Selina Blacktorn.

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ouça a música lendo o cap todo, coloque a música de novo caso não tenha terminado, obg 😘•

Você, que está lendo a história e acompanhou minha vida até aqui, se importaria se eu contasse um pouco da minha vida? Não? Okay, vamos lá.

Imagine uma pequena garota, cinco anos. Consegue ver? Okay, agora acrescente olhos castanhos e cabelos pretos. Pronto, esta sou eu. Agora imagine ela correndo com seu irmão mais velho por longos e extensos corredores cheios de vidros com desenhos que ela não pode compreender ainda. Imagine uma mulher loira bem no final do corredor junto com um homem. Imagine que este corredor quase não tem fim, ou pelo menos, para a garotinha não tem fim. Ela corre e corre em direção a mulher que sempre a fez feliz desde que pode se lembrar. Agora ela está quase lá, o irmão está um pouco a frente, mas tudo bem. Eles vão chegar até eles no mesmo instante. A mulher loira sorri para ela como se ela fosse a única coisa no mundo que importa para ela, bom, se bem que podemos enquadrar deste jeito. A garotinha não conhece o mal do mundo, apenas a bondade e amor de mãe que foi oferecido a ela desde pequena. Quando conhecer o mal, não saberá reconhece-lo. Cairá nas mãos dele na primeira oportunidade, mas isto é história para outra hora. Agora, a garotinha finalmente chegou até a mãe e o irmão até o pai. Os pais abraçam eles e dizem o quando os amam e sempre vão proteger eles de tudo. A garotinha, por sua vez, é mais esperta do que a mãe pensa. Notou na voz da mãe um certo receio, um certo medo. Como se soubesse que iria perder ela em algum momento da vida. Mas pense que isto poderia ser apenas um pensamento dentre tantos outros que uma criança pode ter nesta idade.

Agora vamos avançar mais no tempo, talvez mais uns cinco anos, o que acham?

Okay. Imagine agora uma garotinha de dez anos com cabelos pretos cacheados e os mesmos olhos castanhos. Pense em uma enorme biblioteca, simplesmente gigante. Ela nunca esteve lá antes, tem medo dos homens de preto com marcas estranhas que estão perto dela. Agora pense em uma briga, uma briga feia. Segundos depois, um barulho de vidro se quebrando e a mesma mulher loira com as mesmas marcas pretas que os homens saindo de uma sala ao longe e levando a garota para longe. Mas antes, vamos pensar, o que se passa na mente de garotas de 10 anos? Bem, não se é mais criança e descobre mais sobre a luz e escuridão que é a vida. Ela agora tem noção do que é dor, sofrimento, fome, pena, morte. Ela descobre quem realmente é e não quer se juntar a eles, pois sabe que muitas das vezes os que lutam não voltam com vida. Isso é o que ela mais teme, a morte. Seria frio? Seria quente? Seria doloroso? Seria duradouro? Torturante? Estas perguntas não deveriam ser feitas por uma pré-adolescente que tem tanto a descobrir ainda. Isto a assusta, a apavora. A mulher loira não quer isto para a garotinha, porque como já disse, ela mais do que tudo tem medo de perder sua filha. O que faria sem ela? Ela era o motivo de seu viver. Sempre fez todas as vontades dela, com algumas restrições, claro. Vamos voltar a história. Imagine agora uma grande sala repleta de armas e uma música lenta e suave tocando ao fundo, acompanhado de lágrimas da garotinha. Ela para de chorar quando a mulher loira entra na sala e fala com ela, dizendo que está tudo bem. Dizendo que ela jamais irá precisar ir para as lutas ou combates, dizendo que ela estará segura para sempre. A garotinha, por sua vez, a abraça e diz que a ama. Ela coloca todo seu amor e confiança nela naquele momento. Mal sabe ela que isto tudo será destruído... Mas, como disse antes, isto é história para outra hora.

Vamos avançar dois anos agora.

Imagine uma menina alta com os mesmo cabelos pretos cacheados e os mesmos olhos castanhos. Não podemos mais chamá-la de garotinha, e sim de uma jovem. Ela adquiriu corpo, seios, pernas longas, braços definidos, o corpo que uma adolescente quer. Imagine que ela se levanta em uma manhã com um pesadelo terrível sobre uma certa Sombra que a apavora. Já havia visto a Sombra algumas vezes, foi com ela que começou a temer a morte. De quem era aquela Sombra? Seria um fantasma? Ou apenas um efeito colateral na infância traumática que teve? Seria apenas imaginação dela? A jovem não saberia dizer. Mas crescer com um fantasma a perseguindo, e sem contar dele para ninguém, não é nada mais nada menos do que um trauma que jamais irá ser superado. Voltando a história, imagine que a jovem sai correndo de seu quarto e atravessa novamente os mesmos corredores que falei lá em cima procurando pela mãe. Ela agora entende o que são aqueles símbolos, e os teme mais do que tudo. Mas quem diria que naquela tarde ela iria receber sua primeira marca? Okay, estou adiantando a história, desculpe. A jovem corre e corre gritando desesperada pela mãe e quando a acha ve que ela está com os mesmos homens com marcas do dia em que estava na biblioteca. "Ela não pode fugir de quem é!", "Ela vai ser uma Caçadora de Sombras, você querendo ou não Emma!", "Coloquem a marca do Anjo nela agora!". A jovem jamais iria esquecer estas três frases. Pois segundos depois, os homens estavam agarrando ela enquanto um homem desenhava uma marca estranha em seu braço. Mais homens seguravam a mulher loira, impedindo que a filha ganhe sua primeira marca. "Mãe, isto arde! Mande eles pararem! Mande eles pararem! Por favor!". Mas, naquele momento, a mãe não podia fazer absolutamente nada. E quando a tortura acabou, a jovem tinha três marcas estranhas em seu braço e sua cabeça estava a mil por hora. Via imagens, imagens estranhas, eram o efeito das marcas? Deveria ser. Agora imagine que ela corre chorando para a sala cheia de armas, se tranca no lugar e fica lá, deitada por várias horas, apenas pensando que o destino que mais temia, havia acontecido: se tornar uma Caçadora de Sombras.

Welcome to Neverland   •em revisão•Onde histórias criam vida. Descubra agora