10: Noite

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Jeffrey

Eu tinha planos hoje, planos que uma certa pessoa me fez desistir. Eu não esperava ver Christine, mas não é como se ela fosse se importar. O que me deixou surpreso foi ela me encontrar.

— Vamos dançar?

— Pode ser.

Começamos a dançar, não que eu quisesse, mas era melhor do que ficar parado. Eu estava frustrado, ela se nega a sair comigo, mas vem atrás de mim?

— Eu preciso ir. — Gritei.

— Por que?

Eu a ignorei e comecei a andar em direção a saída.

— Ei. — Ela me puxou pelo braço. — Como assim?

— Preciso ir agora, amanhã nesse mesmo horário vou estar aqui.

Ela assentiu. Obviamente eu não viria e acredito que se ela pudesse imaginar, ficaria feliz por isso.

Já fora da boate peguei meu celular, não era tão tarde. Já que ela me encontrou, posso ir até sua casa fazer uma visita a ela.

Ao chegar, notei que as luzes estavam apagadas.

"Foi dormir tão cedo?"

Bati na porta, não houve resposta. Bati novamente e dessa vez mais alto. Nada.

Peguei o celular e liguei para ela.

— Saia daqui. — Ela atendeu e antes que eu pudesse dizer algo ela desligou.

Liguei de novo e não atendeu. Bati na porta novamente. Dessa vez esperei um pouco e pude ouvir a porta se abrindo.

— Vai embora Jeff.

— Engraçado, agora me manda sair? Por que você foi atrás de mim?

— Claro, que presunçoso de sua parte achar que eu fui ali somente por sua causa.

— É mesmo? Então o que fazia lá? E por que saiu assim que me viu? Ia encontrar seu coleguinha?

— Simples. — Ela abriu a porta e saiu, tive de me segurar para não tocá-la. — Eu me recuso a estar no mesmo ambiente que você, pra mim você é repugnante. Já não basta ter tido o desprazer de te conhecer eu ainda teria de estar no mesmo lugar? Me poupe.

Mesmo com essas palavras ofensivas, não me senti realmente ofendido ou um tanto magoado, pelo contrário.

— O melhor que você pode fazer é voltar para lá e se encontrar com aquela mulher.

— Isso é ciúmes?

Christine me olhou descrente.

— Ciúmes? Por favor, não seja ridículo.

— Acredite. — Me segurei para não gargalhar, mas não pude conter alguns risos. — Se ela soubesse o que aconteceria, teria agradecido por você aparecer.

Christine recuou um pouco, ela pareceu hesitar antes de perguntar.

— Por que você tá falando isso?

— Você realmente quer saber? — Me aproximei mais e percebi ela apertando a maçaneta da porta nervosa. — Ou posso falar o que eu vou fazer com você, lhe garanto que vai ser mais prazeroso.

— Eu não tenho nada com você e nem terei, sai daqui.

— Você disse o mesmo da outra vez. — Eu toquei seu rosto. — E você sabe como terminou. Dessa vez será na sua ou na minha cama?

— Pode engolir essas...

— Ah Christine... — Eu desci minha mão tocando em sua boca fazendo ela se calar. — Não vamos fazer barulho aqui não é? Sua mãe está em casa? Deve estar, não queremos que ela se preocupe a toa não é?

Ela negou com a cabeça, seus olhos já cheios de água.

— Dessa vez você vem comigo. — Ela arregalou os olhos, puxei seu rosto e sussurrei em seu ouvido.

— Não recomendo que tire minha paciência, entendeu? Como eu disse, não vou te machucar de forma alguma.

Ela assentiu, puxou a maçaneta e trancou a porta atrás de si.

Eu sorri e a puxei pela cintura. Uma parte minha queria que ela tivesse escolhido vir comigo por vontade própria, mas seria mais difícil do que pensei, já a outra...

— Vamos?

A levei para minha casa, parei a moto e Christine continuou quieta, ela olhou ao redor e permaneceu calada.

— Desce. — Ela apertou meu ombro em que segurava — Vamos Christine.

Com receio ela desceu, encolheu os ombros e fitou o chão. A levei para dentro e fechei a porta.

— Está tão calada. — Eu a abracei por trás. — Não quer conversar? Aqui você pode falar o que quiser.

— Jeff me diz, o que você sente por mim?

— Eu já disse que você é minha e eu não quero ninguém perto do que é meu.

— Certo. — Sua voz saiu trêmula. — Não foi diferente do que imaginei, não passa de uma obsessão...

— Chame do que quiser, eu não dou a mínima. — Interrompi.

Eu não sabia bem como definir essa nossa "relação", o que importa é que eu quero ela e faria qualquer coisa por isso. Tudo que viesse dela eu queria para mim, até mesmo seu ódio. Sem perceber eu já estava tocando seu corpo, sentindo seu cheiro e já imaginando oque faria com ela.

— Jeff, por favor não. — Sua voz saiu lânguida, porém não me afastou.

— Não começa.

Eu a carreguei, ela não reclamou, a levei até meu quarto, empurrei a porta e a coloquei na cama. Ela olhou bem ao redor e fixou seu olhar no espelho na cabeceira da cama.

Não me contive e a beijei, beijei a boca, o rosto, o pescoço. Seu gemido suave me fez querer mais, a deitei na cama e tirei sua roupa, sem resistir ela deixou.

Ela cobriu seus seios com as mãos, seu olhar estava perdido em outro canto, ela não olhava em meus olhos.

— Olha pra mim Christine. — Ela obedeceu, seu olhar me fez sentir um desejo obsessivo.

— Você prometeu não me machucar. — Ela fechou os olhos se encolhendo.

— E não vou. — Deitei ao seu lado colando seu corpo no meu. — Não quis te assustar.

Ela assentiu.

— Não sou tão ruim quanto você acha. — Passei lentamente minha mão por suas costas nua. Ela continuou calada, com o rosto escondido em meu peito. — Descanse se quiser, vou te levar pra casa mais tarde.

— Por que mais tarde? — Sua voz saiu abafada.

— Quero ficar um pouco mais com você. — Eu admiti.

— Certo.

Beijei seu rosto, eu sei que talvez ela nunca me queira e que eu não sou uma pessoa que ela acha bom caráter, mas ao menos essa noite, nesse momento eu a queria toda pra mim e em minha cama.

Meu PesadeloWhere stories live. Discover now