Capítulo 17

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Thomas

─ Eu não consigo imaginar como foi pra você ver sua mãe sofrer assim e não conseguir fazer nada. ─ A Lizzy lamenta ainda com a cabeça deitada no meu peito enquanto suavemente ela puxa os pelinhos do meu braço.

Ter contado pra ela sobre como foi difícil me desvincular do passado e das marcas devastadoras da violência doméstica foi libertador.

Meu pai era o típico duas caras. Quando estávamos em qualquer lugar ele era o boa pinta que se dava bem com todos mas só eu e minha mãe sabíamos o inferno que era em casa. Os anos de terapia não foram suficientes para me fazer esquecer o passado nem as marcas. Eu e minha mãe só conseguimos descobrir o que era liberdade no dia em que um jornal de Nova York lhe deu um emprego. A partir daquele dia nós tentamos reconstruir os caquinhos. Minha mãe conseguiu recomeçar e até se casou novamente. O Larry não se parecia em nada com meu pai mas tanto eu quanto ela ficamos receosos no começo mas depois que eles se casaram e vi o quanto ela estava feliz decidi dar uma chance para ele. O único problema era que eu não conseguia me dar uma chance não até agora.

─ Pensando em quê?
─ A voz da Lizzy penetrou meus pensamentos os dissolvendo e a encaro.

─ Em nada. Abro um sorriso fraco enquanto risco meu dedo nas suas costas.

─ Você é um bom homem Thomas eu sei que as marcas ficarão para sempre mas você precisa deixar ir. Seguir em frente como sua mãe fez.

─ Eu sei Lizzy mas não é fácil assim.

─ Eu sei que não mas você não vê que isso te faz mal te faz ser quem você não é? Só promete pra mim que vai tentar ser esse Thomas. Esse que está aqui agora.

─ Uhum. ─ É a única coisa que digo antes de beijar sua boca.

─ É sério Thomas. Ela murmura com seus lábios aos meus.

─ Eu quero falar de outra coisa. Mudo de assunto não queria estragar esse momento com qualquer lembrança do meu pai.

─ Você é uma máquina querido? Estou cansada daqui a pouco vou ficar toda dolorida.

─ Sério que não dá nem mais uma rapidinha? ─ Sussurrei beijando seu pescoço.

─ Não eu estou cansada preciso repor as energias. Ela reclama levantando da cama.

Meus olhos atentos para cada movimento. Ela pega seu vestido e sua lingerie e se veste.

─ Aonde você pensa que vai?

─ Embora. Ela diz como se fosse óbvio.

─ Não senhora você vai dormir aqui.

─ Sério que você quer isso? ─ Ela me olha intrigada.

─ Qual parte eu disse que estou apaixonado você não entendeu. Lizzy você não é só mais uma você agora é a única.

─ Nossa de onde você copiou isso?

─ De lugar nenhum deixa de ser chata.

─ Então já que eu vou dormir aqui me empresta alguma coisa porque eu não vou dormir com esse vestido desconfortável.

─ Dorme pelada.

─ A tá pra você ficar se aproveitando do meu corpinho enquanto durmo não senhor. ─ Começo a rir.

─ Tá dona teimosia vai lá no closet e pega o que quiser.

─ Você por acaso tem armadura? ─ Ela murmura com a voz carregada de humor entrando no closet. Começo a rir de novo essa Lizzy é terrível.

[...]

Alguns minutos depois ela sai do banheiro vestindo uma das minhas camisetas preferidas e minhas meias brancas enquanto amarrava seus cabelos em um coque alto.

Linda essa é a definição para a cena que presencio.

Como alguém chega de repente assim bagunçando o seu mundo. Mudando suas convicções eu estava de quatro por ela e mesmo não sabendo lidar com tudo isso eu quero tentar e ser o melhor homem em que ela já teve.

[...]

─ Bom dia príncipe. Senti seus lábios cheios tocarem minhas costas e abri meus olhos.

─ Bom dia. Murmurei ainda incomodado com a luz que entrava no quarto.

─ Bom a moça que trabalha aqui pediu para avisar que nosso café da manhã está pronto.

─ Que horas são? Digo manhoso.

─ Seis e meia. Ela sussurra beijando meu pescoço.

─ Que dia é hoje?

─ 10 de Dezembro faltam 15 dias para o natal e temos que ir trabalhar mas antes você precisa passar em casa tenho que trocar de roupa.

─ Sério?

─ Uhum... Agora levanta dai te espero lá em baixo. Ela bate na minha bunda e levanta da cama.

Demorei mais alguns segundos até voltar para o tempo e espaço e levanto indo direito para o meu closet peguei entre o cabideiro um dos meus ternos e um dos meus sapatos sociais. Tomo um banho rápido e me visto ainda mais rápido saindo do quarto seguida.

Desço as escadas indo direto para a sala de jantar. Ocupo uma das cadeiras ao seu lado me acomodando nela.

─ Como vai ser agora? ─ Ela parecia apreensiva.

─ Como vai ser agora o quê?
─ Murmurei enquanto colocava um pouco de café na minha xícara.

─ Você sabe Tom as pessoas do trabalho. Elas com certeza irão me julgar. ─ Ela morde o canto do lábios.

─ É só não ligar ninguém tem nada a ver com isso. ─ Digo sendo racional.

Eu sempre me preocupei com o fato de me envolver com minhas funcionárias e era o primeiro a querer deixar isso no sigilo. Até porque elas não passavam de no máximo algumas noites mas com a Lizzy foi diferente eu fazia questão de assumi-lá perante todos. Afinal ninguém paga minhas contas.

─ É fácil pra você mas não é tão simples pra mim. Primeiro você fica socado dentro daquele escritório sozinho eu não. Segundo você é o chefe e eu sou a funcionária.

─ Lizzy eu também me preocupei com isso ainda mais depois da cena do bar de ontem mas quer saber depois de tudo que aconteceu entre nós. De como eu me abri pra você coisa que não faço com todo mundo. Você acha que eu vou ligar para a língua do povo eu quero que todo mundo se lasque. E daí que você é minha funcionária eu não escolhi me apaixonar por você aconteceu então agora você terá que me aturar.

─ Acho que vai valer a pena. Ela sorri.

─ Vem cá.

Ela senta no meu colo e envolve seus braços em meu pescoço.

─ Eu sei que pra você vai ser mais difícil mas se qualquer coisa te incomodar eu quero que me fale Lizzy eu não hesitaria em punir quem quer que seja. Murmurei jogando seus cabelos para trás.

─ Eu não quero prejudicar ninguém Thomas. Eu só quero ser feliz e viver isso com você sem que as pessoas pensem que sou uma aproveitadora.

─ Então vamos viver Lizzy nós dois merecemos isso. Eu te desejo tanto, mais tanto que você não faz ideia.
─ Digo enquanto acaricio o seu rosto. Ela fecha os olhos brevemente.

─ Eu também te quero muito Thomas muito além do que você possa imaginar. ─ Ela diz baixinho. Suas palavras fazem meu coração acelerar e toco seus lábios em um beijo terno.

Eu sei que vamos enfrentar muita coisa mas eu não vou desistir nenhum minuto se quer dela ou da minha felicidade. Pela primeira vez na vida eu me sinto vivo de verdade não apenas existindo.

Um Ceo para chamar de meu {Obra concluída}Where stories live. Discover now