When the party's over

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[N/A: GENTE, PELO AMOR DE DEUSSSSS! Eu tô muito muito muito muito MUITO feliz com a resposta que tô conseguindo com essa fic! Juro! Muito obrigada a todo mundo que comenta, vota e recomenda minha história por aí! Vocês são DEMAIS! Espero que curtam esse - prudente avisar que esse capítulo tem sangue e drogas. Dito isso... BOA JORNADA!]

Steve tinha acabado de dar uma gorda gorjeta ao motorista e entrado em casa cambaleando. Não acendeu as luzes. Devia ser quase cinco da manhã, ainda estava tudo escuro, e pela primeira vez em meses, tinha vindo para casa sozinho.

Tirou o terno e a gravata ainda na sala, tentando se livrar da sensação de estar sufocado, que não passou. Se apoiou com as duas mãos na parede para tirar os sapatos, e por um segundo, achou que fosse vomitar, mas não aconteceu. Os olhos ardiam, o nariz nem se fala, a garganta estava seca, e a cabeça parecia que estava recebendo marteladas.

Chutando os sapatos para longe dos próprios pés, se encaminhou para a escada, que parecia se mover sozinha. Demorou o dobro do tempo normal para chegar ao andar de cima. Quem quer que fosse o fornecedor de cocaína de Anna Marie, com certeza estava tentando matá-la, e Steve tinha consumido um terço do que ela tinha para a noite.

Não se deitou. Foi direto para o banheiro na intenção de tomar banho, mas escorregou pela parede e se sentou ao lado da pia sem acender as luzes, pois sentia que se o fizesse, morreria. Colocou a cabeça apoiada nos cotovelos, que por sua vez, repousavam sobre os joelhos dobrados. Viu o chão branco sob si na penumbra. A luz azulada do quase amanhecer trazia um brilho diferente para o banheiro cor de gelo.

Uma gota escura caiu sobre o chão, na exata direção do nariz dele. E outra. Vagarosamente, o sangue pingava, mas Steve não se levantou para interromper a leve hemorragia. Não conseguia.

Tinha tido a noite mais estranha da vida. Se lembrava da sensação de não ter sido premiado pelo Oscar, e já esperava por isso, mas ver acontecer era diferente, já que estava tão perto.

Viu Romanova abraçar a irmã, premiada. Se lembrava do sorriso que ela nunca, em tempo algum, estendeu a ele.

Se lembrava de Bucky curtindo de verdade a companhia de uma mulher que sorria para ele com os olhos, já que, na ocasião que Steve teve com Maximoff, ela não tinha reagido daquele mesmo jeito.

Se lembrava de Anna Marie com os olhos vazios e os sorrisos superficiais, a concha desabitada da mulher que poderia ter sido. O beijo para tentar se sentir por cima do olhar levemente desinteressado da própria agente. Horas cheirando pó e sexo sem graça. Anna Marie pedindo para vir para a casa dele e ele negando de maneira rude; ela rindo, mostrando que nada podia machucar quem já estava quase morrendo.

Steve poderia mentir para si mesmo e dizer que não a tinha trazido para casa porque queria estar só ou porque gostava da paz da casa vazia numa manhã de ressaca certa. Mas sabia que era mentira.

Estava sozinho porque quem o acompanharia estava drogada demais para realmente curtir o que ele pudesse oferecer; ou talvez se ele pagasse.

Com sacrifício e sentindo cada músculo do corpo queimar, ele se levantou e se apoiou na pia. O sangue continuava manchando a porcelana branca. Se olhou no espelho, o vermelho escorrendo lento em direção aos lábios dele. Com a mão gelada, limpou o nariz, e pareceu ter uma trégua.

Quando se olhou no espelho, pensou com ironia que era engraçado que tantas pessoas o odiassem e ninguém chegasse nem perto de como ele mesmo se odiava.

Pensou em ser clichê e quebrar o espelho com um soco, mas não tinha força o suficiente.

Sucumbindo ao cansaço, saiu do banheiro e se deixou cair na cama, manchando os lençóis.

Starboy - RomanogersUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum