Capítulo 3 - Pais biológicos

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Eu fiquei encarando o celular tentando entender a situação.
Eu me tornei uma heroína? Eu não me sinto uma, isso é tão estranho.

O sinal tocou e fui para aula de história.
Me sentei atrás de Peter. Ned se sentou ao lado do mesmo.

– Vocês acreditam nisso? – Começou Ned animado. – A gente presenciou a primeira aparição de um herói! Eu ainda não tô acreditando. Ela era tão legal desviando dos tiros, os chutes, os socos. Deve ser uma ninja ou então uma agente secreta que nem a viúva negra! – Diz como se tivesse desvendado o mistério do século. Coitado, mal sabe ele que eu não tinha ideia do que estava fazendo.

– Eu também acho. Ela deve ser uma nova vingadora que veio de um planeta de aracnídeos! Eu posso tá viajando agora, admito. Mas eu já sou fã, minha 2° heroína favorita. O primeiro é o homem de ferro. – Peter diz a última parte bem baixo. Mas agora, eu uma vingadora?? Eu tô com uma cara bem neutra agora, mas estou gargalhando internamente. E um planeta de aranhas???

– Eu acho que vocês estão viajando muito. Deve ser uma heroína nova que não é vingadora. Se fosse teria uma coletiva de imprensa. Temos que esperar para ver se vão anunciar, se não, ela não tem nada haver com os vingadores. – Digo calmamente. Os dois me olharam e concordaram.
Paramos de conversar porque o professor entrou na sala.

A aula foi normal até, tirando os sussurros das conversas. Acabei escutando alguns " Será que é mulher mesmo? No vídeo não dá pra ver bem", " Você viu a Mulher aranha?"
Só falavam disso o dia todo.

Fiquei pensando durante as aulas se eu queria mesmo aquilo, me arriscar por estranhos. São seres humanos né, com famílias e pessoas que amam.
Eu gostaria que tivesse alguém pra salvar meus pais na época.

Acho que me decidi. Vou dar o meu melhor pela vida dessas pessoas.

Sai da escola depois de me despedir dos meninos. Passei em uma loja de tecidos no caminho de casa, botei um boné e comprei um tecido mais resistente e elástico. Paguei tudo no dinheiro. Não queria que descobrissem minha identidade pela compra do tecido.

Cheguei em casa. Minha tia ainda não havia chegado.
Subo para o quarto e começo a melhorar o traje. Botei mais algumas funções de teias, um drone em forma de aranha que se encaixa um pouco acima dos meus seios e uns ajustes nos olhos do uniforme.

Terminei tudo, escondi o uniforme na mochila e desci para fazer algo para a janta.
Fiz um risoto de camarão. Minha tia chegou assim que ficou pronto.

– Só chega na hora boa hein – Disse para ela rindo. Peguei um prato para a mesma.

– Claro né, se você não sabe eu sou vidente. Eu sabia a hora exata que eu poderia chegar sem ter que fazer nada. – Diz brincando. – Isso tá cheirando bem. Soube da nova heroína? Eu particularmente acho que é homem.
Não acho que uma mulher se botaria num risco daqueles com um monte de armas por desconhecidos. Mulheres são mais racionais, por isso vivemos mais.– Fala levando uma garfada com risoto na boca. Vejo ela fechando os olhos e suspirando logo em seguida.

– Tá bom,né? – Digo e ela concorda com a cabeça. – Soube dela sim, tia. Na escola falaram o dia todo sobre.
Mas assim... Eu não acho que seja irracional fazer oque ela fez. São pessoas inocentes, mães, pais, filhos...
No trabalho também falavam disso? – perguntei curiosa

– Sim, o chefe quase demitiu algumas pessoas por não terem trabalhado quase nada hoje falando sobre isso. – Até pessoas adultas falavam sobre mim? Eu tô me sentindo famosa, mas um famoso tipo Marshmellow. Ele é famoso mas ninguém sabe a verdadeira identidade dele. Mas se eu fosse famosa como eu, Katarina, os criminosos poderia me ameaçar, eu não teria paz.
É melhor assim.

A filha perdida de Tony Stark - Spider Woman Where stories live. Discover now