quarantotto

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Meu pai me deu aulas básicas de defesa pessoal quando eu tinha quinze anos, após uma garota idiota do meu colégio, cujo pai foi detido por dirigir bêbado na rua pelo meu pai, decidiu se vingar me esperando na saída da escola, eu apanhei feio, e meu pai ficou furioso. Como ele não podia enfrentar uma garotinha de quinze anos, decidiu me ensinar a me defender, e eu sou grata por isso, já que agora, parece ser a única forma de impedir Dean de ir atrás de seu tio.

— Que merda você pensa que está fazendo? – Exclamo enquanto tento acompanhar os passos apressados dele em direção a saída, mas meu corpo todo dói, e cada movimento me resulta em uma careta.

— O que acha que estou fazendo? Estou indo atrás desse idiota para tirar essa história a limpo – Arregalo os olhos quando o vejo procurar suas chaves no suporte perto da porta.

— Dean – Ele me olha por sobre o ombro – Você não vai. – Ele solta um riso.

— Ah sim? E quem vai me impedir? – Solto um suspiro quando ele desvia o olhar e volta a procurar apressado as chaves, mal sabe que ele as deixou na mesa do escritório – Foda-se, eu chamo um taxi.

— Porra – Me apresso em sua direção, empurro seu ombro e passo uma perna por uma de suas pernas, o fazendo cair de cara no chão.

Dean solta um gemido de dor e se vira e me olha assustado e com raiva. Dou a volta em seu corpo e tranco a porta da frente, pego a chave e a coloco dentro do sutiã. Quando me viro de volta para ele, Dean está sentado no chão, me olhando com as sobrancelhas arqueadas.

— Acha que eu não meteria minha mão aí?

— Não se quiser continuar com seu pau entre as pernas – Dean bufa e desvia o olhar, respiro fundo – Dean, você não pode ir lá.

— Por que não porra? – Ele volta a me olhar, com raiva. Passo as mãos no rosto, tentando manter a calma, e me agacho para olhar na altura de seus olhos.

— Dean, se você for lá agora, vai jogar toda a chance que a gente tem de provar que ele é o culpado, pelo ralo – Ele revira os olhos – E só Deus sabe o que ele poderia fazer, te prender? Resolver matar a próxima vítima mais cedo?

— Eu preciso falar com ele – Dean murmura, e pelo tom de voz, sei que está deixando a ideia de lado.

— Sim, precisa, mas não agora, não quando agora só precisamos de provas – Me levanto e ofereço minha mão para ele – Quando tivermos ela, você poderá fazer e falar o que quiser com ele, ok? – Dean me encara por longos segundos, por fim, bufa e aceita minha mão, se erguendo do chão.

— Precisava me dar uma rasteira?

— Ou era isso ou pular em suas costas.

— Preferia a primeira opção – Ele resmunga, dou de ombros e passo por ele, voltando para o escritório – Onde vai?

— Você não tem que pegar um documento para o maldito?

— Claro – O ouço rir atrás de mim – Eu super vou fazer isso, para que ele os quer? Tirar Michel de jogo? – Me viro para ele, surpresa.

— Acha que ele faria isso? – Dean suspira e dá de ombros.

— Não duvido de mais nada – Ele desvia o olhar para as escadas.

— Onde estão os outros? – Pergunto e vejo quando o rosto de Dean se transforma em uma cara de nojo.

— Merda, Martina e Pietro – Ele leva as mãos ao rosto – Merda, merda, merda, o que eu vou falar para eles?

— A verdade? – Dean me olha como se eu fosse idiota, me ignora e começa a subir as escadas, reviro os olhos e o sigo.

— Claro, porque eles vão reagir muito bem ao saberem que o pai deles é um assassino. – Dean empurra a porta de seu quarto e acende a luz.

OverdoseWhere stories live. Discover now