Desde que o mundo voltou ao normal, Bucky Barnes tentava fazer o mesmo com sua vida, porém sua consciência o impedia de seguir em frente após ter deixado tanto sangue para trás. Em seu âmago, sentia que, inevitavelmente, alguém buscaria um acerto de...
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Ela diz: Temos que nos agarrar ao que temos Não faz diferença se conseguiremos ou não Nós temos um ao outro e isso já é muito Por amor, vamos dar uma chance (Livin' On a Prayer - Bon Jovi)
Imerso no mais profundo silêncio, Samuel Saxon não seria capaz sequer de notar alguém entrando no recinto até que uma bala estivesse cravada em seu crânio. Mas sabia que isso não iria acontecer, as chances eram praticamente nulas. Principalmente agora que Bucky Barnes tinha seu rosto estampado em todas as televisões, além da rápida e imprevisível internet. Tão procurado pela mídia quanto Lady Di nos anos 90.
Totalmente seguro, observava sua brilhante criação sendo reparada. Seu rosto havia sido um pouco danificado e a prótese esquerda, não chegando perto do verdadeiro vibranium, era mais fácil de se estragar. Comparado ao material de Wakanda, aquilo era lixo. Mas, por enquanto, serviria.
Até conseguirem colocar a Hydra nos maiores países, inclusive o reino africano com a maior e melhor tecnologia do mundo. Depois dos EUA, a maioria não seria tão difícil, acreditava. Nunca foi muito bom com política.
Não, política é irritante em sua visão. A vida humana é complicada, sempre colocando questões em situações fáceis. Seu dom envolvia tecnologia por uma razão: Elas eram fáceis, faziam tudo que pediam, eram práticas. E Samuel tinha uma certa atração pela praticidade.
E ali estava. Tornando o Soldado Invernal prático novamente. Havia sido seu ídolo, se é que poderia chamar assim. Ele não pensava muito, simplesmente fazia. Sem perdas de tempo, sem hesitações, isso era fascinante. Mas então, o velho Capitão Rogers o tornou humano de novo.
Em parte, achava a morte do símbolo americano extremamente merecida, embora ele provavelmente tenha sofrido menos do que deveria por se meter no que não entendia. Músculos e pouco cérebro, sempre prezando pela bondade, mesmo que isso impedisse a evolução... Patético.
Mas abriu os olhos de Samuel. O fez perceber que James Barnes não era bom o suficiente para ser o Soldado Invernal, era um tolo assustado com o poder que tinha... Era um humano qualquer.
Então, como Darwin tanto acreditava, a evolução iria acontecer. Barnes e todos os outros que fugiram, iriam morrer. Fracos demais para sobreviverem. E Samuel iria permitir que versões mais fortes continuassem naquele novo e belo mundo que iria surgir, que iria criar.
[...]
― No capitólio...
Catalina respirou fundo. Aquilo sim seria complicado... Em meio à reunião do congresso, com dezenas, talvez centenas, de pessoas dentro de uma sala... Como impedir aquilo?
― Pode ser uma catástrofe. ― Bucky falou, sem sequer tocar no lanche à sua frente.
― E tem alguma chance de não ser? ― A moça perguntou, a única que continuava de pé.
