03: Desejos I

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Jeffrey

Eu finalmente teria um "encontro" com Christine. Depois de que a vi naquele café eu não parei de pensar nela. Não só como uma vítima inesperada que tinha escapado, mas como uma mulher que me fez passar dias pensando e pensando em como seria vê-la de novo, mas não de longe. Eu esperei por uma chance de falar com ela, mas aquele cara estava sempre ao seu lado e até mesmo a levava para casa. Isso inibiu certas vontades minhas, porém eu queria fazer coisas das quais eu sabia que se fizesse não teria mais volta.

Pelo tempo que fiquei olhando ela eu descobri onde era sua casa, quem era a mulher que morava com ela e que horas elas saiam e chegavam. Eu poderia esperar mais e procurar outras coisas a respeito delas, mas isso levaria tempo e eu queria muito ver Christine. Eu queria muito apertar aquele pescoço novamente.

Será que nesse meio tempo ela pensou em mim? Teve medo? Sentiu raiva? Ela parecia ter esquecido daquela noite que estava cravada em minha mente. Eu sentia muito ódio quando a via sair com aquele cara, queria muito dar um fim nele, mas por hora precisava me acalmar.

Queria que Christine se lembrasse da noite em que nos encontramos, então resolvi lhe dar um presente. Com certeza ela lembraria dele e de mim. Era quase inexplicável minha atração por ela, eu tinha certeza que era porque eu não tinha conseguido matá-la. Eu tinha o sentimento de algo inacabado, fora que ela em partes era uma ameaça. Eu precisava dar fim a isso, eu sentia essa necessidade e sabia que assim que ela se concretizasse eu voltaria ao normal.

Eu estava de longe olhando quando ela sairia e dessa vez ela saiu sozinha. Sai de perto da moto e comecei a segui-la a pé. Ela andou um pouco e se dirigiu para a praça mais próxima.

Esperei ainda observando de longe e um pouco depois fui até ela.

A partir daí minha mente registrou cada movimento dela. Como seu corpo reagiu ao meu primeiro toque, como ela parecia ansiosa, seu ódio por mim que a fez chorar.

Tudo nela me fazia querer tocá-la ainda mais e de formas diferentes.

Confesso minha surpresa ao ver seu olhar furioso se voltar para mim, eu esperava um olhar de súplica ou medo, mas claro, ela provavelmente tinha algo diferente. Aquilo me deixou ainda mais fixado nela.

Ao terminar de dizer o'que queria ela se levantou bruscamente e saiu andando em passos firmes. Me senti tentado a segui-la, mas eu tinha negócios para tratar. Eu adverti Christine de que não é prudente ela me irritar e espero que ela siga esse conselho.

Eu odiaria ter de matá-la rapidamente sem nem mesmo aproveitar, seria entediante para mim.

(...)

Dois dias se passaram e eu não pude ver Christine, estava muito ocupado. Eu estava ansioso demais e decidi que a noite iria vê-la depois do trabalho, segui até lá e esperei o horário de saída dela. Eu esperava vê-la sair sozinha, mas ao invés disso ela saiu acompanhada por aquele cara. Desgraça.

Eu podia dar um jeito nisso rapidamente, mas eu queria ver até onde Christine chegaria. Eu não sei se fico com raiva ou surpreso por ela não ter feito nada. Como das outras vezes eu os segui, mas desta vez de uma distância considerável, já sabia o caminho.

Assim que chegaram na frente da casa de Christine ele parou. Ela desceu olhando para os lados desconfiada e logo em seguida disse algo lhe dando um abraço. Senti mais raiva ainda, eu não queria que ele a tocasse de forma alguma. Pensei um pouco enquanto os via conversar, eu não tinha nada para fazer e nem a perder, por que não dar um pequeno aviso a ela?

Esperei eles se despedirem, ela entrou e ele seguiu caminho. Eu o segui, minha arma estava carregada e pronta. Era mesmo um saco ter de usar ela mas para a situação era a mais indicada, eu odiava armas. Acabava rápido demais com a diversão e fazia um barulho de foder chamando atenção.

Eu acelerei e fiquei um pouco atrás, havia apenas uns dois carros mais à frente. A pista estava meio vazia então aproveitei, me preparei e atirei. Eu não tinha intenção de matá-lo, queria apenas dar um recadinho à Christine. O som do tiro me deixou mais irritado, disparei de novo e ele freou bruscamente.

Sorte dele eu estar com paciência, por que do contrário eu acabaria com aquilo ali mesmo. Dei de ombros e acelerei saindo dali, por hora eu tinha me vingado. Era só esperar agora.

Meu PesadeloWhere stories live. Discover now