V Capítulo

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Peter... Você continua sendo um mistério para mim.
Eu estava esgotada e por medo da Sombra, não sentia muita firmeza ao andar. Peter me carregou e me deitou na cama, dentro da cabana.

-Pode dormir tranquila -ele disse- Aqui ela não vai encostar um dedo em você.

Mal ouvi e vi o que aconteceu depois disso, pois apaguei na mesma hora.

P.O.V Peter
Selina dormiu no seguindo seguinte em que a deitei em minha cama. Ela estava apavorada com a Sombra da ilha, mal sabia ela que eu havia causado isso. Sai da cabana e voei até a ilha da caveira, a enorme ampulheta estava lá. Completamente cheia, por enquanto. Em questão de segundos, a Sombra estava lá.

"Sim, Pan"

A Sombra não tinha boca, então ela falava dentro da sua mente.

-Porque fica amedrontando Selina? Ela já esta na ilha, não precisa mais ve-la.
"Ela não está se tornando aquela de que precisamos, tenho receio de que ela já saiba de tudo que aconteceu a sua mãe"
-E no que isso muda? Vou conseguir o que quero, de um jeito ou de outro. Mas não posso fazer isso se você se intromete o tempo todo.
"Apenas quero ajudar, Pan. Nunca duvide de meus conselhos"

A Sombra voou para longe e eu fiquei com mais ódio daquela sombra do que nunca.

P.O.V Selina
Acordei com o som de pássaros piando.
Havia uns cinco ou seis na prateleira de Peter, cantando. Quando me viram, voaram pela janela e sumiram. Procurei por Peter na cabana e ele não estava lá. O dia amanheceu e saí, para caminhar um pouco.
Atravessei a parte onde os meninos geralmente treinam e tentei contornar para não ser atingida. Mas Felix resolveu me fazer perder a cabeça, colocou a lâmina da espada em meu pescoço e parei de andar.

-Temos uma luta para terminar, Selina.
-Acho que você tem que parar de tentar lutar comigo.
-Porque? Se você pedir, eu pego mais leve.

Ok. Perdi a paciência. Peguei a adaga em minha bota e fiz um corte na mão dele. Felix largou a espada e eu peguei a mesma, o chutei e quando ele parou perto de uma árvore joguei minha adaga e a manga da blusa dele ficou presa na árvore. Ele tentou se soltar, mas eu coloquei a lâmina da espada no pescoço dele. Fazendo com que ele me olhasse irritado.

-Acho que já teve sua luta. Feliz?
-Pelo visto, tem uma grande habilidade com adagas.
-E pelo visto, você tem uma grande habilidade em ser um babaca.

Tirei minha adaga da arvore e joguei a espada em qualquer canto. Fui andando até um pequeno lago, limpei minhas mãos e a adaga. Aproveitei e joguei um pouco de água no rosto, estava suando frio. Não estava suando por causa de Felix, mas por medo. Posso estar exagerando, mas o maior medo da minha vida foi essa sombra. Ela agora estava na ilha e eu só conseguia pensar o pior para mim...

-Perdida em pensamentos, Blacktorn?

Me virei. Peter.

-Só... Estou tendo um dia ruim.

Peter se aproximou e se sentou ao meu lado.

-Soube que enfrentou Felix, e ganhou.
-E você de repente fica feliz por eu desafiar ele?
-Claro, adoro uma boa luta. Principalmente quando ele perde.
-Você já ganhou dele?
-Ele não se atreve a me desafiar.

Peter jogou uma espada para mim. Havia outra em sua mão.

-O que é isso?
-Uma espada -ele disse como se fosse a pergunta mais óbvia do mundo- Pensei que Caçadores de Sombras as usavam o tempo todo.
-Eu prefiro adagas.
-Aqui usamos espadas. E é melhor você aprender a usá-las, alguém pode te atacar pelas costas.
-Eu estou bem com minhas adagas.
-Pegue a espada, Blacktorn -seu tom de voz me assustou e peguei a espada.

Era leve, devia ser mais fácil de manuseá-la do que uma lamina serafim. Peter não me deixou concentrar, partiu para cima de mim e no primeiro golpe eu consegui evitar, mas o segundo escapou e atingiu minha outra mão. Doeu. Virei a espada uma vez na mão e parti para cima de Peter.
Ficamos assim por um tempo indeterminado, ele estava com um corte finíssimo no ante-braço direito e eu tinha cortes nos meus pulsos e mãos, dois na minha perna e um na minha coxa. Hora da reviravolta, girei a espada dele e a joguei longe. O empurrei até uma árvore e coloquei a lâmina no seu pescoço.

-Você tem fogo, eu gosto de fogo -Peter disse e fiquei arrepiada.
-Idiota.

Ele já estava irritado por estar perdendo, então não teve piedade no que fez comigo em seguida.
Pan socou meu estômago, me encolhi e ele tirou a espada de minhas mãos. Ele me prensou de costas contra seu corpo e colocou a espada na minha garganta.

-É divertido brincar com você, Selina.
-Você ganhou, pronto. Me solta.
-Porque? -ele colou sua boca ao meu pescoço- Está com medo de mim?

Ele mordeu o lóbulo da minha orelha e fechei os olhos.

-Pare, Pan.
-Ah, vamos brincar um pouco Selina.
-Eu disse para parar!

Não tive piedade dele no que fiz em seguida.

Welcome to Neverland   •em revisão•Where stories live. Discover now