Alison Walters é a melhor bailarina do Instituto St. Davencrown e sabe disso. O grupo de dança que lidera na escola é tudo para ela, mas com o passar dos meses do seu último ano letivo, o medo de deixar tudo o que conhece para trás se torna uma bola...
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É quarta-feira e Bryan chega atrasado para o almoço no refeitório por uma razão que eu conheço muito bem: com a data do Festival cada vez mais próxima, todas as equipes artísticas do Instituto focam nos projetos que irão ser apresentados durante o evento e intensificam suas atividades o máximo possível. Se eu não tivesse sido suspensa do meu posto como capitã da equipe de dança, provavelmente ainda estaria no estúdio fazendo com que o pessoal repassasse a coreografia mais uma vez. No entanto, aquela responsabilidade já não me pertencia e eu confiava em Bryan o suficiente para não ficar lhe dando palpites sobre o que ele deveria ou não fazer como líder do grupo. Eu o havia indicado para ocupar a posição, afinal. Era minha obrigação apoiá-lo.
— Como você está? — perguntei, assim que o meu amigo sentou diante de mim com sua bandeja de comida repleta de uma variedade de salada, um espelho de como a minha estava antes de eu ter comido quase tudo. — Está correndo tudo bem nos ensaios?
— Bom, eu estou cansado. E irritado — ele respondeu, encaixando seu canudo de metal no copo de suco de laranja que havia colocado na mesa. — E sobre os ensaios, tenho a dizer apenas que não entra na minha cabeça como bailarinos treinados podem saber toda uma coreografia e ainda cometer erros bobos. É irritante assistir. Eu avisei que não servia para liderar um grupo grande de pessoas. Não tenho a paciência necessária. Mais alguns dias comigo no comando e todo mundo vai estar falando mal de mim pelas costas.
— Ninguém está falando mal de você pelas costas — Peter disse, chegando de repente e puxando uma cadeira ao lado de Bryan para poder sentar e almoçar conosco. — Eu sou um integrante popular entre a nossa equipe. Se estivessem planejando o seu cancelamento ou coisa parecida, eu saberia. Além disso, pare de falar besteira. Você está fazendo um ótimo trabalho.
Com isso, Peter virou para mim e me deu uma piscadela, na clara intenção de complementar sua declaração anterior com um "mas não melhor do que você". Eu sorri para ele, voltando o meu olhar para Bryan, que não parecia muito convencido quanto ao elogio que havia acabado de receber de seu parceiro:
— Bry, pare com essa expressão de "até parece" e me escute — pedi, dando um tapinha em sua mão por cima da mesa. — Ser líder não é para ser fácil. Na verdade, ser o responsável por assumir a frente de um grupo de pessoas só é uma posição glamurosa na teoria. Na prática, significa passar por um perrengue infinito para deixar todo mundo satisfeito, se descabelar para achar um caminho que todos se sintam aptos a seguir e reunir toda a paciência dentro de si para ensinar o jeito certo de se fazer algo quantas vezes for preciso. É a sua primeira vez como capitão e estar estressado não faz de você um tirano. Não seja tão duro consigo mesmo; tenho certeza de que está indo muito bem.
Ele solta uma longa respiração, esvaziando seus pulmões e enchendo-os novamente enquanto assente com a cabeça.
— Ah, que se dane. Pra variar, você tem razão. Estou fazendo o melhor que posso e é isso o que importa — o rapaz de pele negra disse, dando de ombros para mostrar que não estava nem aí. — E se tudo der errado, pelo menos eu tenho você e o Peter do meu lado.