XXII Capítulo

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P.O.V Selina
Estava em minha cama no Instituto, me sentindo como se pudesse explodir de felicidade a qualquer momento. Me levantei e coloquei uma roupa simples, corri para a cozinha e assim que abri a porta um cheiro de panquecas invadiu minhas narinas. Fui abraçada atrás por Andrew, ele me levantou e me carregou até meu lugar a seu lado na mesa. Minha mãe deixou as panquecas na mesa e devorei quase todas elas. Meu pai chegou e me deu um beijo na bochecha. Estávamos todos rindo, conversando cobre a Clave e coisas do tipo. Todos estávamos rindo e felizes...
Um vento gelado bateu e fechei os olhos por um segundo. Quando os abri, todos sumiram. Olhei em volta e sai da cozinha, olhei o instituto inteiro. Aonde eles estavam?! Voltei para meu quarto e assim que pisei no mesmo me senti sendo puxada por uma enorme coisa preta, Sombra.

-Não! -berrei- Me solte!

Mas me rendi, a Sombra me levou e senti uma dor no peito como se estivesse vazia por dentro. E isso doía como nunca.

A fumaça veio novamente e me entreguei a ela.

Me vi dentro na cabana de Peter, o que fazia aqui? Sai e todos os meninos perdidos estavam me dando presentes. Dançamos a noite toda, cantamos a noite toda e a música.. Oh, a música. Pouco me importava de onde ela estava vindo, apenas queria ouvi-la sem parar. Tropecei em algo e fui caindo, caindo, como se tivesse pulado de um penhasco. Senti braços me envolverem, e sim, era a pessoa que eu mais queria ver. Peter Pan.

-Se esqueceu? -chegou perto de meu ouvido- Tenha pensamentos felizes.

Ele me soltou e de repente estava voando, juntamente com ele. Segurava em sua mão e sentia a brisa passar entre meus cabelos. O toque da mão de Peter era reconfortante... Me sentia segura ao seu lado. Me sentia viva, livre. Paramos de repente e Peter ficou na minha frente, ele fez uma reverencia e eu agradeci. Ele estendeu uma de suas mãos para o ar e coloquei minha mão em cima da sua, a outra coloquei em seu ombro. Peter colocou sua outra mão em minha cintura. E foi assim... Valsamos no ar até virmos o nascer do sol. Ao notarmos que o sol estava nascendo, paramos e ele me abraçou. Minha cabeça ficou em seu peito e ele abraçava meu tronco. O abracei forte e senti seu cheiro... Limão e magia.

Um segundo depois, tudo isso sumiu de repente e o redemoinho branco me levou para outro sonho.

As espadas travavam uma luta feroz entre si, eu e Peter estávamos lutando feito maníacos. Ele estava ganhando, óbvio. Tinha cortes em todos os lugares de meu corpo e ele mal tinha um arranhão, ele estava perfeitamente bem e isso me irritava. Isto quando ainda era uma Caçadora de Sombras. Joguei a espada dele para longe e o empurrei até uma árvore, coloquei a espada em sua garganta.

-Você tem fogo -ele disse- Eu gosto disso.

Ele se livrou de mim e me colocou de tal forma que não conseguia me mexer.

-Regra número um, nunca deixe um inimigo de distrair.
-Por favor me solte.

Ele me soltou e peguei minha espada de volta. Peter nos levou para o acampamento e curou meus ferimentos, logo depois me levou para a Montanha, onde sobrevoei a ilha pela primeira vez. E quando encarei Sombra pela primeira vez. Peter me levou ao acampamento e cuidou de mim...

-Vou te proteger com minha vida, Selina.

O furacão apareceu novamente e foi diferente, desta vez não me levou a lugar algum.

