13: Vinho

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Christine

— Você quer que eu compre algo ou prefere sair e comer na rua? — Jeff parou esperando minha resposta.

— Como é?

— Vem cá você vai morrer de fome? Se fosse pra você morrer eu mesmo te matava. — Reclamou.

Fiquei tão nervosa nesses últimos dias que quase não comi, não dormi muito bem. Larry rejeitou todas minhas ligações, mensagens e minha mãe não sabia onde ele estava.

— Até parece que se importa, achei que eu fosse sua prisioneira. — Bati a ponta dos dedos na mesa. — Não sabia que eu tinha tratamento vip.

Jeff ficou quieto, pareceu pensar um pouco e logo fechou a cara.

— Olha aqui caralho vai se arrumar e voltar aqui ou juro pelo diabo que você...

— Vai a merda, vou porque eu quero. — Interrompi ele antes que reclamasse mais e dei as costas.

"Esse filho da puta."

Apesar de não querer, era melhor fazer o que ele queria. Já estou na merda mesmo. Ao menos eu não estava num quarto, acorrentada, sendo alimentada com restos e sem ver a luz do dia. Quando voltei para a sala Jeff esperava na porta impacientemente com um capacete na mão.

— Toma essa merda. — Ele me passou o capacete. — Por que demorou tanto?

— Pra que tá me dando isso?

Jeff ficou calado por alguns segundos e respondeu sério.

— Para você brincar de astronauta, Christine.

— Esta com Patati e Patatá no cu né engraçadinho?

Ele riu, seu riso me contagiou me fazendo rir também. Por um momento eu quase esqueci da nossa atual situação já que ele respondeu como se fosse normal nós conversamos assim. Quando percebi isso, meu sorriso desapareceu. Saímos de casa, Jeff foi até sua moto e colocou seu capacete.

— O que está esperando, um convite? — Ele estendeu a mão.

Coloquei o capacete e subi na garupa.

— Aonde vai me levar?

— A um restaurante, onde mais seria?

Resolvi não dizer mais nada, já que tudo ele responderia na base da ironia. Segurei firmemente na cintura de Jeff.

— Está com medo? — Perguntou.

— Não é isso. — Me afastei um pouco de suas costas. — Só não quero cair.

— Sério? — Jeff riu enquanto dava a volta. — Sou um ótimo piloto, mas prometo ficar mais atento. Assenti. Eu não confiava em Jeff, mas estranhamente acreditei naquelas palavras.

A cada minuto nos afastamos mais e mais da casa, o caminho se tornou mais movimentado, com pessoas, carros e estabelecimentos. Por ironia me senti bem, o vento frio contra nós fez meu corpo se arrepiar pela excitação com a velocidade.

— Você já veio aqui? — Jeff parou a moto e logo tirou o capacete.

— Não que eu me lembre. — Parecia um local caro, a entrada era bonita e muito bem arrumada. Pessoas sorriam de forma despreocupada do lado de dentro vistas através do vidro. Parecia estar cheio.

— Vim aqui apenas duas vezes, na verdade por causa de Spencer.

"Ah, aquele seu suposto amigo."

— Na verdade, não conheço muitos locais para se levar uma garota. — Assumiu.

Meu PesadeloWhere stories live. Discover now