39º Capítulo

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MARIANA 

To sem dormir até agora, deve ser três da manhã. To querendo conversa com o cara que tá feito de prisioneiro aqui desde aquele dia, hoje completa uns três dias que tudo aquilo aconteceu e nesse meio tempo Victor não deu quase nada pro coitado comer. 

Tenho que ir até lá mas tenho que tomar cuidado com as câmeras, não tem câmera na cozinha nem no caminho até o quartinho dos fundos que é onde ele tá. Então eu tenho questão de minutos até chegar lá e falar com ele. 

Sai do quarto devagar me deparando com o completo escuro, algumas partes da casa estava iluminada com a luz da lua o que facilitava na parte de enxergar e não precisar ligar nenhuma luz. 

Desci as escadas e fui abaixada até a parede dos fundos onde a câmara não pegava. Deitei no chão e me arrastei até a sala da jantar, me arrastei até em baixo da mesa e engatinhei por baixo dela até chegar do outro lado da sala e deitei de novo pra me arrastar até a cozinha que tava completamente escura. 

Peguei o sanduíche que mandei Carol fazer pra eu tomar café da tarde mas na verdade era só desculpa, na real vou usar ele em troca de informações. 

Não tem jeito melhor de tirar informações de alguém que não come direito a quase três dias. 

Olhei o corredor que dava acesso a salinha e tinha um capanga lá. 

Olhei em volta tentando pensar em alguma coisa e vi a janela que dava acesso a parte de trás da casa, onde fica a piscina, os cachorros estavam ali perto então pensei em usar eles pra distrair. 

Peguei uma colher, uma panela e fui perto da janela. Dei uma batida e como está de madrugada pareceu fazer eco pela casa toda fazendo os cachorros acordar e começa a latir raivosos. 

Coloquei as coisas no lugar e fui olhar o capanga que já não estava mais ali. Peguei o sanduíche e sai correndo entrando no quarto tentando fazer o mais silêncio possível. 

Os cachorros quando latiam e o resto dos carangas deviam estar se juntando lá atrás procurando o motivo. 

O cara acordou assustado, antes que ele fala-se qualquer coisa eu já coloquei o dedo indicador na boca indicando silêncio. 

- Quem é você? 

- Cala boca - mandei indo até ele - Fala baixo, eu sou a única pessoa que pode te ajudar. 

Seus olhos estavam fundos pela falta de sono e vi eles brilharem quando avistou o sanduíche na minha mão. 

- Posso te dar isso porque sei que tá sem comer se me falar uma coisa. 

- O que quer comigo? 

- Quero saber qual sua treta com o Russo. 

- O que isso tem haver com você? 

- Não interessa, ou você fala ou morre aqui - mostrei o sanduíche - Você que escolhe, mas vai rápido que não tenho muito tempo. 

Ele suspirou pensando e me olhou. 

- Eu era um dos caras do Russo, até descobrir que ele pretende matar o Dk - fiquei surpresa - Não vou tentar derrubar os Herrera então sai fora, desde então ele quis se livrar de mim por saber do seu plano. 

Joguei o sanduíche pra ele que abriu rapidamente já dando uma bela mordida. 

Os cachorros pararam de latir e meu coração foi a mil, olhei na pequena janelinha e vi o caranga voltando. 

- Se quiser continuar vivo esconde isso e essa conversa nunca existiu - falei e ele confirmou. 

Abri a porta e sai correndo abaixadinha antes que o cara me veja, mas quando entrei na cozinha ouvi vozes na sala e uma delas parecia ser a do Victor. Na hora eu já peguei um copo, enchi de água, fiz aquela cara de sono e voltei pra sala fechando meu roupão de seda. 

Victor, Donatto e mais um cara estavam com as armas na mão totalmente em alerta, quando sentiram minha presença as armas vieram direto pra mim mas Victor logo abaixou quando percebeu que era eu. 

- O que tá fazendo acordada? - perguntou enquanto os outros abaixavam as armas também. 

- Acordei assustada com os cachorros - disse olhando em volta - Tem alguém aqui? - fingi medo. 

- Dk - um cara entrou na casa e a gente olhou pra ele - Tudo limpo e o prisioneiro está dormindo. 

Respirei aliviada. 

- Os cachorros deve ter acordado com algum gato mas fiquem em alerta, algum idiota deve ter tentado resgatar o rato prisioneiro. 

Terminei de tomar a água e deixei o copo na mesinha de uísque dele, os capangas saíram para os seus postos e Victor me olhou. 

- Acha mesmo que alguém teria coragem de entrar aqui? 

- Esse cara é uns dos capangas do Turco, é óbvio que iriam tentar. 

- Tomara que não tentam de novo - suspiro - Vou tentar dormi. 

- Tá. 

- Boa noite. 

Sai andando e subi pro meu quarto, me joguei na cama aliviada e sorri satisfeita com o que acabei de conseguir. 

Achei que eu ia descobrir coisas do tipo "devo pro Russo e agora ele quer se livrar de mim", agora descobri que ele quer passar a perna nos Herrera. O que é ainda mais maravilhoso pra que eu tenha o desgraçado comendo na minha mão, Russo vai ser só mais uma marionete no meu plano. 

Agora só esperar o miserável vir falar comigo e eu jogar ele no campo minado pra aprender a não mexer comigo..

Querida MarianaWhere stories live. Discover now