Capítulo 24 - Crise

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– Ele está bem, está em um jardim coberto perto dos quartos. – Falo e os ombros do meu pai parecem se aliviar, junto com um suspiro de alívio. – Vou buscar ele e podemos ir embora.

Meu pai assente e saio correndo.
Eu estava exausta, mais emocionalmente do que físicamente. Eu senti como se uma parte de mim que descobri recentemente, se quebrasse como vidro, e ficasse só os cacos.
A dor de ver a alma do meu irmão fora do corpo, todo aquele sangue...

Chego ao jardim indo até onde o deixei. Ele ainda estava lá, desacordado.

– Erick? Você está bem? – Pergunto o sacudindo levemente. O loiro não me responde, continua desacordado.

"Espero que você fique bem..."  Entro na mente dele, também sem resposta.

O seguro em meus braços, como um bebê. Vou caminhando o mais suavemente possível, para não ter riscos de o machuca-lo.
Quando apareço com Erick em meus braços perto do "portão" para irmos embora, meu pai arregala os olhos assustado e corre até nós.

– Oque aconteceu? – Ele diz chegando até mim. Meus olhos de enchem de lágrimas, mas não as permito de descerem. – Ele está bem, certo? – Meu pai fala esperando que eu dissesse "sim". Assinto com a cabeça.

– Ele está bem agora, só não quer acordar... – Digo baixo meio abalada mas ele consegue ouvir. Tony tinha uma expressão preocupada no rosto. – Podemos ir embora, por favor?

– Claro, vamos pra casa. – Ele diz com um sorriso triste no rosto. Passo pelos vingadores com meu irmão nos braços, todos nos lançam olhares preocupados.

Voltamos para a terra e logo entramos na nossa aeronave. O caminho foi silencioso até Steve falar.

– Será que essa Ordem negra vai querer atacar a terra? Pq eles recuaram quando estavam tão perto? – A segunda pergunta parece ser mais pra ele mesmo.

– Não sei muito dos planetas fora daqui, mas acho que a terra pode estar na lista, mas lá no final dela. – Digo surpreendendo a todos.

– Se isso acontecer, temos que estar preparados. – Bruce diz olhando pela janela.

Chegamos na torre levando Erick para o laboratório do Banner rapidamente. O botamos em uma maca enquanto meu pai pegava um dispositivo.

– Jarvis, análise e escaneie o Erick. – Meu pai pede enquanto passava o dispositivo pelo corpo do loiro.

– Ele está bem fisicamente senhor Stark. – Jarvis responde alguns segundos depois.

– Então pq ele não acorda? – Fala já ficando meio desesperado. – Você sabe oque aconteceu, Kat? – Tony pergunta e assinto. Eu teria que falar uma hora ou outra. Meu coração se aperta só de lembrar aquilo.

– Eu ouvi um grito, reconheci ser do Erick. Perguntei em sua mente onde estava, ele me deu uma localização. Fui ouvindo mais alguns gritos enquanto o procurava, foi assim que consegui acha-lo – Limpo uma lágrima que insistiu em descer rapidamente. – Um soldado estava com a espada atravessando a barriga dele. O homem tirou a espada e o Erick caiu no chão. Eu matei o homem que fez aquilo com ele... – Digo com um pouco de dificuldade, um nó se formava em minha garganta. Meu pai me puxa para um abraço, me confortando. – Ele morreu pai!

Meu pai me olha confuso mas me puxa para seus braços de novo. Eu estava em prantos novamente, lembrando daquela cena.

– Eu vi a alma dele pai! Ouvi o coração dele parar de bater! – Falo e o abraço forte. Me afasto um pouco e percebo que uma lágrima descia pela sua bochecha. – Eu não sei bem como, mas acho que fui eu... acho que eu o trouxe de volta.

– O trouxe de volta a vida? – Banner me pergunta perplexo. – Isso pode ser perigoso, não sabemos se ele vai voltar como ele mesmo, se vai um dia acordar... – Meu pai vai até o loiro e segura em sua mão, seguido de um beijo carinhoso na testa dele.

