Capítulo 5

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Capítulo 5

P.O.V Narrador

As palavras ditas por Pascal faziam a mente de Carl se contorcer em meio ás dúvidas. Ele havia descoberto seus sentimentos, e isso era o que mais o incomodava.

Quando não sabia o que sentia, podia simplesmente trancafiar-se no meio de sua ilusões e fingir que nada aconteceu, mas dessa vez era diferente.

A sensação que sentiu á poucos minutos ainda mexia com ele, o deixando fora da realidade.

Haviam tantos questionamentos, tantos medos, tantas coisas para perguntar, mas a única coisa que conseguiu sair de seus lábios foi:


"O que eu faço?"- Ele perguntou, sem entusiasmo ou preocupação, era como se estivesse vazio por dentro.


Pascal, que ainda estava de pé perto das bancadas, olha para o chão durante alguns segundos antes de responder. Ele não sabia ao certo o que dizer, queria ser sincero mas ao mesmo tempo não queria magoar Carl.


Ele sofria por estar o vendo sofrer.


As frases deveriam ser formadas e ditas com cuidado, de um modo que o acalmasse. Ele não precisava de mais dúvidas e preocupações nesse momento.

Dizer o que sentia para Serge era inviável, não tinha como acontecer uma relação entre os dois, além de que a amizade deles seria prejudicada.


"Somente você pode decidir o que fazer, mas te aconselho a tentar seguir em frente. Você só teve um amor não correspondido, não é o fim do mundo e com o tempo as coisas vão melhorar." - O mais velho responde, tentando confortar Carl.


As intenções do ruivo eram boas, mas dificilmente o coração machucado do jovem rapaz poderia esquecer o sofrimento. Ele ainda não conseguia acreditar nos sentimentos que tinha pelo amigo.

Sentado na cadeira, as mãos de Carl cobrem seu rosto enquanto seus cotovelos descansam em suas pernas. Ele estava confuso e preocupado com o que poderia acontecer.

O que ele faria na próxima vez que encontrasse Serge ou Gilbert? Ele não poderia se afastar, afinal eles eram amigos e precisavam ficar unidos. Os pensamentos do garoto de cabelos escuros o atormentavam.


"Pascal, o que eu faço?" - Carl perguntava novamente, ignorando a primeira resposta que lhe foi dada.


Sem entender o motivo da pergunta, o cientista fica em silêncio. Ele claramente conseguia perceber a voz trêmula do amigo, parecia que estava segurando o choro.


"Como fui deixar isso acontecer? Eu ainda gosto de mulheres, então como é possível sentir isso por Serge?" - A vergonha o impedia de olhar para o amigo.


Vê-lo naquele estado partiu o coração do mais velho, ele não queria que Carl se sentisse mal apenas por ser quem ele é. Ao mesmo tempo que ele ficou preocupado, ele sentiu raiva de todas as pessoas que o ensinaram a se sentir daquela forma.


"A sexualidade dos seres humanos é uma coisa complicado, eu tenho estudo isso durante tantos anos e ainda há muito para aprender. O que você sente por Serge não altera o que sente pelas mulheres...ou outros homens." - Pascal disse na intenção acalmar o amigo.

As Lágrimas da Rosa AzulWhere stories live. Discover now