Capítulo 15

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Capítulo 15

 

P.O.V Narrador


A manhã de Sábado havia finalmente chegado, os flocos de neve caiam delicadamente no parapeito da janela, cujo os vidros estavam congelados. Ainda era cedo, mas a movimentação na entrada da escola poderia acordar qualquer um, a maioria dos estudantes já havia despertado, era um dia especial.
Os olhos do jovem Carl Messier abriram-se lentamente, ele olhou para o lado e viu seu colega de quarto adormecido. Não sentia vontade de se levantar, prefiria dormir um pouco mais, já que teve uma noite extremamente turbulenta.
Recordava-se de tudo que acontecera na madrugada, foi um dos momentos mais intensos de sua vida, nunca se imaginara fazendo algo assim. Ainda podia sentir a adrenalina correndo em suas veias, poderia pensar que foi tudo um sonho, mas as marcas na vida real deixavam claro que não era.


~FlashBack de algumas horas atrás~

 

Finalmente estavam prontos, carregavam lanternas e bagagens enquanto esgueiravam-se silenciosamente em meio ás árvores. Um pianista e um garoto loiro guiavam o restante do grupo, que parecia tenso e apreensivo, com medo de serem descobertos.
Carl caminhava logo atrás de Serge, que seguia em direção á estrada depois da floresta. O garoto religioso segurava uma mala em sua mão direita, e com a esquerda segurava a mão de seu irmão mais novo, que com um lampião, iluminava o caminho.
Uma carruagem os esperava á beira da estrada, o cocheiro parecia ligeiramente cansado, mas uma boa quantia de dinheiro o fez recuperar a energia. Faltavam alguns minutos para á meia-noite, todos organizavam as malas rapidamente, enquanto o casal preparava-se para a despedida.


Aquele era o momento que todos agurdavam, o momento que havia sido perfeitamente planejado e, principalmente, era o momento que Carl mais temia. Daqui em diante não os veria mais diariamente, não teria a certeza de que eles estariam seguros dentro do quarto, não saberia se alimentavam-se corretamente ou o quê poderia acontecer.
Isso o assustava, mas vê-los com olhares tão esperançosos e determinados a terem uma vida livre, isso era o que lhe dava esperança. Kurt, Neka, Pascal, Sebastian e até mesmo Rosemariné deslocaram-se do conforto de seus quarto para prestigiar aquela cena, onde partiriam sem rumo ao desconhecido.
O Príncipe Branco mostrou-se o mais benevolente ao dar-lhes uma grande quantia de dinheiro, para que sobrevivessem sozinhos em Paris. O pianista e seu companheiro loiro pareciam tensos e ao mesmo gratos por toda essa gentileza, especialmente Gilbert, que parecia aéreo e não acreditanto que aquilo era real.


O momento da despedida finalmente havia chegado, separar-se-iam ali, e não sabiam da possibilidade de um reencontro algum dia.


"Prometam que escreverão assim que puderem!" - Kurt disse, apertando a mão dos dois com um sorriso empolgado.


"Se arrumarem problemas com alguém, não hesitem em nos chamar, iremos resolver pessoalmente." - Neka falou logo em seguida, conseguindo fazer todos rirem quando se era menos esperado.


Serge olhava todos com uma expressão melancólica, mas alegre ao mesmo tempo, enquanto Gilbert mantinha seu semblante sério. Mas desta vez, ele parecia diferente, parecia estar em paz ou determinado pela primeira vez em muito tempo.


"Nesta caixa há medicamentos e algumas outras coisas que espero que não precisem utilizar." - O cientista ruivo os entregou o presente, e recebeu o olhar exultante em agradecimento.

As Lágrimas da Rosa AzulМесто, где живут истории. Откройте их для себя