Capítulo 26 - Erick

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◇POV Erick Stark◇

Flashback

Eu corria, corria pela minha vida. Era bem possível eu acabar morrendo espancado pelos meninos do orfanato. Eles se acham melhor que todos lá, batiam na maioria, mas eu era o preferido deles.
Fugi do orfanato no meio da madrugada, depois de uma surra. Eu sentia gosto de sangue na minha boca, meu olho esquerdo doía um pouco, tudo doía na verdade.
Corri por muitos quarteirões, talvez ruas, não sabia onde estava indo, só queria estar longe do orfanato.

A chuva começou a aumentar, já estava com frio. Eu fugi para não morrer lá, mas também não quero morrer aqui, ainda mais por uma chuva.

Avistei um grande galpão, ele parecia abandonado, mas estava um pouco iluminado, devia ter gente dentro dele. Entro no lugar com cuidado e fico atrás de umas caixas. Quando recupero um pouco meu fôlego que presto atenção nas pessoas que estavam no lugar.
Eram seres diferentes, pessoas muito diferentes, eram altos e com cores e características que nunca vi.
Tinha uma máquina gigante no meio do galpão, ele parecia ter batido em algo. Tinha uma pessoa diferente concertando a tecnologia enquanto os outros andavam entediados pelo local.

- Não podíamos parar em outro planeta para concertar? Está tão ruim assim? - Uma moça pergunta. Observo tudo de longe atentamente. A pessoa que estava concertando a máquina nega com a cabeça.

- Íamos acabar rondando no espaço sem energia na melhor das hipóteses. Na pior, explodiriamos. Aqueles idiotas nos pegaram desprevenidos, nunca os vi antes. - Diz sem tirar os olhos da máquina.

- Se vocês não estivessem brigando teríamos visto. É tudo sua culpa por ter matado 1/3 do povo deles. - Um homem bem alto e robusto diz a moça de antes, com roupas pretas.

- Sinto muito pai... - A mulher de preto diz. Acabo me distraindo e derrubo uma caixa na minha frente. Os olhos das pessoas se voltam ao lugar onde estou, consigo me esconder rapidamente, ninguém me vê.

Fico encolhido perto da parede enquanto escutava passos lentos vindo em minha direção.
A mulher de preto aparece na minha frente apontando uma arma pra mim. A olho assustado ao mesmo tempo de curioso.

- É só uma criança terrestre. - Ela diz abaixando a arma e me pegando pela blusa. A moça me leva até o meio de todas as pessoas. Eles me olhavam interessados. - Oque faz aqui?

- Entrei por causa da chuva. - Digo hesitante. Eles poderiam me matar... mas eu posso morrer em qualquer lugar, no orfanato, na chuva ou com seres coloridos.

- Humm, talvez eu não fique entediado aqui com você. - O grande homem diz. - Por que estava na chuva criança?

- Eu... Fugi. Não consigo lutar com eles, são muitos e eu só um. - Digo sem os olhar diretamente, com os olhos marejados.

- "Eles" quem? - O grande homem pergunta com um pouco de indiferença.

- Os meninos do orfanato. Eles batem em todos a anos e as freiras fazem vista grossa. - Digo rancoroso, com um olhar de ódio. O homem percebe e dá um sorriso de lado.

- E se você pudesse derrotar todos eles de uma vez? Se pudesse os matar, mataria? - Penso nas perguntas dele em um mundo distante, me imaginando cortando a garganta deles.

- Mataria. - Digo confiante, mesmo sabendo que isso só aconteceria em outra realidade.

- Existe uma forma disso se tornar realidade... Podemos te treinar, te transformar em um grande soldado e um membro do nosso grupo, te ensinariamos a matar. Você quer? - O grande homem me pergunta com um sorriso de lado. Meus olhos brilham de alegria, isso é real mesmo? Dou um grande sorriso e vários pulinhos.

- Acho que isso é um sim. - A moça de preto diz. - Quantos anos tem?

- 7. - digo e mostro o número em meus dedos sorrindo.

- Você não tem pais, certo? - O grande homem pergunta. Me sento no chão.

- Não, fui abandonado quando era bebê. - Digo neutro, já tinha superado esse assunto a muito tempo.

- Então agora, me considere um pai. Me respeite e não ouse me trair. - O homem fala e eu repito as palavras dele na minha mente. Agora eu tenho um pai? - Vamos te visitar sempre que passarmos por aqui, te treinaremos pessoalmente e por hologramas. Não poderemos te levar, você pode ser um trunfo para nós aqui na terra. - Escuto tudo com atenção.

- Você é mesmo meu pai agora? - Pergunto ainda sem acreditar. O homem assente com a cabeça.

- Falando nisso, qual o seu nome?

- Erick. - Digo doce.

- Bem vindo a Ordem negra, Erick. - Ele diz firme estendendo uma mão, que aceito e a aperto.

Eles ficaram quase um mês na terra, tanto para concertar a máquina que descobri ser uma nave, quanto para me treinarem.
Aprendi combate corpo a corpo, técnicas para matar e esconder um corpo, disfarces, um pouco de ciência e história do universo. Tudo em um mês, não voltei para o orfanato, já inventei uma história, "Fui passear e me perdi".

Eu aprendi tudo muito rápido e muito bem, me sinto confiante para matar quem eu quiser. Vou ser cuidadoso, vou continuar sendo a criança doce e gentil de sempre, por fora, mas por dentro eu já sou outra pessoa, uma nova versão de mim, bem melhor.
Meu pai tinha um grande plano, e a terra está começando a ser um problema. Alguns "heróis" que se intitulam vingadores, nos ameaçam um pouco, mas não o suficiente. Só vamos ter um pouco de trabalho.
Assim que meu pai eliminar 50% do universo, todos vão conhecer seu nome, Thanos.

Presente

Por mais que eu não queira admitir, essa missão tem sido mais difícil do que imaginava. Talvez eu esteja me apegando a minha irmã...

A filha perdida de Tony Stark - Spider Woman Where stories live. Discover now