02: Encontro perigoso II

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Christine

Ele calmamente se dirigiu a um atendente que rapidamente mostrou Larry. Quando ele se aproximou eu corri para a cozinha, não pude evitar sentir medo.

Segundos se passaram e com mais coragem eu saí cautelosamente, encontrei eles conversando normalmente.

Larry percebeu minha aproximação e inocentemente me chamou para perto. Ele me olhou de forma incisiva e um leve sorriso brotou em seus lábios.

— Aqui está o rapaz que encontrou seu aparelho. — Larry me deu o celular.

— Obrigado. — Sussurrei.

— Não foi nada. — Seu sorriso aumentou. — Fico feliz em ajudar a senhorita?

Mesmo relutante em dizer meu nome eu fui obrigada a dizê-lo senão Larry estranharia a situação. Um silêncio constrangedor se formou e meu colega percebendo isso agradeceu ao rapaz mais uma vez e disse que teria de voltar ao trabalho. Ele assentiu e quando Larry saiu me vi de frente com meu carrasco.

— Então Christine. — Seu tom de voz mudou de amigável para intimidador. — Sugiro que evite dar passeios noturnos hoje.

— Não tenho medo de você. — Falei o mais firme que pude e ele riu.

— Isso é justamente o que alguém com medo diria, mas... — Ele se aproximou do balcão. — Caso queira se aventurar saiba que você pode acabar tendo companhia.

— Você vai pagar pelo que fez seu cretino.

— Vou? — Disse sarcástico. — Pagar pelo que? Eu não fiz nada.

— Não pense que vai me calar. — Fechei os punhos com ódio.

— Farei isso por bem ou mal, mas eu te garanto que não vai gostar de ver meu pior lado. — Seu tom frio e calmo me deu arrepios. — Ou talvez... — Ele riu e olhou por cima de meu ombro. — O seu amigo talvez queira ter uma conversa amigável comigo.

Não podia acreditar no que ouvi, ele estava ameaçando a mim e pior, o Larry que nada tinha haver.

— Você não ousaria. — Rebati a ameaça. — Ou chamo a policia agora mesmo e acredite, vou ter prazer em contar tudo, até porque oque você faria num café lotado com testemunhas?

Ele permaneceu frio e calmo, se houve alguma preocupação em sua mente ele não demonstrou.

— Christine... — Meu nome dito por ele saiu de seus lábios como navalha afiada a me atravessar. — Espero mesmo que saiba o que está fazendo ou...

Dizendo isso ele saiu. Nossa conversa não durou mais que três minutos, mas pra mim foram como sufocantes horas de tortura psicológica.

Eu já não me preocupava somente comigo agora, mas sim com Larry também que corria perigo por minha culpa, minha burrice.

— Ah Deus, maldita noite! — Disse a mim mesma.

O resto da noite correu sem mais surpresas, eu agradeci imensamente aos céus.

— Crist eu estou indo está? Vejo você amanhã. — Larry ia se despedindo.

— Espera! — Falei quase que gritando. — Eu...

Eu precisava de uma desculpa, eu não queria sair sozinha e nem deixar o Larry só.

— Precisa de algo? — O maior pareceu curioso.

— Me dá uma carona? — Finalmente havia arranjado uma desculpa. — Eu disse a minha mãe que chegaria mais cedo hoje.

Larry sorriu tirando as chaves de seu carro do bolso. Ele sempre me oferecia carona, mas eu rejeitava por não gostar e preferir ir para casa de ônibus.

Meu PesadeloWhere stories live. Discover now