Déjà Vu • Bucky Barnes

É só o que precisa saber

Os dois foram em silêncio até o carro, passando por algumas pessoas no caminho que comentavam sobre o ocorrido na lanchonete, descobrindo inclusive que a rua estava fechada por causa da polícia. Em uma rápida troca de olhares, Annabelle e Bucky praticamente concordaram em não passarem por ali, virando duas esquinas antes para chegar na rua onde o veículo se encontrava.

Annabelle apontou discretamente para seu carro, um Equinox azul escuro, que chamava a atenção comparado aos outros carros da rua por ser um pouco maior. Bucky franziu o cenho, pois até então imaginou que seria algo mais discreto, porém isso parecia fugir do estilo dela.

― Que foi? ― Perguntou enquanto destravou o carro.

― Nada.

A castanha deu de ombros. Bucky era tão calado que chegava a incomodar. Não gostava de pessoas que falam demais, Annabelle estava acostumada a ser silenciosa, mas ele conseguia incomodar por ser assim...

Entrou no banco do motorista enquanto o observava abrir a porta do passageiro, sentando-se ao lado dele e colocando o cinto de segurança. Annabelle fez o mesmo e girou a chave, ligando o veículo e começando a dirigir logo em seguida.

― Então... ― Começou.

― O que mais você sabe? ― Bucky perguntou.

― Bom, pelo que sei, há mais ou menos dois meses, eles começaram a matar alguns agentes específicos, tem uma lista com eles na minha bolsa, pode pegar se quiser. 

Sem pensar duas vezes, Bucky olhou para o banco de trás, onde a moça havia jogado a bolsa havia alguns segundos, e esticou o corpo para alcançá-la, trazendo-a para seu colo.

Olhando com mais atenção, viu que não havia praticamente nada. O revólver, spray de pimenta, uma bolsinha que provavelmente havia dinheiro, uns absorventes e um caderninho com capa de couro. Ele o pegou e abriu a primeira página, fazendo uma careta ao ver os garranchos escritos.

― Essa é sua letra? ― Perguntou.

― Não, a minha é melhor. ― Annabelle respondeu, mantendo a atenção no trânsito. ― Tem uma página específica com os nomes, e alguns possíveis alvos futuros, inclusive o teu, então procure.

Bucky a olhou pelo canto do olho, se sentindo irritado por estar recebendo ordens de uma desconhecida, mas acabou fazendo o que ela pediu. No meio do caderno, achou o que tanto procurava.

Haviam nove nomes, e apenas dois não estavam com um risco vermelho. Ele e Annabelle.

― O resto...

Annabelle desviou o olhar rapidamente da rua, olhando para ele com certo pesar antes de assentir com a cabeça. Os outros sete estavam mortos.

― Conhece algum deles? ― Perguntou, segurando o volante com certa força, descontando a tensão que sentia.

Bucky olhou rapidamente os nomes, tentando se recordar de algum, mas chegou a conclusão que não havia conhecido. O que era estranho, pois não se lembrava nem mesmo o da própria Annabelle, embora seu rosto fosse familiar.

― Não... ― Respondeu, fechando o caderno de forma quase afobada.

― Não é novidade, só conheci Sylvia porque ela veio atrás, fora isso...

Ele fechou os olhos, respirando fundo mais de uma vez antes de abri-los novamente apenas quando sentiu o carro parar, vendo que o farol estava fechado. Por fim, passou sua mão, sua verdadeira mão pelo rosto, e voltou a olhar para Annabelle.

― Então o plano é matar um monte de agentes aleatórios? É isso?

― Ex-agentes. ― Annabelle corrigiu. ― E, bom... Não tive contato com os outros, mas Sylvia me disse que todos haviam saído da Hydra, a maioria fugiu...