33: Aceitação II

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Christine

— Então você esteve com ele?

— O que você está fazendo? Quem te deu permissão?

Eu me distraí por algum tempo na cozinha enquanto cozinhava e lavava os pratos, quando voltei ao meu quarto, Jeff já estava aqui com meu celular. Eu o tomei de sua mão.

— Sério? — Ele cruzou os braços — Você é tão previsível.

— Jeff que porra é essa?

— Sua senha ainda é a mesma, por que você não trocou?

Eu não sei como deixei passar, sabendo da natureza dele, eu não deveria ter sido tão descuidada.

— Não me importo com isso. — Bloqueei o celular — Eu não tenho nada a esconder.

— Mesmo? Que dia você esteve com ele? — Ele estava com um olhar assustador. — Você ultimamente tem passado tanto tempo nesse celular... com quem você tanto conversa? É com ele? É por isso que você não fala comigo?

— Eu converso com minha mãe. — Eu não menti. — Ela tem se preocupado muito desde que soube que estou grávida.

Confesso que muitas vezes eu gostaria de estar conversando com Larry, isso não tem acontecido e por um bom motivo.

— Eu não sei se você confia demais em mim ou é completamente burra. — Ele se aproximou me fazendo recuar. — Lembra do que você me prometeu?

Jeff estava com aquele olhar novamente, um olhar possessivo e transtornado.

— Você lembra? — Eu assenti — Repete pra mim.

— Eu prometi que não ia me encontrar com ele. — Jeff deve ter visto nossa foto, eu tinha me esquecido completamente dela. — Mas era seu aniversário, minha mãe pediu que eu fosse vê-lo.

— E então você foi. — Ele parecia estar tentando se manter controlado. — Foi apenas isso?

— Sim. Eu fui, mas voltei o mais rápido assim que pude. — Menti, eu respirei fundo reunindo coragem. — Não nos falamos depois disso.

— Mesmo? — Ele tinha me encurralado, eu não tinha mais para onde ir.

— Sim. Jeff, eu não vou me esconder de tudo e qualquer um por seus ciúmes, entenda que você tem de aceitar que não pode mandar em mim sempre. — Ele assentiu com desgosto.

— Se você diz. — Ele tomou o celular da minha mão, eu não resisti.

Jeff apertou o aparelho com tanta força que o partiu.

— Esses aparelhos de hoje em dia são tão frágeis, não concorda? — Eu acenei mecanicamente com a cabeça. — Eu vou te dar outro, um melhor do que esse. — Ele estava descontando sua raiva em um objeto para não fazer isso em mim.

Sua voz estava baixa e grossa. Ele soltou a sucata, sua mão parecia estar sangrando, mas não parecia se importar com isso.

— Eu te amo tanto. — Sua mão pousou em minha cintura.

— Eu sei. — Minha voz saiu trêmula.

— Tudo bem. — Seu rosto suavizou. — Eu não quero que você fique nervosa, pode fazer mal ao bebe.

Ele aceitou isso de forma simples demais, um aparelho quebrado foi o mínimo. Ele não me ameaçou e nem disse que ia matar ninguém, mas por que meu coração está tão inquieto? 

— Vá descansar. — Ele se afastou dando as costas.

E se ele fizer algo? Não posso deixá-lo sozinho por muito tempo, não confio nele.
Jeff saiu. Fiquei sozinha em meu quarto, peguei o aparelho quebrado e descartei. Continuei me sentindo inquieta, então fui atrás dele. Ele estava no banheiro enfaixando a mão.

Meu PesadeloWhere stories live. Discover now