XIII Capítulo

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P.O.V Selina
O ar. As nuvens. O céu claro completo de nuvens que tomavam formato aqui e ali. Tudo era lindo, oh, a brisa. Tinha cheiro de magia e... Limão? Haha, que estranho. Mas era isso. Se eu pudesse ir mais alto... Eu tentei, mas Peter me puxou.

-Eu quero ir mais alto -resmunguei.
-Se for mais alto vai acabar se matando, e não quer morrer no seu aniversário, não é?
-É meu aniversário, não deveria fazer o que quiser?
-Sim, menos se matar. Anda, tenho uma surpresa.

Ele me puxou para baixo e fomos voando por várias partes da ilha, até chegarmos no topo da única montanha que havia ali. Aterrisamos e eu tropeçei, mas ele me pegou e ficamos muito próximos um do outro.

-Se quer me beijar só precisa pedir, não precisa cair de propósito, Blacktorn.
-Bobo.

Peter pegou em minha mão e foi me guiando até uma trilha que não tinha visto ali. Na beirada, havia espetos que soltavam um líquido preto grudento e nojento.

-O que é isso?
-Nunca, jamais, toque nisso. É o veneno mais mortal do mundo, e não há cura.
-Entendi...

Continuamos a subir, chegamos em uma parede de folhas. Peter passou sua mão sobre as folhas e elas se abriram para uma enorme caverna. Era linda... Havia uma cachoeira que jogava águas tão cristalinas que até me surpreendi. Havia no canto esquerdo, um arbusto de framboesas e amoras.

-Que lugar é esse? -perguntei.
-Um lugar especial. Aqui é praticamente o coração da magia na ilha.
-É lindo.
-É... Não tanto quanto você.

Sangue... Me aproximei dele... Emma, ela precisa de ajuda... Peter sorriu e colocou suas mãos em minha cintura... Acorde Selina! Acorde!

-Peter... Mas... E minha mãe? -me afastei dele- Você ainda vai matá-la?
-Selina, claro que não! Precisa confiar em mim!
-Eu confiei uma vez! E você quase matou minha mãe!
-Eu nunca a tentei matar!
-Tentou sim! Você tentou arrancar o coração dela uma vez, lembra?!
-Selina... E-eu... Sinto muito... Mas eu... Preciso que confie em mim.

Ele pegou um pó azul escuro brilhante e soprou na minha frente. Fiquei tonta com aquilo... Não caia nessa novamente!... Mas Peter é bom... Lembre-se do que Tinke lhe falou!... Quem...Quem é Tinke? Minhas pernas falharam, mas Peter me pegou e colocou minha cabeça em seu pescoço enquanto abraçava meu corpo delicadamente, como se fosse de porcelana.

-Fiquei tonta... Desculpe... -disse.
-Está melhor agora?
-Você continua aqui? Então não -rimos.

Ele pegou delicadamente meu queixo e me beijou. Oh, Peter... Como amo quando faz isso. Ficamos tanto tempo assim que ficamos sem ar, paramos o beijo e ele colou nossas testas.

-Ainda quer ver as sereias?
-Não disse que elas iriam me matar?
-Bem, isso depende de você.

P.O.V Peter
As sereias estavam inquietas com a visita de Selina. Todas cantavam e conversavam sem parar, eu as observava de longe, encostado em uma árvore. Ela tinha cabelos lisos castanhos tão lindos... Olhos vibrantes... Não. Não posso. Lembre-se do plano, Peter. Lembre-se. Não posso me apaixonar novamente, não posso. Estávamos em uma cachoeira mais perto de praia, havia várias rochas, as sereias estavam deitadas nelas e Selina estava sentada em uma pedra branca e lisa, perto delas. Elas conversvam e riam. Ela tinha uma risada gostosa de se ouvir... Ela é linda... Oh, Selina. Eu preciso de outra maneira, preciso salvar você deste maldito plano.

-Peter! Não quer se juntar a nós? -Selina gritou.
-Hoje é seu aniversário, divirta-se. Voltarei mais tarde.

Ela pareceu ficar chateada com minha saída, mas apenas me virei e fui andando pela floresta. Fui até o acampamento e entrei em minha cabana. Afastei a estante e abri o cofre. Havia apenas mais dois objetos: um carrinho de madeira e um anel. Preciso encontrar logo outra maneira... Preciso.

Welcome to Neverland   •em revisão•Where stories live. Discover now