16º Capítulo

45 0 0
                                    

UM MÊS DEPOIS..

Hoje já faz quase um mês e meio que to morando aqui, digamos que dei uma acostumada com a convivência aqui em casa até porque vai completar dois meses aqui, quase 50 dias eu tenho que acostumar com alguma coisa. Esse tempo todo e ainda não conheci quem eu queria muito menos coloquei nada em prática, por enquanto só to ganhando espaço.

- Bom dia Dom - digo quando saio.

- Bom dia menina Mari - ele cumprimenta de volta.

Coloco a água dos cachorro no chão e entro de novo.

Criei uma certa amizade com o Dom, ele é um senhor gente boa e a gente fica conversando quando Victor não tá. Ele me conta das aventuras da vida dele que não são poucas e eu dou risada.

Até os cachorros acostumaram comigo, um dia o Victor brigou comigo e eu sai pra fora de casa acabei tomando coragem pra chegar perto dos cachorro e fiquei brincando com eles. Carol continua sempre a mesma, "senhorita" pra cá "senhorita" pra lá, já cansei de fala pra ela me chama de Mariana ou Mari. Leila, eu e a Beatriz tá mais próximas do que nunca até porque elas são minhas únicas amigas que eu posso contar as coisa e sair pro shopping. Elas já ganhei confiança até demais.

Minha convivência com o Victor não mudou muita coisa desde que cheguei, os silêncios ficaram mais confortáveis mas ainda usamos poucas palavras um com o outro e eu não sei muito sobre ele ao mesmo tempo que ele não parece saber tudo sobre mim. Ele sai muito e na maioria das vezes não me avisa onde vai, já até acostumei a almoçar sozinha às vezes ou a ficar sozinha nessa casa. Em um desses dias sozinha e no tédio descobri que tem uma sala de cinema nessa casa, ela é aconchegante e tem uma tela grande pra passar séries ou filmes, muitas vezes quando Victor sai eu fico lá e nem vejo o tempo passar.

Ir com ele nos lugares e ser rotulada como sua mulher já virou rotina, nem ligo mais porque quando saímos é sempre a mesma coisa, o Victor atrás de mim e isso dá a impressão que somos a gente é um casal mas a realidade é que aqui em casa a gente nem se fala direito. É ele no escritório ou quarto dele e eu no meu quarto ou na sala de cinema.

Passo meu rímel terminando minha maquiagem e vou pro closet me vestir, coloco meu vestido rosa cumprido de tecido fino. Ele tem uma abertura na coxa esquerda a coisa mais linda, eu amo esse vestido, completo com meu salto preto e deixo meu cabelo solto natural já que hoje ele não tá parando com os cachos.

Desci e Victor tava me esperando na sala, a gente vai ver o andamento daquela obra da escolinha. Ele cagou pra isso só pagou tudo que tinha que pagar e foi cuida da vida dele mas Turco chamou para ver como está ficando já que a maioria do dinheiro é do Dk.

- Vamos? - digo pegando minha bolsa de mão.

Ele me olha de cima a baixo e da um sorrisinho de lado, ele tá com essa mania faz uns dias fico sem graça mas a gente disfarça e fingi estar plena.

- Vamos - sai andando pra porta.

O carro já tava parado do lado da fonte, ele abriu a porta a pra mim e eu levantei a saia do vestido pra entrar. Victor ligou o carro e nós partimos.

Chegando na favela dessa vez já não tava aquela festa toda, tinha um carro esperando Victor pra levar a gente até a escolinha. Ele estaciono o carro e saímos, tinha dois homens do lado de um carro preto com armas na mão.

Nessa questão de armas o tempo todo eu já acostumei, talvez seja porque tem gente com armas rondando a mansão o dia inteiro.

- Vamos logo ver essa escola que tenho mais coisa o que fazer - ele diz e eu só concordo.

Entramos no carro e os dois homens foi na frente, não tava nada confortável nesse carro mas disfarcei e fiquei na minha. Depois de morros e buracos chegamos a escolinha, as obras estavam indo ate que rápidas porque já tinham terminado a estrutura dela e as paredes sendo levantadas.

Os caras saíram do carro e Victor também, a porta do meu lado abriu e o cara passou a arma pra outra mão e a estendeu pra mim.

Peguei a mão dele e conseguir descer do carro.

Senti uma mão na minha cintura e já sabia de quem era então só continuei andando.

- Oi Dk - Turco chega até nós.

Eles batem as mãos e Turco beija minha mão, coisa bem estranha de se fazer em pleno século vinte e um.

- A obra da escolinha tá indo bem - ele aponta a obra e Victor vira pra ver.

Nem eu muito menos ele queria estar aqui então a gente só deu uma olhada rápida, Turco mostrou a parte de dentro e explicou cada cômodo que já estava divido no espaço.

Victor não falava nada só observada e todo mundo olhava pra ele com um certo medo dele não estar gostando, eu achei que tava bem bonitinha e vendo o projeto a escolinha vai ficar linda pra qualquer criança que vir.

- O que achou? - Turco pergunta depois de um longo tour.

- É.. esta legal - ele diz indiferente.

- E a senhorita? O que achou? - o capanga dele pergunta.

- Projeto legal, vai ser melhor quando tiver pronta - digo e eles concordam.

Olhando assim até pensa "nossa que superior" mas na real só queria ir embora.

A gente saiu da obra e o carro levou a gente de volta pro começo da favela, finalmente fomos embora e Victor me deixou já saindo pra fazer outra coisa. Fiquei o resto da tarde vendo filme e comendo besteira que pedi pra Carol compra pra mim.

Querida MarianaWhere stories live. Discover now