12: Inferno II

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Christine

— Posso te soltar ou você ainda pretende me assassinar? — Disse debochando.

— Me solte e então veremos. — Jeff havia voltado para o quarto em que eu estava. — Você não vai ganhar nada me deixando aqui.

Ele se sentou ao meu lado na beira da cama, seu olhar pousou sobre mim de forma serena. Ele tirou do bolso uma chave e se inclinou sobre mim para abrir a algema, me fez sentir seu cheiro, seu perfume. Ele se afastou devagar me olhando fixamente nos olhos e parou a alguns centímetros do meu rosto enquanto meu pulso relaxava sentindo alívio por ser solto.

— Sou sua prisioneira agora?

Jeff virou o rosto, se levantou e andou até a porta.

— Me responda.

— Pense nisso como uma breve estadia Christine.

— Tradução: Estou em cárcere privado. — Devolvi de forma rude. — Não use eufemismo comigo, Jeff. Você não passa de um...

Ele se voltou curioso, me encarou e esperou que eu terminasse a frase.

— Não passo de um? — Seu olhar me fuzilava, ele sorria meia boca como se gostasse de me ver paralisada. — De um monstro? Assassino? Maldito? Mal caráter? Desgraçado, infeliz, demônio... — Jeff andou até mim dizendo essas palavras. — Pra mim não faz diferença se você acha que sou qualquer uma dessas coisas, eu posso ser bem pior e eu duvido muito que você queira ver com seus próprios olhos.

Sentia meu coração bater eufórico, minha respiração acelerada denunciava meu estado.

— Posso fazer você se arrepender de cada palavra que disse sem encostar um dedo sequer em você, posso descontar toda minha raiva sem te matar... tenha certeza, você imploraria para que eu a matasse logo, caso eu queira.

Jeff dizia isso enquanto sorria, me fazendo tremer ainda mais do que antes.

— Você não gostaria disso... não é?

Neguei devagar com a cabeça.

— Ótimo. Tenha em mente, eu quero ser gentil, mas se você se comportar mal eu serei obrigado a agir de forma bruta.

Jeff deu um leve beijo em meus lábios.

— Fique à vontade para olhar a casa, pode ter algo que te distraia.

Ele saiu do quarto de forma tranquila como se nada houvesse acontecido. Meu corpo enfim desabou, me mantive o mais firme que pude.

O que eu vou dizer pra Larry e minha mãe? O que eu vou dizer... meu Deus e se eu não sair daqui? Isso seria o mínimo a se preocupar.

Meu corpo reclamava de cansaço e fome, eu precisava de algo.

Me levantei, ficar sentada somente pensando não vai me ajudar. Sai do quarto e comecei a reparar melhor na casa, os quartos ficam no segundo andar. A casa não está tão bem iluminada, mas dá pra ver ao menos os móveis.

Havia mais três quartos onde eu estava, um que acabei de sair, outro que eu estava na noite passada e mais dois que estavam trancados. Havia uma janela no fim do corredor.

Desci as escadas devagar, a casa estava calma. Andei pela sala, havia dois sofás, um divã, janelas cobertas por cortinas, e uma TV presa à parede.

Entrei em outro cômodo. Era a cozinha, corri para procurar algum utensílio útil, mas não encontrei. Com certeza Jeff tirou tudo que me poderia ser útil. Entrei em outro cômodo e enfim achei o banheiro. Então a casa tinha uma sala, uma cozinha, um banheiro e quatro quartos? Todos os cômodos eram espaçosos, mas por que os quatro quartos sendo que ele mora aqui sozinho? Não faz sentido.

Meu PesadeloWhere stories live. Discover now