Aeroportos e whisky

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[N/A: Depois de todos os comentários respondidos, voltei! Amo muito vocês e toda a energia gostosa que emanam pra minha historinha! Espero que gostem!]

Se fez um silêncio enorme. Natasha via pela visão periférica que ele estava olhando para ela, certamente querendo uma explicação, que ela não deu.

"Mas hoje já é quinta." foi a observação que ele fez. Natasha deu de ombros.

Ficaram em silêncio por um bom tempo, até ele perguntar,

"O que vai fazer lá?"

Ela engoliu em seco. Não era tão fácil explicar sendo que ele não sabia o que estava acontecendo com Melina, e Natasha definitivamente não estava a fim de contar.

"Minha mãe quer que eu vá com ela." a loira respondeu, seca.

Steve se viu surpreso e um pouco magoado pela maneira que ela respondeu. Não era o mesmo humor daqueles dias todos. Até parecia que ela tinha voltado a ser a mulher que o odiava, como antes do MET Gala.

"Do nada?"

Ela suspirou e rolou os olhos.

"Por que se importa? Que explicação eu preciso te dar?"

O silêncio que se fez foi pior que qualquer outro até ali. Ela se arrependeu instantaneamente do que disse, mordendo os lábios por dentro. Era claro pela falta de resposta dele que tinha ficado chateado.

"Me deixa em casa na volta." Steve disse.

Aquilo doeu o coração de Natasha como nada mais. Não teve coragem de falar nada. Por uns quinze minutos, o que ficou queimando na cabeça dela, além daquela interação dolorosa, foi a doença da mãe e ter que deixar tudo para o alto durante sabe-se lá quanto tempo porque ela estava doente. O que fez a cabeça dela fritar foi o fato de não ter superado os traumas do relacionamento anterior e estar se apaixonando por alguém que ela já tinha magoado, e vice-versa.

Aquela sensação esquisita do corpo dela avisando que não estava aguentando a emoção começou a subir pelo estômago e queimar o esôfago. Uma náusea sem precedentes a tomou, e rapidamente, ela cortou a pista de um lado a outro para frear no acostamento.

Steve a olhou confuso, mas não havia tempo de explicar. Só deu tempo de abrir a porta da BMW azul e vomitar violentamente no asfalto liso, sob o olhar surpreso de Steve. A cada vez que ele achava que estava acabando, um tremor tomava o corpo dela de novo. Como no hotel, ele se perguntou onde cabia tanta coisa numa mulher só.

Quase vinte minutos depois, ela fechou a porta do carro de novo, o rosto completamente manchado de lágrimas. Era muito claro que ela estava nervosa, mas ele não sabia como abordar o assunto.

Dois quilômetros para frente, ela entrou em um posto de serviços que tinha um grande restaurante. Nenhum dos dois disse nada. Nat saiu do carro, e ele se perguntou se devia segui-la, decidindo que sim ao ver pelo pára-brisa que ela estava pálida e com um véu fino de suor sobre a testa.

"Eu vou até o banheiro." ela disse para ele.

"Estarei no restaurante."

Ele comprou duas latas de coca-cola e escolheu uma mesa próximo à janela. Estava chateado e até um pouco bravo com a maneira que ela tinha falado com ele, mas achava que algo estava acontecendo. Ela jamais iria para a Rússia do nada.

"Desculpe. Não queria ter falado daquele jeito com você." ela apareceu por trás dele, com uma escova de dentes fora da embalagem nova e uma pasta de dentes na mão. Se sentou na cadeira da frente, passando a mão pelos cabelos, exausta. Sem dizer nada, ele estendeu uma lata de coca para ela, que aceitou sem hesitar.

Starboy - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora