Querida Mariana

60° Capítulo

MARIANA

Donatto estacionou o carro perto de uma passarela de madeira que dava acesso as lanchas, obviamente uma delas era de Victor, não sei qual é a intensão dessa viagem mas também não posso ficar muito no lazer por que depois do que aconteceu a gente nem se falou direito falou e agora um passeio. Acho que é o momento de ficar mais atenta no meio deles.

Victor saiu do carro sem falar nada, quando a porta do meu lado abriu estava Donatto com a mão estendida para me oferecer ajuda.

- Pode deixar que eu levo sua mala senhora.

- Obrigado Donatto.

Victor estava estava um pouco mais a frente e quando passei por ele sua mão se dirigiu para proteger minha cintura me guiando até o barco certo, eu me sinto tensa nessa situação. Odeio não saber onde estou indo e muito menos quem vai estar presente especialmente se eu for ficar sozinho com o Victor.

Estava tentando adivinhar qual lancha era até ver mulheres vestidas com duas taças de bebida na mão, não sabia elas viriam.

Não sei se isso me deixa tranquila ou mais nervosa, não sei qual é o objetivo do Victor com essa viagem repentinamente ainda mais com elas junto e se Beatriz esta imagino que Russo também esteja. Subi na escadinha da lancha sendo recebida por elas duas que me abraçam assim que me viram.

- E aí? Como está? - Beatriz me fez animada.

Observei pela visão próxima, Victor dando um beijo no rosto de Leila logo depois saindo.

- Estou bem e você? - Voltei minha atenção pra ela.

- E aí minhas gatas, que tal um vinho lá na ponta do barco?

- Perfeito - Beatriz saiu animada pra pegar uma garrafa.

- Vamos? - Leila olhou pra mim.

- Vai indo na frente, já vou.

- OK.

Ela saiu em direção à ponta da frente do barco enquanto eu caminhava em direção à parte de trás dele.

Como esperado Victor estava encostado no corrimão do barco com seus óculos escuros e sua pose de chefe superior como sempre, quando dei um passo fazendo com que ele olhasse para trás mas era visível que ele não ficou satisfeito em me ver.

Mesmo assim me aproximei dele encostando no corrimão do seu lado.

- Aconteceu algo? - Quebrou o silênciou incomodado com minha presença.

- Não, só queria fala com você.

- Sobre?

Ele parece olhar pra mim com o mesmo olhar de antigamente mas não é exatamente igual, antes Victor me olhava com uma certa superioridade mas hoje ele me olha como se não nos conhecemos. Não nos conhecia antes também mas agora parece que o olhar dele quer me decifrar, decifrar essa parte da Mariana que ele nunca tinha visto e confesso que eu tenho medo que ele descubra essa parte de mim que eu tanto tentei esconder.

- Qual o objetivo dessa viagem do nada?

- Tenho que ter motivo pra te tirar pelo menos um pouco daquela casa?

- Não, fiquei só meio confusa.

- Não tem nada pra ficar confusa, só aproveita.

- Até quando vamos nos tratar assim?

- Assim como Mariana?

- Com indiferença um com o outro Victor, isso tudo depois aconteceu que eu voltei.

- Sou indiferente com tudo, não sei por que esta surpresa.

- Você me levou naquele lugar Victor - Ele me olhou no momento em que eu toquei no assunto - Seu tio me faz fazer aquilo e você não impediu, então não me trata com indiferança nessa altura..

- Já viu alguém impedir meu tio de algo? - Ele me cortou.

- O que esse Carlos tem de tão tenebroso que todos deixa ele fazer o que quer? - meu ódio subiu - Não vem fala que é respeito por ele porque não é.

- Não conhece nem 10% do Carlos.

- E você deve conhecer bem depois de tudo que vi até agora acredito que vocês não são diferentes.

- E você também não.

Arqueei a sobrancelha surpresa pela acusação.

- O que?

Ele esboçou um sorrisinho debochado no rosto se aproximando de mim até ficar cara a cara.

- Foi naquela noite que você provou que não é tão diferente da gente.

- Você deixou que ele entrasse na minha cabeça.

- E você cedeu - Falou um pouco mais auto.

Eu não tinha mais o que responder, tava óbvio que o fato de eu ter matado alguém na frente dele iria levantar suspeitas.

- Mariana.. - ele colocou o dedo indicador no meu queixo dando uma alavanca levantada na cabeça pra que olhasse meus olhos - Você se vingou e não te culpo por isso, esse mundo é assim e meu tio deveria saber disso a partir do momento que te colocou para morar comigo.

Pra minha surpresa Victor deu um beijo na minha testa e saiu..

Eu posso estar até errada sobre o Victor mas esse teatro dele de me apoiar não vai funcionar, até eu desconfiaria se uma mulher que foi comprada em um leilão para ser uma simples empregada seria privilegiada dentro da máfia sendo tratada como mulher de um dos chefe, sem contar que teria dotes com arma que é raro ver uma mulher usando esse tipo de objeto.

Ou eu começo a ficar esperta com o Victor do mesmo jeito que ele esta sendo esperto comigo ou eu sou a próxima cabeça que vai estar na mesa do Carlos.

A partir de hoje tenho que começar a bolar um plano pra matar o Victor antes que eu seja o plano dele, quem diria a tempo atrás a gente tava transando e agora ta um bolando plano pro outro..