noisy.

— Sério? Só boas? — o vocalista perguntou, inclinando o queixo por sobre o ombro da namorada, que estava sentada em seu colo. — Essa é uma ótima notícia. Mal temos tempo pra ler o que sai na mídia sobre a gente. 

— Isso é verdade — Charles concordou, jogando uma baqueta para cima e a agarrando ainda no ar. — Está tudo uma correria com a aproximação do início da turnê. Falta tempo até pra respirar. 

— Falem por si mesmos — Loren disse, engolindo o último pedaço do sanduíche em suas mãos. — Eu vejo tudo que sai sobre a gente no jornal. Absolutamente tudo. E salvo a maioria dos posts pra poder comentar coisas boas sobre mim depois. Quer dizer — ele continuou, indicando Sebastian com o queixo. — É até bizarro que você não se preocupe com o que as pessoas andam falando de você. Principalmente se tratando do vocalista. 

Suspiros de uma garota nem um pouco interessada em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora