Capítulo 3

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P.O.V Narrador


Toda aquela situação era nova para Carl, ele já havia conversado com o cientista sobre psicologia, mas ser um dos "pacientes" dele era novidade. Pascal segurava uma prancheta e um lápis, ele escrevi rapidamente sem se preocupar se sua caligrafia era legível ou não. Após mais alguns minutos de silêncio, o ruivo volta á sua atenção para o amigo.


"Irei te fazer algumas perguntas, todas elas são baseadas nas minhas pesquisas e em fontes seguras." - O mais velho dizia, ele parecia empolgado em ajudar o amigo.


O garoto de cabelos escuros acenou com a cabeça, concordando silenciosamente. Era a primeira vez que desabafava com alguém daquele jeito, parecia uma consulta com um médico. Carl esperava que fosse ser "consertado", que após aquelas série de perguntas, ele pararia de sentir.


"Primeira pergunta, me descreva com detalhes o que você sente ao ficar perto dessa pessoa." - O ruivo pergunta pacientemente, se preparando para anotar a resposta que viria.


Por alguns instantes, o garoto religioso pensou em como poderia verbalizar o sentimento que tinha pelo pianista. Ele nunca havia sentido nada parecido, parecia mais uma obsessão, se é que ele poderia chamar dessa forma.


" Quando estou com essa pessoa, me sinto feliz e com vontade de ficar mais próxima dela. Eu realmente admiro essa pessoa, ela é tudo que eu não sou e nunca serei." - Ele diz, rezando internamente para que tudo aquilo passasse.


"Certo, pode me dizer como é saber que essa pessoa não corresponde o que você sente?" - O mais velho pergunta, anotando com atenção cada palavra que o amigo dizia.


Carl sentia-se desolado, essa era a forma perfeita de descrever o que estava sentido. Era como se ele nunca fosse ser bom o bastante para estar ao lado de alguém como Serge. Ele tenta transformar seus sentimentos em palavras, de uma forma que fosse mais fácil de entender e que ao mesmo tempo não soasse tão desesperada.


" Eu me sinto...horrível. É como se eu estivesse me afogando em uma onda de culpa, toda vez que estou com essa pessoa, eu preciso fingir que não sinto nada. " - O garoto de cabelos escuros responde a pergunta enquanto abaixava a cabeça, seus olhos estavam fixos no chão.


Pascal estranhou a resposta do amigo, era normal estar triste por ter se apaixonado, mas não necessário sentir culpa por algo que não pode controlar. Foi aí que ele decidiu que era preciso descobrir por quem Carl havia se apaixonado.


"Porquê sente culpa por amar essa pessoa? Quer dizer, você não está fazendo nada de errado." - O ruivo olha para o amigo que sentava á frente dele com um olhar preocupado. Ele não queria que seu melhor amigo se envolvesse com alguém que pudesse machucá-lo.


O garoto religioso ficou em silêncio, sem saber o que responder. Ele ainda não conseguia acreditar que estava sentido coisas por outro homem, aquilo tudo era demais para ele.


" Eu conheço essa pessoa?" - Pascal perguntou, desviando a atenção de Carl dos pensamentos ruins, o fazendo focar somente nas perguntas.

As Lágrimas da Rosa AzulWhere stories live. Discover now