Alison Walters é a melhor bailarina do Instituto St. Davencrown e sabe disso. O grupo de dança que lidera na escola é tudo para ela, mas com o passar dos meses do seu último ano letivo, o medo de deixar tudo o que conhece para trás se torna uma bola...
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— Fazia séculos que eu não vinha às compras — Kimmie comentou, enquanto examinava um cardigã de lã no cabide da loja na qual havíamos acabado de entrar para conferir se o conteúdo era mesmo tão interessante quanto a premissa do mostruário na vitrine.
— Pois eu acho que você deveria começar a vir mais vezes. Para mim, nenhuma atividade é tão terapêutica quanto passar uma tarde cercada de roupas bonitas — falei, passando o olhar cuidadosamente pela prateleira de sapatos. Um par em especial me chamou atenção: preto, de salto alto e solado prateado, com tiras brilhantes na área dos dedos e tornozelos.
Muito bem feito, pensei, achando que minha mãe diria o mesmo se estivesse aqui. Talvez eu possa mostrar os sapatos a ela caso esteja em casa quando eu voltar.
— Alison, preciso da sua ajuda aqui — Bryan me chamou, fazendo com que eu me virasse e desse de cara com ele segurando duas jaquetas de cores diferentes. — Qual delas?
— Definitivamente a azul, apesar da verde também ser bem atrativa — respondi, sem nem precisar deliberar muito a respeito.
— Azul é a sua cor favorita, não é? — ele perguntou, meio rindo, enquanto levantava a jaqueta na altura do peito e se olhava no espelho. — Já notei que sempre tem algo azul entre as suas coisas.
— É mesmo? Nunca parei para prestar atenção — eu disse, pondo discretamente a boina azul bondi que estava avaliando de volta no lugar. Eu já tenho um chapéu dessa cor.
— Vocês já escolheram o que vão levar? — Kimmie indagou, subitamente com as mãos cheias de opções de cardigãs e blazers de diferentes cores e modelos. — Eu quero olhar outra loja depois que comprar esses aqui.
— Eu já me decidi — Bryan declarou, erguendo sua jaqueta azul-celeste.
— Eu também — emendei. — Vou levar aquele par de sapatos ali... — falei, me virando para apontar a prateleira na qual eles estavam. No entanto, assim que o faço, vejo outra pessoa segurando-os – uma pessoa com um rabo de cavalo ruivo dourado inconfundível.
— Caitlin? — eu perguntei, ao passo em que ela logo se virou ao som de seu nome.
— Alison! Oi! — exclamou, acenando cheia de entusiasmo em seu conjunto de saia e casaco de alfaiataria vermelho xadrez. — Você também faz compras aqui? Nós nunca tínhamos nos esbarrado antes.
— É que eu sempre acabo ficando ocupada demais para vir em dias de semana — expliquei, me aproximando dela. — Você vai levar os sapatos?
Caitlin baixou os olhos para as mãos, antes de erguê-los novamente para mim.
— Ah, não. Meus pés são grandes demais para esses sapatinhos. Eu só estava admirando o design. As tiras foram uma aposta inteligente nesse modelo, e o acabamento é absolutamente di-vi-no — falou, estendendo-os na minha direção. — Acho que só tem esse aqui no seu tamanho. Se eu fosse você pegaria de uma vez.
