CAPÍTULO 43

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Assim que chego em casa de volta do Instituto, subo direto para o meu quarto sem me preocupar em dar maiores satisfações sobre onde eu estava ou o motivo de eu ter saído

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Assim que chego em casa de volta do Instituto, subo direto para o meu quarto sem me preocupar em dar maiores satisfações sobre onde eu estava ou o motivo de eu ter saído. Não checo se Zaden, Loren ou Sebastian ainda estão aqui, mas algo a respeito do silêncio total reinando no ambiente me diz que eles já foram embora. Quero dar uma passada no quarto de Charles e perguntar se está tudo bem com ele, mas o inchaço em meus olhos denunciaria imediatamente a crise de choro que tive quando estava deixando o estacionamento do colégio há cerca de duas horas atrás. E não era como se eu estivesse intencionalmente tentando esconder dele tudo o que havia acontecido com a Professora Brunet. Eu queria falar, mas não tinha força o suficiente para me abrir com outra pessoa no momento. Era como se toda a minha energia tivesse sido sugada para um buraco profundo demais para que fosse possível resgatá-la.

Ainda assim, me obrigo a trancar a porta do quarto atrás de mim e a mandar uma mensagem para o meu irmão avisando que estou em casa e que fui me deitar mais cedo por causa de uma enxaqueca. Charles não demora a visualizar, perguntando se quero que ele me traga algum remédio. De alguma maneira, aquela singela demonstração de atenciosidade é o bastante para me confortar, porque pela primeira vez em muitos meses, sei que o meu irmão está apenas a um chamado de distância, na porta do outro lado do corredor.

Uma pontada repentina de preocupação deixa meu coração apertado, e logo envio uma outra mensagem, desta vez para Zaden. Descobrir que o pai – um homem cuja imagem ele sempre idolatrou, – teve a capacidade de trair a esposa, ter um filho com outra mulher e mantê-lo em segredo de toda a família durante anos foi um choque grande demais para se absorver em apenas um dia. A chegada surpresa dos meninos foi uma boa distração para ele, mas eu conhecia Zaden bem demais para saber que, por mais que ele estivesse exibindo um sorriso por fora, por dentro ainda estava tentando lidar com o próprio sofrimento.

Eu também sabia que ele iria fazer o possível para tentar se manter afastado do pai e poupar a mãe e as irmãs de um confronto e desgaste familiar tão grande, mas eu duvidava que ele fosse conseguir guardar tudo aquilo para si mesmo por muito tempo. Passei muitos anos julgando-o de maneira injusta por causa de um mal entendido, mas a realidade era que Zaden não tinha sangue frio o suficiente para mentir para as pessoas, nem que fosse para protegê-las de uma decepção. O que ele fazia era algo infinitamente mais honesto e generoso: mostrar a elas a verdade e então dar-lhes a chance de escolher sobre como prosseguir em seguida. E por isso ele era melhor do que eu. Por não tentar desesperadamente controlar tudo e todos ao seu redor, mas sim aceitar que as coisas nem sempre saíam como o desejado e então encontrar uma maneira de seguir em frente com elas.

Desculpa não ter me despedido de você direito antes de sair. Eu estava com pressa.

Espero que esteja tudo bem por aí. Liga pra mim quando ver essa mensagem, ok?

Esperei pela resposta dele por mais ou menos quarenta minutos antes de cair em um sono profundo e exausto. Apaguei totalmente, em uma inconsciência tão pesada que não faço a menor ideia de como consegui acordar com a ligação que recebi quatro horas depois.

Suspiros de uma garota nem um pouco interessada em vocêOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz