Capítulo 24

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Lizzy

Três dias já tinham se passado desde que Thomas viajou para Hamburgo na Alemanha e estou contando os minutos para vê-lo amanhã. Ergui meu rosto vendo a movimentação do final do expediente. Toda a empresa está entrando de férias coletivas em comemoração as festas de fim de ano. Ficaríamos afastados da nossa rotina de trabalho por quatorze dias consecutivos mas em compensação trabalhamos de forma árdua o dia todo.

Jade anda na direção das nossas mesas entregando uma folha retangular na cor azul turquesa para algumas pessoas.

─ Esse é para a minha amiga que fez lenda em menos de um mês. ─ Ela diz me entregando a folha abrindo um sorriso fazendo seus olhos negros e puxados ficarem quase que fechados. Já disse o quanto ela é linda?

─ O que é? ─ Indaguei animada antes de ler o que estava escrito.

Nada demais é só uma coisinha que faço todos os anos para desejar boas festas.

─ Entendi que fofo amiga obrigada.

─ De nada. Dou uma breve olhada no cartão com rosas brancas por toda a borda. A frase em manuscrito.

" A aparente dificuldade pode ser só mais um degrau para o sucesso. Masaharu Taniguchi. Boas festas."

─ Agora fiquei até sem graça não te dei nada Jade.

─ Que isso Liz a sua amizade é o melhor presente do mundo. Ela murmura toda tímida. A Jade é sensível, uma menina de ouro só espero que ela encontre alguém a sua altura.

─ Eu também sou muito grata pela sua. A trago para um abraço apertado.

Além do Thomas diria que no dia em que entrei por essas portas a vida me deu de presente mais duas novas amigas.

[...]

A Karine ainda não tinha ido embora para Dakota. Segundo ela a tia Chris achou melhor eles irem depois das festas de fim de ano. Eu ainda tinha uma esperança que ela pudesse mudar de ideia. Não acho justo ela deixar seu bom emprego e tudo que conquistou com muita luta por causa daquele idiota. Tinha marcado de encontrá-la na clínica FemmeNurse no Brooklin ela queria muito que eu a acompanhasse na sua primeira ultrassonografia. Fiquei feliz quando ela me ligou.

Entrei no carro colocando a bolsa no banco do passageiro. Antes de arrancar com o carro não pude deixar de notar o crepúsculo da tarde tecendo o céu com os tons alaranjados e rosado ao fundo. Embora o sol tenha nascido em Nova York ainda assim estava consideravelmente frio. Ligo o carro saindo em seguida.

Peguei a rotatória em direção ao Brooklin mas logo bufei de raiva vendo a fileira reluzentes de carros à minha frente na avenida principal. Dou uma breve averiguada se tinha alguma menor e giro o volante para à esquerda engatando a marcha me deslocando para lá. Entrando no estanque de carros que se perdiam de vista. Levou aproximadamente meia hora até cair na rodovia que ainda bem estava livre.

Uma hora e dez minutos depois já estava estacionando na pequena vaga do estacionamento da clínica. Dou uma breve olhada no retrovisor do carro retocando meu batom. Depois pego a bolsa no banco e saio travando as portas. O carro da Ká já estava no estacionamento e sigo para dentro da clínica. Abro a porta de vidro procurando por ela que estava plena alisando a barriga sentada em um dos bancos solitários.

─ Desculpa a demora Ká peguei um trânsito daqueles. Sento no banco ao seu lado.

─ Não tem problema o doutor John não me chamou ainda.

─ Certo. Respiro fundo fazendo com que o cheiro característico de hospital preencha minhas narinas.

Olhei para ambos os lados como era o último horário haviam apenas Karine e mais uma moça. Ela aparentava ter mais de trinta anos, um semblante cansado e bolsas escuras debaixo dos olhos, isso sem mencionar a barriga que parecia que ia explodir de tão grande. Me concentro em algo mais apavorante. Um quadro com todas as fases do parto normal. É  estranhamente desconfortável ver que uma cabeça passa por algo tão pequeno.

Um Ceo para chamar de meu {Obra concluída}Where stories live. Discover now