21 | De robô a namorado

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14 de outubro de 2021

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14 de outubro de 2021

Já passava da meia noite. As horas ao lado de Jeon Jungkook voaram rápido demais essa noite. Eu ainda me encontrava atônito, processando a informação, fitando o belo rosto do fã de robôs e seu olho cintilante. Há instantes, aquele mesmo olho era de tom castanho claro e esbranquiçado, mas agora sua cor se tornou um azul piscina intenso. Quase como as luzes LED da minha Latinha Adorável.

— Quando o acidente aconteceu, parte do lado direito do meu rosto foi danificado pela explosão, incluindo a visão — ele explicou.

Acidente. Explosão. Tal informação fez meu coração se despedaçar como vidro, perfurando quaisquer estruturas dentro de mim. Por todos esses anos, sempre achei que a dor que senti por perdê-lo era uma das piores — ou melhor, a pior de todas. Só que após ter conhecimento sobre o seu sofrimento, essa dor, agora, parece insignificante.

Sem ter controle sobre minhas ações, ambas as minhas mãos foram de encontro à pele facial do meu antigo vizinho. E quando minhas palmas tocaram suas bochechas, foi como se eu tivesse voltado ao passado, vivenciando esse sofrimento junto a ele.

— Oh, J-Jungkookie... — murmurei, com a voz embargada, sendo impossível segurar as emoções. As lágrimas já brotavam tão intensas como uma cachoeira e os soluços eram inevitáveis. Eu queria poder expressar meus sentimentos, todavia o choro me impedia de proferir qualquer outra frase coerente. Sendo assim, continuei ouvindo o seu relato, tentando transmitir todo meu apoio e afeição através dos meus gestos.

— Aquele dia foi um pesadelo. — Ainda que fosse angustiante relembrar o passado, Jungkook agora narrou com mais detalhes tudo o que aconteceu durante o voo até a fatalidade que quase tirou sua vida. Foi torturante ficar atento, principalmente porque eu podia imaginar claramente cada particularidade do que se passou com a família Jeon em 12 de dezembro de 2012.

Fiz carinho na pele macia dele, tentando facilitar o seu desabafo. Abrir-se daquela maneira para um amigo que não vê há nove anos pode ser árduo, mas se dependesse de mim, ele seria confortado da melhor maneira possível. Meus olhos estavam sempre fixos nos dele, transmitindo confiança.

— E como foi o resgate? — perguntei, depois de muito tempo sem proferir uma palavra sequer. Eu gostaria de entender o porquê da mídia ter escondido o fato do herdeiro da família Jeon ter sobrevivido ao acidente. Mas algo me dizia que esse assunto era delicado e confidencial.

— Acho que fiquei bastante tempo desacordado. Quando tentei abrir os olhos, apenas um lado parecia funcionar, apesar da visão estar extremamente embaçada. Olhei ao redor e tudo o que pude captar eram destroços da aeronave. Minhas pernas estavam presas nas ferragens, então não fui capaz de me mover. A dor era insuportável. Chamei por minha mãe e meu pai diversas vezes, mas não houve resposta. — Meu coração se apertou ao que uma ardência forte surgiu em meus olhos, pois eu sabia que Miran e Sojung não tiveram a mesma sorte que meu melhor amigo, se é que podemos chamar isso de sorte. — Gritei por ajuda, desesperado. Passei horas tentando acordar daquele pesadelo, porque eu estava convicto que de uma hora pra outra acordaria em minha cama confortável, no meu quarto em Busan. E assim que acordasse, correria até a sua casa pra te abraçar e pedir conforto. Esse era o meu plano. Fiquei pensando em você, hyung, até adormecer. — Eu estava destruído. Não havia palavra melhor para me definir naquele momento. — Só que ao acordar, percebi que aquele não era o meu quarto. Era a cama de um hospital. Não lembro de nada durante o resgate, pois estava desacordado durante todo o processo. Só fiquei sabendo depois que Jackson relatou.

(Ro)boyfriendDonde viven las historias. Descúbrelo ahora