11º Capítulo

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VICTOR

Desde ontem Mariana não saiu do quarto, Carol levou o café da manhã e o almoço pra ela não morrer de fome.

Fiz aquilo porque quero que Mariana perca esse medo que ela tem de mim, pelo menos o medo achei que ela tinha.

Não imaginava que ela ia pegar a arma e ainda apontar pro Russo, pode ter sido pelo medo e a pressão de ter uma arma apontada pra você ou essa mulher realmente sabe mais do que eu pensei. Ela parecia tão segura com aquela arma na mão, to ficando cada vez mais intrigado com ela e acho que meu tio não contou tudo que deveria.

O caminho dela aqui é só do quarto pra sala de jantar, sala de jantar pro quarto. Sei que ela foi na garagem também porque é minha casa e eu sempre sei de tudo, sem contar que tem câmeras então deu pra ver. Nem falei nada, deixei isso quieto.

To no computador vendo umas coisas que tenho resolve quando Olano entra em casa com uma bolsa na mão.

- Entrega chefe.

- De quem?

- Do seu José, tá te pagando o que deve.

- Deixa aí - digo ainda vendo o computador.

Ele larga bolsa no chão e sai andando volta pra onde tem que voltar. Quando ia comprar o barco sou tirado atenção pelo barulho de passos na escada que faz até eco pela casa, quando olhei vi Mariana com um vestido cumprido verde e um sapato alto preto. Porra iria ser tão mais fácil se ela não fosse tão linda, que merda, como pode ser assim?

- Boa noite - diz sem graça pra faxineira.

- Ah.. boa noite senhorita - responde logo voltando a varrer.

Sem falar comigo ela foi direto pra sala de jantar, dei risada pela atitude e levantei indo atrás dela, Carol serviu só meu prato e o dela nem estava na mesa. A gente se sentou e me servi de suco, Carol entrou na sala de jantar com a bandeja na mão mas parou quando viu que ela estava na mesa comigo.

- Senhorita, já estava indo pro seu quarto - ela diz surpresa.

Ela só sorriu e Carol deu o prato e seu copo de suco. Começamos a comer em silêncio e fiquei observando seu braço que ainda estava marcado, não percebi que tinha machucado ela.

Acordo dos pensamentos quando ela coçou a garganta. Bebi um gole do suco e ela também.

- Resolveu sair do quarto - digo o óbvio.

- Cansei dele - diz antes de dar mais uma garfada na comida.

- Troca - tomo um gole pra limpar a garganta.

- E o jardim?

- O que tem ele?

- Não posso ir lá?

- Não tem nada de interessante lá fora e também eu não falei que não podia.

- Então fala isso pro seu capanga.

- O que ele fez?

- Disse que não tinha ordens suas pra me deixar sair e apertou a arma na mão na intensão de me assustar.

Fico surpreso, pela primeira vez ela está usando mais de três palavras comigo.

- Depois falo com ele. Pode ir onde quiser aqui, é sua casa agora.

- Agradeço.

Vejo ela engolir seco a comida e foco meu olhar em seus olhos que não demora nada pra dispersar e desviar pra mesa. O jantar terminou silencioso como sempre, não insisti de render assunto porque não tenho o que falar com ela então fiquei quieto..

Querida MarianaOnde histórias criam vida. Descubra agora