(Ro)boyfriend

12 | Ao infinito e além

14 de outubro de 2012

A leveza dos seus lábios contra os meus me fazia balançar, tremer o corpo todo. Era mais mágico do que um conto de fadas. Enquanto nos beijávamos, as estrelas do céu brilhavam de maneira mais intensa, refletindo em nossos rostos, emoldurando uma obra de arte. Eu estava atônito, mas não podia deixar de aproveitar o momento único, tão esperado por mim. Dessa forma, tomei a iniciativa para aprofundar aquele beijo, ainda que de maneira um tanto desajeitada. Massageei suas mãos suadas, enquanto inclinava levemente a cabeça para o lado, a fim de encaixar minha face com a dele numa posição mais confortável. Sentia sua respiração descompassada contra meu nariz e era uma sensação mais do que gostosa.

Meus lábios se moviam contra os dele como se estivessem dançando uma melodia viciante. Droga! Eu estava totalmente caidinho pelo meu vizinho. As faíscas eram transferidas dele para mim e de mim para ele com facilidade, me deixando todo bambo de amores.

E pelos deuses, acho que hoje era o dia mais quente do ano. Porque meu ser estava prestes a explodir em ardência. Nunca senti isso antes, era algo novo, incomparável.

Será que eu estragaria o clima se dissesse que o gosto da boca do Jungkookie era como aquele algodão-doce em pote que comemos? Era exatamente assim o sabor. É como se eu estivesse nas nuvens apenas por poder compartilhar esse momento tão especial com meu melhor amigo. Nós havíamos escolhido tão bem para dar esse passo inesquecível em nossas vidas... Eu realmente não estava acreditando que esse era... o meu primeiro beijo. E o do fã de robôs também. Nosso primeiro beijo. Sorri. Busan é mesmo o lugar mais lindo do mundo. Aquela praia era, sem dúvida, a mais bela, por ser o cenário perfeito. Beijar era melhor do que qualquer outra coisa que eu já havia feito na vida. E eu só queria continuar ali, junto a ele para todo o sempre. E esse seria o "foram felizes para sempre" do nosso "era uma vez...".

Mas nada dura para sempre, não é mesmo? Nem mesmo um sonho tão bom como aquele.

O despertador tocou de repente, barulhento e irritante. Eram seis horas da manhã de um domingo atípico. Minhas mãos então se direcionaram à tela do celular, deslizando o botão de desligar até que o ruído cessasse. Meus olhos piscaram lentamente, até eu me dar conta de que não me encontrava em casa, no meu quarto e na minha cama. Nós ainda estávamos no hotel e tínhamos que acordar cedo para nos arrumar e ir a um passeio de barco que o Sr. e a Sra. Jeon haviam reservado.

Dessa forma, levantei-me, esticando-me preguiçosamente. Meus cabelos estavam totalmente revirados, por isso corri até o banheiro para me arrumar. Ao me olhar no espelho, acabei por focar em minha própria boca, e foi aí que eu lembrei. Meus dedos espontaneamente foram de encontro aos meus lábios, os tocando levemente ao que a lembrança do selinho se repetia em minha mente infinitas vezes em milésimos de segundos. O sonho não foi totalmente um equívoco, então?

Jungkook havia mesmo... me dado... um selinho?

Aos poucos as imagens da lembrança da noite passada se tornaram mais claras. Foi real.