Saio do laboratório indo até o meu quarto. Visto rapidamente meu traje e saio pela varanda mesmo.
Pulo entre os prédios, me penduro nas teias, é como se tudo fosse uma terapia pra mim.
Igual olhar as estrelas, me sinto bem, em casa. Meus olhos se enchem de lágrimas só de pensar que nunca vou ve-las de perto. Eu acho que esse é o meu sonho, eu trocaria a minha vida pra poder observar a terra de longe, pisar na lua, flutuar na gravidade 0...
Meu coração aperta só de pensar nisso. A ficha ainda não caiu que eu fui para outro planeta, eu nem sei se aquilo é um planeta na verdade. Eu só apareci lá, não sei se sai da atmosfera terrestre e se sai eu não vi.

Meus pensamentos são interrompidos quando recebo um alerta de Isis.

– Assalto em um banco com os funcionários como reféns. No seu visor tem a localização certa senhorita. – A voz da minha assistente IA diz.

– Obrigada Isis, eu já estou indo. – Digo seguindo pelo caminho no visor.

A polícia ainda não havia chegado. Vejo Peter entrar com tudo pela porta do banco, logo depois ouço tiros, Peter parecia desviar de todos. Vou em direção ao banco quando escuto uma explosão e uma fumaça cinza e preta saindo do banco.
Peter estava do outro lado na rua parado, imóvel. Eu congelo.
Não, de novo não, hoje não.
Saio do meu transe e pulo até ele, ele estava vivo, mas estava sangrando bastante, tinha algumas queimaduras de 2° e 3° grau.

– Eu já volto, tá bom? Aguenta firme! – Digo ao Peter que parecia inconsciente.

Corro para dentro do banco e uso minha visão noturna do visor. Consigo enxergar exatamente quem está com as armas.

– BOTA TUDO NA BOLSA LOGO, VADIA! – Um assaltante gritou para uma moça que chorava enquanto colocava o dinheiro na bolsa. Ela estava apavorada.

Puxo a arma do homem com uma teia e bato com a parte de trás da arma em sua nuca. Ele cai no chão e dou mais um golpe em seu nariz, ainda com a sua arma.

– Isso é por ter chamado ela de vadia. – Digo para o homem desacordado. A moça do caixa parece ter ouvido oque eu disse.

Vou até os outros assaltantes que estavam pegando o dinheiro direto do cofre. Chego discretamente por trás deles, pego suas armas rapidamente com as teias e os tranco dentro no cofre.
Ouço várias batidas abafadas na porta pesada. Ignoro eles e vejo se tem alguém ferido no banco, todos estavam bem.
Corro para fora dando atenção ao Peter, tinham se passado no máximo 2 minutos. O coloco sobre um dos meus ombros e subo com a teia. Vou até o nosso prédio, o prédio que íamos conversar as vezes.
O boto no chão do lugar e tiro sua máscara que já estava um pouco rasgada.
Pq a cura estava tão devagar? Isso estava me matando.

– Peter, Peter! Por favor acorda! – Falo o sacudindo um pouco. Eu conseguia ver as queimaduras cicatrizando as poucos, estava indo bem devagar.

Ele ia ficar bem certo?
Meu coração estava a mil, ele pulsava forte. Eu estava começando a suar muito também, sentia minha garganta fechar.
Oque é isso? Alergia? Logo agora?
Meu deus, por favor, não posso deixá-lo sozinho aqui.
Sinto que vou desmaiar de repente, além de estar começando a ter falta de ar. Eu não posso morrer aqui.
Será que eu fui baleada de alguma forma?

– Acho que está tendo uma crise de ansiedade, senhorita. – Isis diz com tranquilidade.

– Como... Faço pra... parar isso? – Digo com um pouco de dificuldade.

– Repire quando eu falar, acompanhe os números. 1, 2, 3, 4, 5... respire fundo e conte até dez. Vai ficar tudo bem, fique calma, você está segura. – Isis fala com sua voz calma. Sigo as instruções, respiro fundo contando até dez, não melhorou completante mas pelo menos não estou com falta de ar.

Me concentro em Peter, que vejo abrindo os olhos levemente. Ele vai se levantando aos poucos e não consigo conter um grande sorriso. Tiro minha máscara na hora e o puxo para um beijo.

A filha perdida de Tony Stark - Spider Woman Where stories live. Discover now