Me senti sugada e... E de repente tudo ficou claro. Era um enorme espaço branco, o mais puro branco. Parecia infinito... Mas algo me dizia para seguir em frente. Caminhei e caminhei. Meus pés estavam começando a doer, mas não podia parar. Comecei a correr, correr como nunca na minha vida. O que eu estava precisando encontrar? Qual era meu objetivo? O que havia no final deste lugar enorme e vazio? O tempo parecia não passar, parecia não estar chegando a lugar algum. Quando parei, foi que vi.
Provavelmente estava a uns vinte e cinco metros de distancia. Foi de relance que o vi, um pequeno brilho prateado. Minhas pernas e pés imploravam por descanso, mas não podia parar. Estava tão perto... Tão perto...
Um rio. O que havia visto, era um rio.
Andei mais alguns passos e me agachei ao lado do rio. Quando fui tocar na água, uma voz surgiu. Não era de alguém que eu conhecia, nem sabia de onde vinha. Apenas ecoava por todo o lugar.

"Faça uma escolha" -mandou a voz.

-Eu... Não entendi.

"Atravesse o rio, permaneça aonde está ou mergulhe".

-O que acontece se escolher um dos três?

"Terá que descobrir por si mesma".

Fiquei pensando por muito tempo... Me sentei na beira do rio e tentei pensar com clareza. Nossas lendas de Caçadores de Sombras nos contam que os que decidem atravessar repousa ao lado dos anjos, sem visitar a Terra nunca mais. Os que escolhem ficar viram fantasmas e com o passar do tempo, suas almas enlouquecem e ficam presas no limbo. Mas os que mergulham... O que acontece com eles?

"Já se decidiu?".

-O que acontece se mergulhar?

"Terá que descobrir por si mesma".

Fiquei mais um tempo em silêncio e, sem pensar, mergulhei no rio.
A água era gelada, mas ao mesmo tempo, morna. Fiz a coisa certa? Não sei... Resolvi nadar e nadar em frente. Fiquei sem ar depois de certo tempo, quando fui para a superfície de novo, não havia superfície. Parecia estar a quilômetros acima de mim, nadei desesperadamente para cima, mas quanto mais nadava mais parecia estar longe. Meus pulmões se contraiam, pedindo por ar. Resolvi parar... Acabou. Acabou.
Deveria ter pulado o rio, devia ter ido descansar com os anjos. Mas escolhi mergulhar na escuridão que levava a lugar algum. Quando atingi uma espécie de "fundo", fechei meus olhos e esperei a morte me levar para aonde quer que fosse.

O redemoinho branco ressurgiu, com cheiro de limão e magia.

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-Sinto muito Selina... Por favor me perdoe...

Minha respiração estava tão fraca que nem sabia se estava ou não respirando, mas de fato, estava viva. Viva, havia dado certo. Me sentia tão fraca... Cansada. Mas ele precisava saber que estava viva. Movi meus lábios e tentei dizer algum som, mas nada saiu.

-Você matou minha filha... -era minha mãe- Você matou ela... Eu nunca vou te perdoar por isso. Nunca.
-Eu nunca vou me perdoar... -ele não se importou com o que Emma disse- Sinto muito Selina... Eu te amo tanto...

Todos pensavam que eu... Morri? Óbvio, fiquei em um estado de "quase morte". Devo ter parecido estar morta. Preciso dizer que funcionou, mas mal consigo respirar. Peter, Peter!

Não sei ao certo o que aconteceu, mas bati no chão com violência e ouvi uma luta de espadas.

P.O.V Peter
Emma partiu para cima de mim com uma de suas lâminas serafim e eu fiz uma espada aparecer, mas ela logo a tirou de minhas mãos e enfiou a espada em meu peito. Estava abalado e despreparado, e a dor no peito não parecia nada com a dor de ter perdido Selina.

P.O.V Selina
Não! Não! Não!
Com enormes dores, me virei de lado e abri os olhos. Vi minha mãe enfiar a lamina em Peter... Ele... Peter caiu de joelhos e vi sangue escorrer de seu peito.

Welcome to Neverland   •em revisão•Donde viven las historias. Descúbrelo ahora