XI - Will

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Oi oi gente! Boa noite e boa sorte!

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Já havia um bom tempo que Will estava ciente de que nem mesmo morto se livraria dos pensamentos repetitivos gerados por suas crises de ansiedade, mas o garoto já não estava aguentando mais toda aquela situação.

Desde a partida mais recente de Nico, Will se pôs a pensar sobre tudo o que aconteceu e ainda estava acontecendo durante sua pós-vida, fazendo até mesmo uma lista mental na expectativa de organizar melhor seus pensamentos:

1. Will mantinha uma queda por Nico desde ainda em vida;

2. Nico, com sua estranha rotina de fazer visitas ao submundo, acabou por conhecer Will nos elísios após sua morte;

3. Nico continuou a visitar Will e ambos passaram a se dar super bem;

4. Will percebeu que estava apaixonado por Nico;

5. Por último, na mais recente visita do garoto das trevas Will acabou por contar-lhe como se sentia, e surpreendentemente, Nico retribuiu seus sentimentos.

Will passava e repassava mentalmente essa sequência de fatos sem parar e a conclusão na qual chegava era praticamente a mesma todas as vezes: tanto ele quanto Nico nunca deveriam ter se aproximado nas circunstâncias em que estavam. Mas agora, de um jeito ou de outro isso já estava feito, e eles estavam completamente ferrados.

Will tentava pensar em uma solução qualquer, de preferência alguma que não machucasse ainda mais à Nico, mas isso era impossível. Os pensamentos de Will estavam todos bagunçados, sua voz mental alternava entre uma ideia e outra de forma tão rápida que o garoto não conseguia acompanhar a si mesmo. Seus pulmões já não funcionavam como quando era vivo, mas se funcionassem Will estaria com uma falta de ar gigantesca agora, e se seu coração ainda batesse, bateria rápido ao ponto de parecer que iria explodir.

Will deu uma olhada no ambiente à sua volta.

O filho de Apolo se encontrava sentado no chão de uma das replícas de monumentos gregos espalhadas pelos Elísios. Will não sabia ao certo o porquê dessas construções, talvez fosse apenas uma forma de trazer um ar de vivacidade para o local (o que era meio irônico, já que todos ali estavam mortos.)

Aquele monumento onde Will estava se encontrava vazio na maior parte do tempo. Era uma construção um pouco menor e também mais afastada das demais. Solace gostava de ir até lá para ficar sozinho e pensar.

Will queria do fundo de sua alma conseguir lidar com tudo sozinho, esse era o principal motivo para ter se afastado de seus irmãos e dos demais amigos do acampamento que havia encontrado enquanto perambulava pelos Elísios. Era por isso que o filho de Apolo estava ali: encolhido em um canto onde tudo o que estava presente era um Will Solace morto e sua mente ocupada com seus problemas, problemas de gente morta.

Apesar de querer resolver tudo sozinho, Will sabia reconhecer que não estava mais conseguindo lidar com a situação. Eram muitas coisas acontecendo, muitos pensamentos sobrepostos... Will percebeu naquele momento que deveria ceder e tentar pedir a ajuda de seus irmãos e talvez também a de Silena - sendo filha de Afrodite, a deusa do amor, talvez a garota pudesse ajudá-lo.

Will fechou os olhos com um pouco de força por alguns segundos, tentando tomar coragem para procurar seus amigos e pensando por onde deveria começar a contar toda a história.

Enquanto tentava se preparar mentalmente para tudo o que estava por vir, Will ouviu um som de passos vindo detrás de um dos pilares do monumento onde se encontrava. Seguida dos passos, ecoou uma voz conhecida que chamava por seu nome.

Elísios - SolangeloOnde histórias criam vida. Descubra agora